sexta-feira, 27 de abril de 2018

A Ditadura da Rádio Cultura: Moreira, Provedor e Secretária de Saúde




É  inaceitável que um político inelegível, multicondenado, com os direitos políticos cassados, proibido de contratar com o poder público e cumprindo pena alternativa participe da elaboração, da edição e da apresentação do serviço público de radiodifusão, como está acontecendo em João Monlevade.   Aliás, o cidadão monlevadense não deve se indignar apenas contra a figura de um condenado que elabora o serviço público de radiodifusão, mas contra toda a manipulação política que há muito vigora na Rádio Cultura. Tecnicamente, não há democracia, em ambiente de manipulação de meio de comunicação social.  Se Carlos Moreira está impedido de contratar com o poder público também não pode participar da prestação de serviço público que é a radiodifusão.
O programa Carlos Moreira de hoje foi uma vergonhosa continuação do circo armado pelo provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernando, ontem na reunião do Conselho Municipal de Saúde.
As participações da secretária de saúde, Andréa Peixoto, do provedor do HM e do ímprobo Carlos Mereira hoje na Cultura, sem a concessão do direito ao contraditório ao Conselho de Saúde, manipulando informações, distorcendo dados e mentindo descaradamente elevou a demagogia e a manipulação da rádio Cultura a níveis jamais vistos.
A manipulação político-ideológico levada à cabo pelo ímprobo Carlos Moreira na Rádio Cultura é o principal fator de deturpação do processo democrático monlevadense e, por conseqüência, a origem de, por exemplo,  aberrações como o pretenso, interditado e inacabado hospital Santa Madalena, improvisado no prédio do antigo terminal rodoviário ao desperdício de muito mais de 22 milhões de reais.   É preciso que o povo tenha a compreensão que foi a manipulação política exercida por Carlos Moreira na Rádio Cultura ao longo das últimas 2 décadas que produziu o Santa Madalena e tantos outros prejuízos para o Município, pois foi através dela que ele se elegeu prefeito.
Por tanto, se você é cidadão de boa fé que presa e acredita na Democracia, combata o controle político exercido por Carlos Moreira na rádio Cultura. Diga as pessoas que o conteúdo político veiculado pela rádio Cultura deve ser desconsiderado , porque é tendencioso, manipulado e atende apenas ao projeto de poder de Carlos Moreira e seus asseclas. Leia-se hospital santa madalena onde o que, realmente, importava era o faturamento milionário de empreiteira,  pouco importando o resultado final da obra.


Provedor mais Politiqueiro que já Passou pelo Hospital Margarida



O provedor, José Roberto Fernandes, depois de dois anos tumultuados à frente da presidência da Associação  São Vicente de Paulo, entidade que administra o Hospital Margarida, ainda não entendeu que o HM é subvencionado pelo Município, e, portanto, equipara-se à órgão da administração pública indireta, devendo se submeter aos princípios constitucionais e legislação pertinente, destinados ao controle da coisa pública.
Desde que o Hospital Margarida passou a ser subvencionado pelo Município jamais se viu tamanha cena de politicagem circense, como o circo protagonizado por José Roberto Fernandes, ontem, em reunião do Conselho Municipal de Saúde. Mediante convocação que circulou nas redes sociais, o atual provedor do HM arregimentou funcionários do Hospital Margarida, gerentes dos postos de saúde, e diversos comissionados da prefeitura para deixarem seus postos de trabalho e se dirigiram à Câmara na tentativa de impedirem o desdobramento do processo de eleição para a diretoria do Conselho Municipal de Saúde.       
Ora, se o provedor não concorda com determinada situação no Conselho Municipal de Saúde, ele deve buscar a justiça para solucionar a situação. E se ainda não o fez é porque não existe nenhuma ilegalidade no Conselho. Retirar do trabalho funcionários que prestam serviço público de saúde, sobre os quais ele detém poder de subordinação, para participarem de um circo politiqueiro, alem de uma arbitrariedade sem tamanho, é ato que prejudica a prestação do serviço de saúde no Município. José Roberto Fernandes é o provedor mais politiqueiro que já passou pelo Hospital Margarida. 

O Dia em que a Saúde de Monlevade Parou em vão para Impedir uma Eleição Democrática



Hoje foi o dia em que o setor da saúde em João Monlevade parou para nada.
Convocados pelo provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernandes, funcionários uniformizados do HM, gerentes dos postos de saúde e comissionados em geral do governo Simone/Carlos Moreira estiveram presentes na reunião extraordinária do Conselho Municipal de Saúde designada para hoje, às 14:00 hs, na tentativa de pressionarem pelo impedimento do desdobramento do processo de eleição da diretoria daquele conselho. Tantos eram os funcionários que se pode afirmar que, por falta da presença do pessoal ao trabalho, o setor da saúde pública do Município, literalmente, parou para impedir a realização da eleição no CMS.
Mas, parou em vão. Diante da manobra manejada pelo provedor José Roberto Fernandes, o CMS deliberou por suspender a reunião e encerrar os trabalhos em menos de 5 minutos. Frustrados, ficaram o provedor e seus adeptos com aquela inconfundível cara de tacho, como demonstram as fotos. E agora, quem vai pagar pelo ponto dos funcionários que faltaram à tarde de serviço?

Apoio a Bolsonaro Bancado pelo Contribuinte Monlevadense



Apesar do estado lastimável que se encontram os setores da saúde, abastecimento de água, limpeza pública, etc, quatro vereadores de João Monlevade resolveram se desligar um pouco de toda problemática local e gastar o dinheiro do contribuinte monlevadense lá em Brasília. 
Como demonstra o vídeo anexo, os vereadores Tonhio Eletricista, Cláudio Cebolinha, Leles Pontes e Fábio Lúcio da Silva tomaram o avião e estiveram, recentemente, em Brasília para apresentar apoio à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Tudo pago pelo contribuinte monlevadense através das verbas de gabinete.
Diante da cena, as perguntas que se fazem são a seguintes. Será que contribuinte é mesmo o brigado a bancar os custos de engajamento de vereador em campanha partidária, lá em Brasília? Quanto a excursão partidária custou aos cofres dos contribuintes? Será que algum pretende ser ministro de Bolsonaro?

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Bode Petrúquio faz mais pela capina pública do que Prefeitura


Diante das touceiras de mato que tomam conta da cidade, moradora da Rua Tapajós resolveu unir o útil ao agradável: soltou seu bode Petrúquio na via pública. Assim, enquanto o caprino faz o trabalho que é da Prefeitura, erradicando e alimentando-se do mato, a dona do animal encomenda para o futuro uma boa buchada de bode, em razão da engorda do animal proporcionada pela fartura de pasto.

terça-feira, 10 de abril de 2018

190 Anos da Expedição Monlevade


Anteontem, 08 de abril, um dos episódios mais fundamentais para a instalação da Fábrica de Ferro de João Monlevade completou 190 anos. Trata-se da desconhecida Expedição Monlevade, que navegou pelos rios Doce e Piracicaba acima, do final de 1827 a início de 1828, com auxílio decisivo dos índios Botocudos, para transportar até o interior de Minas Gerais a primeira e também desconhecida máquina a vapor da indústria brasileira, além de outros maquinismos. 
Tivesse falhado a expedição, Monlevade não teria o que fazer em São Miguel do Piracicaba e, muito provavelmente, jamais instalaria sua indústria aqui. Aliás,sem aquelas máquinas não haveria a indústria de Monlevade, seja onde fosse.
São quase dois séculos de um intrépido fato histórico que ninguém conhece e que se prestou a transportar para Minas Gerais uma pioneira Máquina a Vapor, também desconhecida. O maior mal que atinge o brasileiro contemporâneo parece ser a amnésia sobre si mesmo.

terça-feira, 3 de abril de 2018

O Ramo da Estrada Real de João Monlevade



Imagine que o município de João Monlevade é cortado, de leste a oeste, por aquele que foi um dos mais movimentados e estruturados ramos da Estrada Real, na região. É isso mesmo, ninguém sabe, mas o trajeto linear da Avenida Getúlio Vargas corresponde ao traçado da antiga estrada carroçável que dava acesso à Fábrica de Ferro Monlevade, escoava sua produção e era muito transitada pelas tropas, já que era dotada de pontes largas e confiáveis, coisa incomum de se achar naquele idos. A própria Fábrica de Ferro de Monlevade já era em si um grande atrativo para tropeiros porque, além da existência de largas pontes para travessia do Rio Piracicaba, o estabelecimento também produzia os melhores cravos, ferraduras e ferramentas para ferrar, o que produzia muito movimento das tropas. Muitos tropeiros viviam,exclusivamente, de revender os produtos mais leves fabricados por Monlevade, como as próprias ferraduras, cravos, pregos, enxadas, machados, foices, fechaduras, cavilhas, etc, Minas afora. Outro aspecto muito interessante do ramo da Estrada Real que passa pelo Município era o intenso trânsito dos carretões de quatro rodas, puxados por juntas de bois, que serviam à Fábrica de Ferro de Monlevade no transporte do minério de ferro, do carvão, etc, e também transportavam seus produtos até as Minas de Ouro. Monlevade foi o principal fornecedor de artefatos de ferro para as Companhias de Ouro inglesas que se fundaram às dezenas por toda Minas Gerais nos 1800. E era ele também quem transportava seus produtos até seus clientes, por meio de uma extensa rede de estradas carroçáveis, dotadas de pontes e pousos, por onde trafegavam seus carretões de quatro rodas, guiados por seus escravos. Há registro de um aguilhão (eixo) de ferro de 60 arrobas (900 quilos) de peso, forjado pelo Martelo Vapor de Monlevade, transportado num carretão de quatro rodas e entregue na Mina de Morro Velho em Nova Lima, a mais de 100 km quilômetros de distância. 
Em 1853, Monlevade escreveu ao governador de Minas:
[...]
"Existem 150 escravos de serviço, já adestrados na arte do ferro, na fabricação do carvão a moda européia, na manipulação de ferros de todas as formas e tamanhos ... Entre os escravos há também ótimos ... carreiros, arrieiros, etc, etc".

"Carreiros" eram os escravos que conduziam os carretões de quatro rodas puxados por juntas de bois e "arrieiros" eram os escravos que conduziam as tropas de mulas. E segue Monlevade:
[...]
"Existe na fazenda para cima de cinco léguas (35 quilômetros) de estrada de carro, entre as quais 2 ½ (17,5 quilômetros) admitem carros europeus de quatro rodas. Tem duas pontes lançadas sobre o Rio Piracicaba,... Em fim tem carros grandes de quatro rodas para condução do carvão, das pedras; há carretões à moda européia ..."

As estradas carroçáveis construídas por Monlevade iam muito além das divisas de sua propriedade, conforme se transcreve (Relatório de 1853):
[...]
"Porém utilizando uma estrada que fiz na direção dela, a qual é já utilizada para o transito geral das tropas que vão da Prata a S. João de Madureira, Antônio Dias, Lagoa, a Santa Bárbara, Gongo, Sabará, etc e aproveitando pedaços da estrada tortuosa que existe, talvez depois de concluída , a distancia à pedreira de cal não excederá a 6 ½ léguas.
Ela (a fábrica) é aqui distante a 2 ½ léguas dos Arraiais de S. Miguel e S. José da Lagos e agora a seis léguas da cidade de Itabira, mas, ficando acabada a ponte em construção sobre o Rio de Santa Bárbara , assim como a estrada da dita para a cidade, ficara a distancia reduzida a 4 ¼ léguas. Em fim este lugar outrora inteiramente deserto, está hoje muito freqüentado pelas numerosas tropas carregadas de mantimentos que vão para a mata e saem delas, assim como por outras que tem negócios com a casa, todas se aproveitando das estradas, e no tempo de seca de uma das pontes que franqueie ao público..."

O trajeto do ramo da Estrada Real monlevadense que, em grande parte, compreende o traçado da atual Avenida Getúlio Vargas, tem início no entroncamento na Ponte Coronel (acesso secundário a Santa Bárbara), na BR 381, passa pela Localidade de Santa Rita de Pacas, Bairro Nova Cachoeirinha, Bairro Carneirinhos, onde segue pela margem direita do Córrego homônimo, hoje canalizado, atravessando todo o centro comercial para passar pelos bairros Belmonte, Baú, Areia Preta , Vila Tanque até chegar ao Solar Monlevade, sede administrativa da Fábrica de Ferro e da Fazenda Carvoeira de Monlevade, de onde segue para Rio Piracicaba, passando pelo Bairro Jacuí. 
Se por um lado, a Vila Operária de Monlevade (1935) foi planejada, por outro, o surgimento de Carneirinhos se deu de forma muito parecida com o que acontecia com os vilarejos mineradores do sec. XVIII que se instalavam a partir de arruamento correspondente aos traçados das rotas dos tropeiros. Foi assim com Carneirinhos que, mesmo no sec. XX, teve suas primeiras casas e comércios abertos ao longo da rota local dos tropeiros. É preciso lembrar quando foi fundada a Vila Operária, os únicos acessos à Monlevade eram por ferrovia e pelas antigas rotas de tropeiros, ainda não existiam as rodovias. 
É claro que a cereja do bolo do ramo da Estrada Real monlevadense são o Solar Monlevade e o Museu que abriga as máquinas da fábrica, entre elas o também desconhecido Martelo de Forja a Vapor, seguramente a primeira máquina a vapor da indústria brasileira. Apenas o Martelo de Forja a Vapor, se restaurado, divulgado e colocado à visitação, representaria um grande atrativo turístico, pois deve ser o único da América Latina. Não é por menos que o Sesc tem marcos da Estrada Real instalados em vias correspondentes do Município (fotos). 
O fato de Monlevade ser cortada por um ramo muito distinto da Estrada Real, possuir a primeira máquina a vapor da indústria, que chegou ao Município em 1828, por meio de uma expedição inédita, tripulada por mais de uma centena de índios botocudos e não saber de nada disto demonstra o elevado grau de alienação em que vive o monlevadense e o que acontece com João Monlevade, em termos culturais e da construção da identidade local, é apenas uma mostra da completa alienação em que vive o brasileiro contemporâneo. Infelizmente o brasileiro atual não tem compreensão de sua origem, de sua identidade, de sua história e de sua formação. Por isso, tem esta imensa dificuldade em seguir edificando o país.