quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Jornalista monlevadense rasga o próprio diploma e não respeita nem direito autoral



Para se ter, minimamente, instalado o regime democrático são necessários três elementos básicos: eleições livres e periódicas, independência e harmonia entre os três poderes e imprensa livre. A faltar algum desses três elementos não há Democracia. A terceira condicionante democrática citada, a imprensa livre, transfere diretamente para o jornalista imensa responsabilidade na construção da Democracia, pelo simples motivo de que o regime não pode ser construído em cima da mentira e da manipulação de notícias. O jornalista é aquele investigará, elucidará e trará à tona toda a verdade que é de interesse coletivo e na maioria das vezes é mantida escondida pelas aparências para, principalmente, possibilitar ao eleitor a conduzir seu voto de acordo com a interpretação correta da realidade que o cerca. George Orwell definiu, “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique” . 
Em 2009, o Supremo Tribunal Federal decidiu que era inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do jornalismo. Vi aquilo com muita reserva. Considerei que naquela ocasião o STF confundira liberdade de expressão com qualidade profissional e que, portanto, haveria uma desvalorização da profissão. Agora vejo que a desvalorização do jornalismo, infelizmente, foi tão grande a ponto de jornalista formado chegar a rasgar o próprio diploma. Pois é o que acontece, quando o jornalista formado se envereda pelo campo do marketing e da publicidade, inadvertidamente. Tanto é assim que o Código de Ética do Jornalista impõe através do inciso IV de seu artigo 12 que o jornalista é obrigado a “informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções”, pois o marketing travestido de notícia possui alto poder de desinformar.
Aqui em Monlevade, por exemplo, existe o cidadão Thiago Moreira, que se anuncia como jornalista e marqueteiro do Hospital Margarida, ao mesmo tempo, fazendo publicar rotineiramente uma série de matérias publicitárias sobre o provedor da casa de saúde, José Roberto Fernandes, sem, contudo informar à população de que aquele conteúdo se deve a contrato publicitário que o jornalista tem firmado com a Associação São Vicente de Paulo, aquela mesma dos repasses de recursos públicos por meio de CNPJ baixado. Aí, o leitor fica achando que aquilo é matéria o jornalista, confundindo-se sobre a realidade dos fatos, quando na verdade o conteúdo divulgado se trata de publicidade paga e contratada. A verificar as matérias pagas recentemente divulgadas pelo jornalista Thiago Moreira sobre o Hospital Margarida, não consta de nenhuma delas a informação de que se tratam de marketing. Aliás, outro absurdo desta história é um hospital que sempre se encontra em situação financeira difícil, ameaçando fechar suas portas, empenhar recursos para tentar reabilitar a imagem pessoal de um provedor transloucado e inconsequente que não representa outro interesse a não ser o de Carlos Moreira no Hospital Margarida e está conduzindo o HM à beira do abismo. 
Como do pau que nasce torto até a cinza é torta, a atividade publicitária de Thiago Moreira é tão desonesta que nem direito autoral ele respeita. Compare as duas imagens anexas. A foto do provedor José Roberto Fernandes, publicada por Thiago Moreira em seu site Tenda Vip para ilustrar a matéria publicitária paga divulgada ontem, 05 de dezembro, e intitulada “Provedor do Hospital: estamos fazendo das tripas coração para pagar o 13º” é de minha autoria e foi indevidamente copiada de matéria de opinião publicada em meu blog, o Monlewood, em 27 de abril de 2018, sem a minha autorização. 
Inaceitável, violação do Direito Autoral a parte, agora que o leitor sabe do contrato de marketing que Thiago Moreira tem com a Associação São Vicente de Paulo a recomendação que se faz é ler aquele conteúdo publicitário, sabendo que foi pago e que, portanto, não se trata de jornalismo, apesar de publicada por jornalista. Ou seja, para a formação da consciência política, desconsidere o conteúdo envolvendo o HM publicado por ele, porque, a parafrasear George Orwell, marketing é publicar aquela qualidade que alguém não possui. Não se vê, por exemplo, o jornalista investigar e publicar o que foi feito do valor arrecadado com as cartelas do Bingo de 2016 cancelado pela Justiça, cujo valor orçado em 1 milhão de reais desapareceu sem deixar rastro, fonte de receita que hoje faz tanta ao HM.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Prefeita Tomba Igreja já Tombada





Recentemente, circulou a informação de que a prefeita, Simone Carvalho, havia tombado a Matriz de São José Operário, marco histórico, arquitetônico e religioso do Município, em belíssimo estilo neoclássico, tão característico da Vila Operária de Monlevade, além da incomum nave em formato de “V”, em alusão à vitória dos aliados na II Grande Guerra.
Como se vê de entrada, trata-se de monumento que merece ser tombado para fins de preservação. Contudo, a ação da a prefeita não é inédita, como andam alardeando . O conjunto arquitetônico e paisagístico da Matriz São José Operário já é tombado para fins de preservação pelo inciso VIII da Lei Orgânica do Município de João Monlevade, desde 1990, ou seja, há 28 anos. O que a prefeita fez foi chover no molhado, demonstrando que sua assessoria não conhece os bens tombados pela legislação municipal. Aliás, como tem chovido, ultimamente!
Apesar do repentino interesse demonstrado pela prefeita em relação à história do Município, o que se vê no que restou da Vila Operária de Monlevade, que se encontra justamente no entorno da Mariz, é a ausência completa de políticas públicas para preservação do patrimônio histórico. O casario histórico da vila luxemburguesa (fotos) tem sido descaracterizado sistematicamente e muitos sobrados encontram-se em péssimo estado de conservação, além da imensa sugeria e desleixo das praças, ruas, logradouros e do abandono do Colégio Santana e do Clube de Caça e Pesca.
Como não é possível cuidar daquilo que não se conhece, transcrevo a seguir a lista de bens tombados para fim de preservação, disposta pelo artigo 170 da Lei Orgânica Municipal:


Art. 170. Ficam tombados, para o fim de preservação, e declarados monumentos naturais, paisagísticos, artísticos ou históricos, sem prejuízo de outros que venham a ser tombados pelo Município:

I - os alinhamentos montanhosos das Serras do Seara e do Andrade;
II - as áreas de proteção dos mananciais;
III - a mata do Clube de Caça e Pesca;
IV - a mata da “Cabeceira do Bananal”, no Vale do Sol;
V - a mata em volta da Represa do Jacuí;
VI - o Cinturão Verde da Usina Siderúrgica Belgo Mineira;
VII - a mata do Hospital Margarida, do Clube Embaúba e Aeroporto;
VIII - o conjunto arquitetônico e paisagístico da Igreja São José Operário;
IX - o conjunto arquitetônico original da Fazenda Solar;
X - o prédio do antigo Cassino;
XI - o conjunto arquitetônico do antigo Colégio Estadual, na Praça Ayres Quaresma;
XII - a fachada original do Bloco Administrativo do Hospital Margarida; (Redação dada pela emenda nº 8, de 2007).
XIII - o prédio do antigo Hotel Monlevade, hoje, Sindicato dos Trabalhadores;
XIII - o prédio do antigo Hotel Monlevade; (Redação dada pela emenda de revisão da lei orgânica nº 1, de 2008).
XIV - o prédio do Hotel Siderúrgica;
XIV - o prédio do antigo Hotel Siderúrgica; (Redação dada pela emenda de revisão da lei orgânica nº 1, de 2008)
XV - o prédio da Escola Santana.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Desmonte do Bingo ocorrido na gestão de José Roberto Fernandes agrava Dívida do Hospital Margarida




A edição da última sexta-feira do Jornal A Notícia veiculou matéria preocupante sobre a situação financeira do Hospital Margarida. Segundo o impresso, “o fantasma do fechamento voltou a assombrar o Hospital Margarida” , que tem a receber do governo do estado R$ 4.201.188,31 em atraso , através do convênio Pro-Hosp. Para o provedor da casa de saúde, José Roberto Fernandes, o único hospital em funcionamento no Município pode fechar suas portas: “não tem como o Hospital sobreviver a esse calote”, afirmou.
Em primeiro lugar, sempre chama à atenção a falta de transparência em relação as contas do hospital. A dívida consolidada do HM corresponde exatamente ao valor de quatro milhões e duzentos mil reais atrasados pelo estado ou é maior e não foi revelado pelo provedor ?
Em segundo lugar, chama mais ainda atenção o termo utilizado pelo provedor José Roberto Fernandes: “calote”. E em relação ao que ocorreu com o ex-tradicional Bingo do HM, que foi transformado num evento comercial pelo atual provedor, tendo de ser suspenso  pela Justiça, a pedido do Ministério Público e os valores pagos pelas cartelas, estimados em cerca de 1 milhão de reais, jamais foram devolvidos aos participantes?  O nome disso também não  “calote”? Como se vê, calote gera calote.
Mas a verdade matemática da dívida agora verificada no HM é que se o provedor José Roberto Fernandes não tivesse, em 2016, descredenciado a AAHM, que por uma década realizou o Bingo do Hospital sem qualquer problema, e não tivesse contratado, sem o menor critério técnico, uma empresa de engenharia de Viçosa, reduto eleitoral de Rodrigo de Castro, desvirtuado o caráter filantrópico do evento, muito provavelmente o Bingo teria sido realizado naquela oportunidade, rendendo cerca de 1 milhão de reais em receita para o orçamento HM. E se o Bingo tivesse sido realizado também em 2017 e agora no fim do ano de 2018, seriam mais 2 milhões de reais para o HM. No total, de 2016 a 2018, o Bingo poderia ter rendido 3 milhões de reais ao HM, não fosse a ingerência de José Roberto Fernandes, que arrasou a credibilidade do evento que já vinha se firmando como um dos mais importantes do calendário monlevadense. Se considerados os juros e correção monetária do valor arrecadado pela venda das cartelas em 2016 e os juros e correção dos valores que deveriam ter sido arrecadados em 2017 e em 2018, a receita do Bingo chegaria perto de cobrir a quantia, agora, anunciada com dívida, pelos atrasos dos repasses do estado.   
Então não há como chegar a outra conclusão matemática. A ingerência do provedor José Roberto Fernandes em relação a Bingo do HM só vem contribuindo para o agravamento da dívida do hospital, favorecendo o risco de fechamento do único hospital da cidade. Não pode ser outra a verdade.