terça-feira, 27 de novembro de 2018

Belmar Diniz: Uma Verdade Inconveniente


Como se vê pelas redes sociais, o vereador Belmar Diniz já se encontra em campanha para 2020 e o pontapé inicial é um projeto de lei que pretende isentar de IPTU o contribuinte, de cujo imóvel não seja servido por rede de esgotamento sanitário, água tratada, pavimentação, etc. 
Belmar Diniz é filho do ex-prefeito Leonardo Diniz e pretende, agora, uma candidatura ao cargo de prefeito de João Monlevade, estando no terceiro mandato de vereador. Poucos sabem, mas a verdade é que as candidaturas de Railton e de Laércio foram sacrificadas para que Belmar Diniz fosse eleito vereador nas últimas eleições. Explico. É que nos últimos 20 dias da última campanha para prefeito e vice, a ex-vereadora Filinha utilizou indevidamente os panfleteiros do comitê do Bairro Cruzeiro Celeste para pedirem votos, exclusivamente, para Belmar. Assim, com a campanha sabotada num dos maiores colégios eleitorais do município, faltaram os 126 votos para eleger Railton e Laércio. Mas aí irão dizer: - Belmar é filho de Leonardo. É sim e para por aí. Sob o ponto de vista político, Belmar Diniz, infelizmente, não herdou absolutamente nada de Leonardo. Basta lembrar que Belmar, enquanto vereador, votou favorável a autorizar a Enscon a não receber a passagem de ônibus em dinheiro a bordo do coletivo, votou a favor do rotativo abusivo em vigor no centro de João Monlevade e votou a favor da terceirização do DAE para o Consorcio de Intermunicipal de Saneamento, com sede em Belo Horizonte, que já reajustou a tarifa repetida vezes. Como se vê, não é o caso, mas mesmo se Belmar fosse o mais progressista vereador de João Monlevade jamais poderia ser considerado razoável, sob o ponto de vista da ciência política, sacrificar um projeto de governo desenvolvimentista para o Município, como o representado por Railton e Laércio, para elegê-lo. Jamais se sacrificam um prefeito e o vice para eleger um vereador. É isto mesmo, se hoje Monlevade segue hoje nas mãos de Moreira, muito se deve a Belmar Diniz e a sua fiel escudeira Filinha. 
O histórico de Belmar Diniz, enquanto vereador , além de revelar um demagogo que dissimula se de um lado para votar em outro, somado à sua "jogada" nas últimas eleições, também demonstra que ele não possui projeto de desenvolvimento para João Monlevade. É o que que comprova o projeto de lei de isenção do IPTU. Veja que ao invés de Belmar, enquanto vereador, cobrar do Executivo para que o mesmo implemente calçamento, abastecimento de água, serviço de esgotamento sanitário, etc, em 100% dos imóveis cadastrados no IPTU, ele faz o contrário, isentando-os do pagamento. Ora, ao isentar tais imóveis do IPTU, o projeto de Belmar incentiva a instalação e a manutenção de moradias em locais sem infra-estrutura, o que não é nada desenvolvimentista. Aliás, falar em isenção fiscal num momento crítico para a arrecadação do Município ainda pode comprometer os salários de professores, do funcionalismo em geral e serviços em geral. Já pagamos muito caro pela falta de coerência política no prandinismo. Não repetiremos o mesmo erro. No vídeo anexo, Belmar Diniz, vereador pelo PT, pede voto na praça Domingos Silvério para o sobrinho da Mírian Leitão, do PV. Chega de incoerência e de cinismo político! Chega da política da conveniência! Belmar, nem pintado de ouro!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Testemunho Bolsonaro


Então, Bolsonaro foi eleito presidente da República. E, agora, o que esperar para os próximos anos no Brasil? A implementação de toda a sua retórica, ora. 
Infelizmente, boa parte do eleitor brasileiro votou em Bolsonaro, acreditando que aquela retórica inflamada que caracteriza a extrema-direita não seria implementada, era apenas um blefe, uma forma de oposição à situação estabelecida. O eleitor de Bolsonaro depositou o voto cego. O medo e o ódio cegaram-no. Cá entre nós, é bem verdade o brasileiro contemporâneo não é muito de tomar decisões imbuído da razão, do pensamento lógico, pelo simples motivo de não se encontrar habilitado para tal. È preciso relembrar que em 1966, dois anos após o Golpe de 64, a Ditadura instalada no país excluiu dos currículos escolares a matéria filosofia, que é a disciplina que ensina o indivíduo a pensar, a raciocinar. O ser humano não nasce habilitado ao pensamento, ele aprende a pensar, se for submetido à formação filosófica. Em 1968, o ano mais conturbado do regime, a mais tradicional e fecunda escola de filosofia do Brasil,o Colégio do Caraça, ardeu em chamas, encerrando suas atividades. A filosofia só voltaria a ser obrigatória no Brasil em 2014, já havendo projeto de lei em tramitação no parlamento para suprimi-la novamente dos currículos escolares. E não adianta cobrar do brasileiro aquela formação que o país não lhe deu. Ninguém pode dar aquilo que não tem. Sejamos sinceros, o Brasil contemporâneo é um país passional. Um país que tem a agricultura que alimenta cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo e, ao mesmo tempo caminha para regressar ao mapa da fome da ONU não pode ser considerado racional. Aqui, não temos formação filosófica consolidada, os conceitos filosóficos não circulam na grande mídia. Aqui, não formamos senso crítico, apenas repetimos os enredos das novelas da Globo. Se sentimos ciúmes, vamos lá e matamos, se temos raiva, agredimos, se sentimos inveja, vamos lá e sabotamos a vida do próximo, até porque todo comportamento que é exibido pela grande mídia tende a ser replicado na sociedade e a nossa grande mídia são as novelas da Globo. E foi assim, como num enredo da novela das 21 horas, o brasileiro conduziu seu voto a urna. Inicialmente, Bolsonaro encontrou apoio quase que maciço no ódio da classe-média brasileira que se ressentiu com a ascensão social das classes C, D e E , ocorridas nos governos Lula e no primeiro mandato da Dilma. Fica a lição: o ressentimento da classe-média pela ascensão do pobre constituiu na ultima década, talvez, o maior entrave para o desenvolvimento socioeconômico do país. O atentado ocorrido em Juiz de Fora também confundiu o eleitor e alavancou a campanha de Bolsonaro para além dos 20% de intenção de votos representados pela classe-média . E por fim, houve o fenômeno do arrebatamento, impulsionado pelas notícias falsas ou fakenews e gerado pela sensação de risco que se fez circular em torno da possibilidade de não haver mudança, sobretudo, no quadro econômico do país. O eleitor foi convencido de que o PT quebrou o país. O que, de certa forma é verdade, mas não por descontrole fiscal e, sim por falta de estratégia política diante de uma oposição que adotara a política da terra arrasada. No momento em que a Dilma fora reeleita, em 2014, o déficit público era de 2,5% do PIB. Comparativamente, quando FHC se reelegera em 1998 , o déficit chegou a 4,5% do PIB, quase o dobro, e naquela ocasião ninguém levantou a bandeira de que o país estava quebrado nem deu impeachment no presidente da República por conta de “pedaladas fiscais”, que ainda não foram conceituadas, tecnicamente. Para se ter uma ideia, aos países da Zona Euro, que se submetem a rigorosos programas de controle de gastos, é facultado um déficit de até 3% do PIB. Então, de acordo com os números, naquele momento o país não estava quebrado. Mas, a Rede Globo insistiu muito no tema e uma mentira dita mil vezes pela Globo, invariavelmente, se torna uma verdade no Brasil. Foi, então, que Dilma, recém reeleita, deu posse como ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aquele que teria integrado a equipe econômica de Aécio, caso ele tivesse sido eleito, e o mesmo que Bolsonaro agora indica para a presidência do BNDS. Uma vez nomeado para a Fazenda, Joaquim Levy,ultra- liberal da Escola de Chicago, tratou logo de restringir, duramente, uma série de programas de transferência de renda como o auxílio-doença, pensão por morte, o seguro-defeso, seguro-desemprego, abono salarial, etc, dando um verdadeiro cavalo de pau na economia brasileira. As medidas de Levy repercutiram imediatamente gerando graves efeitos na economia, principalmente, na situação de pleno emprego que o país experimentava. Aí sim, o Brasil rapidamente ultrapassou a marca de 10 milhões de desempregados, o que reduziu muito a atividade econômica, comprometendo sobremaneira a arrecadação da União e dos estados. Estava, então, instalada a crise econômica que perdura ate os dias atuais. Muitos chamaram as medidas de Joaquim Levy de punhalada fiscal contra Dilma. Foi o erro derradeiro da Dilma. A partir daí, a péssima situação econômica do país precipitaria seu impeachment. Mas não foi o único erro do PT. Mesmo antes de isso acontecer, o PT já havia errado muito. Errou quando esteve no poder e deixou de realizar a reformas que João Goulart fora impedido de fazer pelo Golpe de 64. Tivesse, por exemplo, realizado as reformas dos meios de comunicação, democratizando o acesso e dividindo entre outras três emissoras o monopólio da TV brasileira concedido à rede Globo, dificilmente, teria sofrido o impeachment. Tivesse também realizado a reforma política, não teria, necessariamente, que se envolver na corrupção sistêmica de Brasília para formar maioria no parlamento. Foram erros que custaram muito caro à nação brasileira. Mas se o PT pagou um alto preço da falta de estratégia e coerência política, custo muito maior pagaram os tucanos, autores do impeachment da Dilma. Nas últimas eleições gerais, sobrou pouca coisa dos tucanos, enquanto que o PT ainda se manteve como um partido competitivo na disputa pela Presidência da República. Pois é, veja como o voto cego é perigoso. Joaquim Levy, que quebrou o Brasil no governo Dilma, agora será presidente do BNDS do governo Bolsonaro. Considerando o histórico recente, será que a o anuncio de Levy para a equipe econômica de Bolsonaro pode ser encarado como algo esperançoso a quem se encontra desempregado há 4 anos? Acho que não, já no segundo ano do mandato de Bolsonaro o Brasil deve chegar aos 15 milhões de desempregados. E o brasileiro, agora, também se enraivece contra as projeções muito sombrias que surgem em relação ao futuro governo Bolsonaro. Raiva à parte, é mais uma vez recorrendo-se à filosofia, que também embasa a ciência política, que se pode traçar o perfil de como será o governo Bolsonaro, o que se faz possível através das análises do conteúdo programático, do discurso e do espectro político ocupado por Bolsonaro. Então vejamos, Bolsonaro é um político de extrema-direita, ou seja, conservador. A extrema-direita é aquele gênero político que nutre a ideia de que o Estado tem a função de proteger a propriedade privada e nada mais. O Estado, portanto, não deve intervir na economia, distribuir renda, manter serviços de saúde, educação, nada. Considerando que a observação dos últimos 30 anos da história brasileira revela que o país somente chegou a se tornar uma economia de consumo em massa, ultrapassando a Inglaterra e tornado-se a sexta maior economia do mundo, o quarto maior mercado de automóveis e um dos maiores mercados de computadores, celulares, etc, além do grande boom na construção civil, quando o Brasil optou por distribuir um pouquinho da renda nacional. Bolsonaro não vai distribuir renda. Pode-ser que num primeiro momento, alguns setores da economia até apresentem algum crescimento. Mas será muito mais em função de uma demanda reprimida, resultado dos últimos vários meses de recessão do que qualquer outra coisa. A economia no governo Bolsonaro de deve variar pouco muito daquela vivenciada no último mandato de FHC: baixo crescimento, desemprego monstruoso e inflação baixa em razão do baixo consumo. A história recente já demonstrou que o consumo das classes A e B não são suficientes para manter aquecida a economia do país. Para tal faz-se necessário o consumo das classes C, D e E, o que não deve acontecer no próximo governo. Bolsonaro é conservador, então ele deve conservar ou aumentar o rentismo nacional que hoje representa quase 50% da despesa da União. Muito pouco sobrará para obras de infra-estrutura, etc. Assim, pode-se concluir que o orçamento de Bolsonaro deve ser muito generoso com os banqueiros e pouco preocupado com a saúde, a educação, a cultura, etc. Acredita-se que Bolsonaro deva colocar muito dinheiro nas Forças Armadas, podendo até se meter em algum conflito na região. O eleitor de Bolsonaro agora deve ficar atento a convocação compulsória para combater comunistas nas Venezuela. No campo dos direitos humanos, o Brasil deve viver um grande retrocesso. Desespera-se que já nos cem primeiros dias de governo, Bolsonaro aprove a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. Na questão das liberdades individuais não se sabe quão longe Bolsonaro pode ir. Para o meio ambiente desespera-se mais devastação, sobretudo, da Amazônia. Na questão da soberania nacional, desespera-se total submissão ao Tio San, a entrega definitiva do Pré-sal , da Embraer, da Base de Alcantara, etc. No tema das reformas institucionais, o que se desespera é a ausência completa delas. Como já dito, Bolsonaro é conservador e, portanto, conservará todas as estruturas que hoje definem o Estado brasileiro. Manterá o presidencialismo de coalizão brasileiro, em que o presidente da República apenas consegue maioria no parlamento, loteando milhares de cargos nos ministério e nas estatais, entre os muitos partidos do chamado "Centrão". Manterá os privilégios de classe. Não será fácil, até porque Bolsonaro vem em dose quádrupla: ele tem 4 filhos como ele. Na área internacional, o que se desespera é a retaliação de boa parte do mundo pelo discurso e meditas de Bolsonaro, como já está acontecendo. E podem ir se acostumando com a retórica indecorosa e absurda de Bolsonaro, o que não vão faltar são as mais absurdas declarações já realizadas um presidente da República no Brasil.
Mas, tudo será um mal necessário. O ideário fascista que instrui o bolsonarismo já vem circulando livremente em nossa sociedade há muito tempo. Liga-se a televisão ou o radio e se escuta a todo o momento que “direitos humanos são direito de bandido”, que “bandido bom é bandido morto”, que “menoridade é sinônimo de impunidade”, etc. etc. O racismo e o materialismo circulam muito nos enredos das novelas e as pessoas sempre agindo de forma velada na mais hipócrita das sociedades. Agora não. Agora o fascismo se formalizou, se revelou, se instituiu, não é mais velado. Muitos foram os fascistas que se revelaram em nosso convívio. E é muito mais fácil combater aquilo que se vê do que aquilo que vive escondido. Pela primeira vez, em muito tempo, o Brasil terá a oportunidade de ficar face a face com tudo aquilo que ele precisa combater.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Isolamento de prefeita gera instabilidade na Câmara


A prefeita Simone Carvalho tem encontrado muita dificuldade política na Câmara Municipal. Vereadores tidos como da base governista andam levantando um mundo de críticas contra o governo Simone, sobretudo quando o assunto é a saúde pública do Município. Vetos da prefeita têm sido derrubados, um atrás do outro, e, recentemente, até uma audiência pública pra tratar dos problemas da saúde foi aprovada pelos vereadores por ampla maioria de votos. O que estaria acontecendo? Ora, a instabilidade política vivenciada pela prefeita na Câmara nada mais é do que o resultado direto do estratagema empregado pelo ex-prefeito Carlos Moreira para, apesar de inelegível e com os direitos políticos cassados, se manter no poder, mesmo que indiretamente. 
Sabe-se que Simone somente foi lançada candidata, porque seu convivente em união estável, Carlos Moreira, não podia candidatar-se, em função de seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa. Sabe-se também que Carlos Moreira é figura central no governo Simone, ditando as ordens e sempre dando a palavra final sobre tudo. Contudo, para colocar Simone sob seu jugo, a prefeita é mantida, politicamente, isolada em seu gabinete, o que dificulta muito a boa relação institucional entre os poderes. Ela, dificilmente, recebe vereadores, cidadãos ou até mesmo determinados secretários em seu gabinete. Os edis também reclamam da falta de coerência da prefeita em relação ao cumprimento dos acordos firmados. Ora ela faz, ora ela desfaz, o que é típico de uma situação na qual quem de fato comanda o Município não é aquela que ocupa a chefia do Executivo. Tudo que Simone decide, sem a concordância do ex-prefeito inelegível, é imediatamente desfeito por Carlos Moreira. 
O eleitor monlevadense tem tido a dura oportunidade de testemunhar e de compreender que a estratégia utilizada por Carlos Moreira para burlar a Lei da Ficha Limpa, manejando-se diante de uma prefeita preposta a seus interesses exclusivos, além de dificultar o estabelecimento de uma liderança capaz de conduzir o Município de volta aos rumos do desenvolvimento, também gera bastante instabilidade política entre Executivo e Legislativo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Caça às Bruxas




 A aceitação por parte de Sérgio Moro para compor o governo Jair Bolsonaro, assumindo os ministérios da Justiça e da Segurança Pública, é desfecho  absurdo que, por fim, escancara a completa falta de isenção do juiz de Curitiba.  
No Brasil o ódio justifica os meios: o futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro é o mesmo é que divulgou delação na véspera do 1º turno, prejudicando o adversário.
Ao que tudo indica, Moro terá no governo Bolsonaro o mesmo papel que coube a Himmler  no 3º Reich de Hitler. Preparem-se para a caça às bruxas.  

De Pimentel à Zema



Pimentel pagou o alto preço da apolítica. Pimentel assumiu o governo de Minas e não foi nada político, não marcou posição, ficou em cima do muro, foi diplomático com o tucanato. Pimentel foi eleito governador de Minas e não cuidou de desmontar as estruturas tucanas aparelhadas no governo de Minas há décadas. Aqui em Monlevade, por exemplo, podemos citar as estruturas tucanas montadas no Hospital Margarida que, apesar dos gordos repasses do fundo estadual de saúde, foram mantidas vigentes durante o governo Pimentel. Foram tais estruturas que, por exemplo, elegeram Aécio Neves deputado. Pimentel aprendeu às duras penas que a diplomacia deve ser reservada apenas à relações exteriores, na política deve-se ter posição e coerência. 
Não votei em Anastasia, por motivos óbvios. Também não votei no Zema. Pela primeira, vez anulei meu voto para governador. Zema descobrirá em breve que pouco daquilo que funciona num negócio privado pode ser aplicado à administração pública. Zema fala, por exemplo, em cortar 80% dos cargos comissionados no governo de Minas. Ora, no presidencialismo de coalizão brasileiro, que também se aplica aos governos estaduais, o chefe do Executivo só consegue maioria para aprovação de seus projetos junto ao parlamento mediante o loteamento de cargos nas secretarias e nas estatais entre os quase 40 partidos da base aliada. Significa dizer que, caso Zema corte de fato 80% dos cargos comissionados em Minas, sem que se realize uma profunda reforma política no modelo presidencialista brasileiro, a qual sou totalmente favorável, o governador eleito perderá 80% de seu apoio na Assembléia, o que pode levá-lo até ao impeachment, como ocorreu com Collor e de Dilma. E Bolsonaro não fará a reforma política, pois governos conservadores, como o próprio nome diz, tendem a conservar o status quo. 
Contudo, ninguém é tão ruim que não possa se aproveitar alguma coisa. Dos últimos governadores que assumiram o governo de Minas, Zema é o que possui melhor perfil para desmontar as estruturas tucanas vigentes, que tanto neutralizam as instituições. E se ele fizer só isso, já será alguma coisa. Só não se sabe a que custo.