Um dos requisitos da instalação da Democracia é o
funcionamento da imprensa livre. Infelizmente, não é o que, historicamente,
acontece em Monlevade. Aqui, o jornal impresso que circula há quase 40 anos não
é livre, mas sim preso pelo marketing, sobretudo, político. Sim, é verdade, o
domo do jornal impresso, além de jornalista declarado, é ao mesmo tempo
marqueteiro de políticos. Assim, o leitor, esganosamente, abre as páginas do jornal, pensando
que está a ler matéria jornalística, quando na verdade se trata de conteúdo de
marketing contratado, direta ou indiretamente. Certa ocasião, o Ministério
Público chegou até a sustentar que o dono do jornal de receber do Município um terreno
público de maneira irregular, em troca de serviços de marketing político.
Obviamente, é uma fórmula que não funciona, pois na maioria
dos casos, impede o órgão de imprensa de assumir suas funções democráticas que
são a de informar, de trazer transparência sob os atos do governo e, sobretudo,
a de pautar os problemas do Município. Nos locais onde é livre, a imprensa
assume o papel de pautar as questões até que as mesmas sejam resolvidas. E
pautar é muito diferente de citar. Pautar é acompanhar as questões,
sistematicamente, edição após edição, até que elas tenham uma resolução
definitiva. Em João Monlevade, a imprensa escrita apresenta imensa dificuldade
em assumir tal papel porque não é livre; encontra-se vinculada, presa e
acorrentada ao marqueting. E o marqueteiro não vai pautar nenhuma questão que
possa comprometer a imagem de seu cliente de fato ou em potencial, seja ele
político ou até mesmo uma siderúrgica.
A seguir, elenco 10 questões extremamente importantes para o
Município, algumas atuais, outras não, que jamais foram pautadas pelo jornal
impresso local:
1-Demolição da Praça Ayres Quaresma e do Cine Monlevade;
2-Demolição da Cidade Alta e do casario da Rua dos
Contratados;
3-Tentativa fracassada de transformar o antigo terminal
rodoviário num hospital de 100 leitos, ao custo de mais de 22 milhões de reais;
4- Paradeiro do dinheiro do Bingo do Hospital Margarida;
5- Paradeiro dos recursos para a conclusão do Matadouro
Municipal inacabado;
6-Paradeiro dos utensílios da Cozinha Comunitária;
7-Poluição ambiental da Arcelormittal;
8-ETE do Novo Cruzeiro que não funciona;
9-ETE de Carneirinhos que não sai do papel apesar das obras;
10- Surto de dengue na cidade.