segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Belmar Diniz é uma Vergonha!



Ontem, circulou a notícia de que a comissão de Orçamento e Finanças da Câmara aprovara, com voto favorável do vereador Belmar Diniz, o empréstimo de 3 milhões de reais junto ao BDMG para a prefeita asfaltar ruas no apagar das luzes do mandato.
Trata-se de mais um voto favorável do vereador Belmar Diniz a projeto político conservadorista destinado à manutenção do grupo de situação no poder, que se soma à lista de outros votos, igualmente, favoráveis e prestados pelo vereador petista à turma de Carlos Moreira, como também foram os casos da aprovação da terceirização do DAE, da implantação do Rotativo terceirizado e da autorização para a Enscon cobrar a passagem a bordo do coletivo apenas por meio de bilhetagem eletrônica. E agora, vem me dizer que Belmar votou favorável a projeto, visivelmente, eleitoreiro da turma de Carlos Moreira, contrário ao conteúdo programático de seu partido, sem barganhar nada? Votou pelo ideal!? Logo Belmar, um idealista que, em áudio vazado há pouco tempo, foi flagrado pedindo para Carlos Moreira cargo no governo! A visão de um vereador como Belmar Diniz no Partido dos Trabalhadores de João Monlevade dá vontade da gente sumir, literalmente.
É óbvio que o asfaltamento pretendido pela prefeita não trará desenvolvimento algum para Monlevade. Trata-se de ação desesperada de um governo que não conseguiu demonstrar qualquer liderança política na produção de resultados. Tudo que demanda a liderança pessoal da prefeita para acontecer, simplesmente, não acontece em João Monlevade. Já o asfaltamento não precisa de liderança política para acontecer, basta a contratação de alguma empresa para fazer o serviço. A prefeita não vai asfaltar porque quer, ela não tem outra opção, na tentativa de mostrar alguma realização. E a experiência que se tem é que o asfaltamento de ruas em véspera de ano de eleição, invariavelmente, se dá sem a instalação prévia da rede pluvial, meio-fio, passeios, etc. No governo de Simone já se viu até grama crescer do asfaltamento.
Em Monlevade, mais do que em qualquer outro lugar, asfaltamento por si só não é sinônimo de desenvolvimento. Ao contrário, o asfaltamento eleitoreiro e inconseqüente, sob o ponto de vista ambiental, tem se tornado sinônimo de inundação e prejuízo. É que com exceção da Avenida Getúlio Vargas, que foi uma movimentada rota de tropeiros e carreteiros, as demais avenidas de Carneirinhos e entorno foram construídas sobre ribeirões canalizados. Significa dizer que, muitas casas e comércios de Carneirinho se encontram, literalmente, localizados nas margens de ribeirões que, muito embora não possam ser mais vistos, estão ali. Dessa forma, nas ruas, o recomendado é o pavimento de blocos que permitem a absolvição da água da chuva. Do asfaltamento da área de eventos do Parque do Areão ocorrido recentemente, sem o estudo ambiental devido, pode-se esperar maior quantidade de água a verter para as avenidas no período chuvoso que se aproxima, potencializando o risco de inundações.
Resumo da Ópera: mais um projeto aprovado por Belmar Diniz com o objetivo de manter a situação no poder, em troca da potencialização das inundações em Carneirinhos e sabe-se lá mais o quê. A vontade é mesmo de sumir!

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Da Fundamental Produção de Carvão à Gastronomia possível nos Caldeirões da Senzala Monlevade




Atividade fundamental para o funcionamento da Fábrica de Ferro de João Monlevade foi a produção do carvão em escala fabril. Antes de se fixar em S. Miguel do Piracicaba, o próprio Monlevade já havia estabelecido fornos para a redução do ferro em Sabará e Caeté, onde encontrara imensa dificuldade de produção devido a inexistência de matas abundantes para o fabrico do carvão de forma ininterrupta. Aqui, onde hoje é o município homônimo, João Monlevade encontrou não apenas acesso ao Rio Piracicaba, por meio do qual transportaria as pesadas máquinas importadas da Inglaterra para sua indústria, como também o minério de ferro com fartura e qualidade extraordinária, além de uma luxuriante e extensa faixa de Mata Atlântica, que seria determinante para o processo de produção de seu fabuloso estabelecimento, fornecendo-lhe, sobretudo, a madeira para o fabrico do indispensável carvão. 
Sem dúvida, a produção em escala do carvão foi atividade chave para a Fábrica de Ferro Monlevade e, portanto, exigia imenso esforço de trabalho do empreendimento, ocupando porção significativa de sua mão-de-obra. Dos 150 escravos de Monlevade, grande parte se dedicava à derrubada da madeira, corte e transporte da lenha, enfornamento e transporte do carvão. 
No Relatório de 1853, Monlevade registra que mantinha "duas pontes lançadas sobre o Rio Piracicaba as quais por longos anos facilitarão o ingresso do carvão, etc, etc, de ambos os lados do mesmo”. Trata-se de preciosa informação, da qual se infere que eram, pelo menos, duas as suas carvoarias de Monlevade, cada uma de um lado do rio. Acredito que uma delas se localizava nas imediações de onde é hoje o Clube de Caça e Pesca e a outra no Bairro Vila Tanque. É muito provável que as vias que hoje representam o traçado da Avenida Aeroporto, da Rua Dr. Geraldo Soares de Sá e do acesso ao Campo de Aviação foram, originalmente, abertas no meio da mata por Monlevade para condução da lenha e do carvão até os fornos de sua fábrica. Como eram transportados por imensos carros de bois de quatro rodas, faz muito sentido que os mesmos subissem para a mata vazios e, depois de carregados com a lenha para o enfornamento ou com o carvão já pronto, desciam o morro, favorecidos pela gravidade, até a Fábrica de Ferro, que se localizava onde hoje é a Rua dos Contratados, logo abaixo do Solar Monlevade. 
No mesmo relatório Monlevade não registra o quanto de carvão sua fábrica produzia, diariamente. Contudo, revela que, por dia, ela rendia "30 arrobas de ferro”, ou seja, 450 quilos diários do metal. A partir de tal informação e da relação existente de 6 toneladas de carvão para uma tonelada de ferro produzido pelo método catalão, pode-se estimar que a Fazenda Carvoeira de Monlevade não podia produzir menos do que 3 toneladas de carvão por dia.É preciso considerar ainda que o fabrico do carvão se tratava de serviço sazonal, já que no período das chuvas, por motivos óbvios, se tornavam muito mais difíceis os trabalhos de corte da madeira, de enfornamento e de transporte da mesma. É possível ainda que Monevade produzisse mais de 3 toneladas de carvão, diariamente, estocando parte deste essencial insumo para ser consumido durante o período chuvoso, quando o serviço era quase interrompido devido as más condições das estradas e ao encharcamento da lenha. 
Aspecto também muito interessante sobre a produção de carvão vegetal em Monlevade é que tal atividade colocava a mão-de-obra do estabelecimento em contato direto com a Mata Atlântica local. Muitos escravos monlevadenses passavam o dia inteiro dentro da mata, derrubando, picando e transportando a madeira para as carvoarias. E neste contato direto com a mata, é esperado que dela os escravos não retiravam apenas a madeira para o carvão ou para as demais necessidades do estabelecimento. Considerando que, muito além da madeira, a mata é riquíssima em alimentos, é bastante possível que dela os escravos de Monlevade também aproveitavam muitos itens para incrementar a comida que lhes era preparada na cozinha. 
Infelizmente, o arquivo de registros, de relatórios, de correspondências, de periódicos e a biblioteca mantida por João Antônio de Monlevade foram extraviados para o Rio de Janeiro, quando a propriedade da família foi vendida para a Companhia Nacional de Forjas e Estaleiros em 1891, encontrando-se, ainda hoje, em local desconhecido. Assim, faltam subsídios específicos, capazes de revelar com precisão o que era preparado pela cozinha da Senzala Monlevade. Contudo, ainda no Relatório de 1853, João Antônio de Monlevade descreve uma série de características de seu estabelecimento que, conjugadas com o conhecimento sobre os víveres disponíveis na mata, nos permitem um pequeno vislumbre de alguns pratos, possivelmente, servidos na cozinha da Senzala Monlevade, durante os mais de 50 anos de funcionamento da maior e mais importante Fábrica de Ferro do Brasil Império . Ele registrou:
“ ... a superfície do terreno é geralmente coberta de matos e pouca produtiva de milho e feijão, mas sendo geralmente arenosa em muitas localidades frescas, produz muita batata doce, mandioca, etc... Em roda destes edifícios, o terreno está sempre ocupado de plantações úteis... Esta aguada é muito importante dando, mesmo no terreiro, impulso a um engenho de pilões, moinho para o fubá à moda européia , ralador de mandioca, etc.”
Dos trechos destacados acima e extraídos do Relatório de 1853, pode concluir-se que a base da alimentação na cozinha Monlevade eram o feijão, o milho e a mandioca, todos alimentos de origem indígena. Naquela época, o arroz e a farinha de trigo eram muito menos difundidos do que hoje. Ao citar moinho de milho e ralador de mandioca, Monlevade indica que o milho e a mandioca eram consumidos também em forma de farinhas e da canjiquinha. Quando Monlevade assinala que “o terreno está sempre ocupado de plantações úteis”, pode-se compreender que em torno do Solar havia um grande pomar e uma imensa horta, repleta de variedades de pimentas, condimentos, o urucum, etc. Monlevade também criava muito gado bovino, que era empregado na em juntas na tração dos imensos carros de bois de quatro rodas, donde se pode deduzir também que, esporadicamente, algum corte bovino deveria integrar o cardápio do almoço de seus trabalhadores. Monlevade não cita o porco. Mas, partindo do princípio da auto-suficiência com que era conduzido seu empreendimento, buscando sempre produzir todo o necessário para tudo, pode-se crer que existissem também os chiqueiros para a engorda de porcos, já que a carne suína já era muito difundida em Minas, naquela época. Muito difícil pensar em comida no sec. XIX, sem o porco, cuja banha era utilizada como meio geral de fritura e conservação da carne. E todos estes ingredientes, somados ou não aos produtos da exuberante Mata Atlântica local, resultam numa variedade pratos que podem ser muito interessantes sob o ponto de vista gastronômico, como veremos a seguir. 
O primeiro deles é uma exceção, é o feijão tropeiro. A Fábrica de Ferro de Monlevade era considerada a Meca dos Tropeiros, atraindo muitas tropas das diversas regiões da província, já que produzia cravos, ferraduras e prestava serviço completo de ferragem de animais. Lá era possível ferrar uma tropa inteira em muito pouco tempo, por preço cômodo. Havia também muitos tropeiros que viviam, exclusivamente, de revender os mais variados artefatos de ferro fabricados por Monlevade, Minas Gerais afora. As estradas abertas por Monlevade na região e as duas pontes mantidas por ele sobre o Rio Piracicaba também atraiam muitas outras tropas que delas se serviam. Além do mais, dentre seus escravos, Monlevade contava com ótimos carreiros, que conduziam os carros de bois de quatro rodas para os diversos fins e até longas distâncias, além de ótimos arrieiros, responsáveis pelo transporte das tropas próprias do estabelecimento. De modo que, por influência do intenso tropeirismo incidente sobre a Fábrica de Ferro, o feijão tropeiro era, sem dúvida, um dos principais pratos preparados na cozinha da Senzala Monlevade que não se pode deixar de citar nesta oportunidade, apesar de não relacionado com os produtos da mata, já que é composto basicamente de feijão, farinha de mandioca e toucinho de porco conservado na banha, produtos estes menos perecíveis e, portanto, capazes de perdurar às longas viagens que os tropeiros faziam. E ainda sobre o feijão é de se deduzir que o mesmo também era cozido com trupicos de porco, em grandes caldeirões de ferro fabricados pelo próprio Monlevade, numa espécie de embrião da feijoada, que não podia deixar de ser servida com farinha de mandioca e pimenta malagueta. O feijão cozido, servido com o angu também deveria ser um prato muito comum, assim como a Vaca Atolada, que é a mandioca cozida com carne bovina. 
Mas, de volta à Mata Atlântica local, sabe-se que ela é muito rica em gêneros alimentícios como frutas, palmitos, tubérculos, folhas e a caça que era muito difundida, antigamente, como fonte de alimento. Sabe-se que foram os primeiros habitantes destas matas - os índios botocudos - quem trouxeram por meio de inédita navegação pelo rio as sete toneladas e meia de maquinário para equipar a primeira Fábrica de Ferro Monlevade, a partir de 1828. Caso os escravos de Monlevade tivessem mantido alguma troca de conhecimento com os botocudos sobre o aproveitamento dos alimentos da floresta, então, as possibilidades de pratos derivados de itens da mata são infinitas. 
A Mata Atlântica local é abundante de uma ave chamada jacu, muito parecida com o frango, de palmito Jussara e do ora-pro-nobis, que também é nativo. O cruzamento do jacu com frango doméstico gera até um híbrido. Daí, no âmbito da cozinha da Senzala Monlevade,pode-se pensar num prato semelhante ao frango cozido, com ora-pro-nobis, salsa e cebolinha servido com farinha de mandioca e pimenta malagueta. Ou, então, frango cozido, com palmito Jussara, servido com angu e pimenta malagueta.
Quem conhece a Mata local, sabe que ela também é muito rica em chuchu e bananeira, que não são nativos. A difusão do chuchu, das bananeiras e de outras espécies nas matas do Hospital Margarida e do Clube Embaúba merece estudo e pode significar que a Mata Atlântica local representava, de fato, uma fonte de alimentação complementar tão importante para os trabalhadores da Fábrica de Ferro Monlevade, a ponto de seus escravos terem, além da prática do extrativismo, também introduzido e disseminado espécies exógenas na mata, buscando sempre uma maneira de incrementar a alimentação que lhes era devida. Ora, se não são nativos, quem teria plantado chuchu e bananeiras na mata inteira (fotos)? 
Daí, se pode pensar também num prato de chuchu, refogado com urucum, cozido com carne de boi, salsa, cebolinha, servido com farinha de mandioca ou angu e pimenta malagueta.
Pode-se pensar também na canjiquinha cozida com toucinho defumado, servida com banana da terra frita na banha, salsa, cebolinha e pimenta malagueta. 
Além dos alimentos salgados também há outros dos quais se pode fazer doces. Da batada-doce, expressamente, citada por Monlevade, se pode fazer o correspondente doce, assim como das abóboras, que também são nativas. O palmito Jussara também produz um açaí, especialmente, frutado. Há ainda na mata muito abacate, do qual também se pode fazer doce e extrair o óleo. E ainda há o ingá, o morango silvestre e as ameixas, que não são nativas, apesar de muito difundidas na mata. 
Como já mencionado, trata-se de tema que merece estudo muito mais aprofundado e cuja passagem rápida já nos enche de água na boca e nos permite um pequeno e apetitoso vislumbre dos pratos originais que alimentaram os pioneiros da história local e embasam nossa culinária ancestral, lembrando ainda que por óbvia influencia da culinária mineira, tudo era preparado mediante alho, cebola e urucum refogados. 



sexta-feira, 9 de agosto de 2019

NOTA DA CLÍNICA UROLÓGICA DO HOSPITAL MARGARIDA

No dia de ontem, com o título “Médicos urologistas entram na justiça para barrar a entrada de novo profissional para atender a clínica urológica do Hospital Margarida”, circulou nas redes sociais texto sobre o qual, apesar de apócrifo, não resta dúvida de que se trata de manifestação do presidente da ASVP, José Roberto Fernandes.
Primeiramente, é preciso relembrar que não é a primeira vez que o presidente da ASVP se dirige de maneira hostil e inapropriada a membro da Clínica Urológica, com o objetivo de tentar denegrir o exercício da medicina dentro do Hospital Margarida e de desinformar a população, conforme seus interesses. Logo que foi empossado, o atual presidente da ASVP utilizou-se de meio de comunicação social para proferir uma série de graves e infundadas ilações contra membro da Clínica Urológica. Foi processado, não conseguiu comprovar nenhuma das acusações infundadas que fizera e foi condenado pela Justiça. Em seguida, inventou o descumprimento de uma suposta quota de 60% de atendimentos médicos pelo SUS para denunciar membro da Clínica Urológica junto ao CRM, a fim ter mais uma oportunidade de denegrir o exercício da medicina no Hospital Margarida. O médico denunciado foi absolvido por unanimidade junto ao Conselho de Ética do CRM. Depois, valendo-se de meio impresso de comunicação local, violou sigilo processual da tramitação do procedimento que inventara junto ao CRM para ter outra oportunidade de denegrir o exercício da medicina no Hospital Margarida. Foi condenado pelo Tribunal de Justiça a se abster de denegrir o médico e, o respectivo jornal, a proceder ao direito de resposta devido. Agora, o presidente da ASVP, novamente, se vira contra a Clínica Urológica, com o objetivo de denegri-la e de desinformar a população, conforme lhe convém.
Não é verdade que os “médicos urologistas entraram na justiça para barrar a entrada de novo profissional para atendimento da clínica urológica”.  A admissão do médico em questão será apreciada de forma autônoma e em tempo hábil pelos membros do Corpo Clínico, conforme preceitua o Regimento Interno, havendo inclusive, grande possibilidade de sua aprovação. Contudo, o que a Clínica Urológica não pode admitir é qualquer tipo de imposição autoritária em suas decisões de natureza médica, como intentou, recentemente, o presidente da ASVP, frustrando-se de fazê-lo por liminar correta e justa concedida pela Justiça, em sede de Mandado de Segurança. O inciso X, do Capítulo I, do Código de Ética Médica é muito claro no sentido de que “o trabalho médico não pode ser explorado por terceiros com finalidade política”.   
Na oportunidade, a Clínica Urológica reafirma seu compromisso médico diante da população regional, esclarecendo que todos os casos de urgência e emergência a ela encaminhados são, prontamente, atendidos, assim como os casos eletivos que obedecem a agendamento próprio, cujo atendimento não pode ser de maneira alguma submetido a interesse político de terceiros.  
Por fim, a Clínica Urológica se vale da oportunidade para, publicamente, requerer à Associação São Vicente de Paulo e a seus associados que apresentem, urgentemente, nome alternativo para presidir a entidade de forma a reconduzir o Hospital Margarida à normalidade necessária ao exercício da medicina e ao bom atendimento da população.

João Monlevade, 09 de agosto de 2019.

Dr. Getúlio Garcia            Dr. Jamilton de Sousa  
  



quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Liminar da Justiça Invalida Interferência Abusiva do Provedor no Corpo Clínico do Hospital Margarida



O juiz de Direito da 2ªVara Cível de João Monlevade, Wellington Braz, determinou em caráter liminar de urgência a invalidade da notificação ASVP-13/2019, expedida pelo provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernandes, e dirigida à Clínica Urológica daquele nosocômio.Trata-se de ação de Mandado de Segurança, impetrada pelos médicos Getúlio Garcia e Jamilton de Sousa contra ato indevido de ingerência médica praticado por José Roberto Fernandes em perigosa ofensa à autonomia do Corpo Clínico do Hospital Margarida. 
Mediante a expedição da notificação ASVP-13/2019, datada de 18 de julho, José Roberto Fernandes intentava interferir na composição da Clínica Urológica, mandando que profissional indicado por ele fosse, sob pena de apuradas as responsabilidades, integrado à respectiva escala de sobreaviso, sem a devida aprovação dos membros do Corpo Clínico, o que viola o Regimento Interno do HM e extrapola a competência, meramente, administrativa do presidente da ASVP. Ao prolatar a decisão liminar, o magistrado destacou que “no que se refere ao perigo de dano, resta devidamente demonstrado que o adiamento do deferimento da medida é potencial de causar dano ao funcionamento autônomo do Corpo Clínico do Hospital Margarida, por violação do disposto nos artigos 3º e 14º, J, do Regimento Interno”.
É a primeira vez que médicos se vêem obrigados a processar o provedor do Hospital Margarida, a fim de se afastar a possibilidade de dano no funcionamento autônomo do Corpo Clínico, causada por grave violação do Regimento Interno, praticada por quem deveria zelar pelo bom funcionamento técnico do único hospital do Município. José Roberto foi intimado para cumprir a decisão e a apresentar resposta no prazo de 10 dias.

Os Quebra-Molas e o Aumento da Poluição



Em João Monlevade os quebra-molas se tornaram uma praga endêmica, que vem se multiplicado rapidamente. É difícil rodar mais de 300 metros sem que haja a necessidade de transpor mais um quebra-mola, que geralmente é feito fora dos padrões técnicos, danificando a suspensão e desalinhando a direção dos veículos. 
Trata-se da única ação da Prefeitura e Settran, destinada a se fazer cumprir a regulamentação de trânsito no que diz respeito ao limite de velocidade das vias. O quebra-molas é um meio coercitivo para fazer o motorista cumprir o limite de velocidade local, eis que, no caso de se passar sobre ele em velocidade mais elevada, o veículo sofre choque mecânico, de baixo para cima, que pode danificá-lo, seriamente. Não se vê em João Monlevade, por exemplo, a inclusão efetiva da matéria “Trânsito” nos currículos escolares, já que o conhecimento das normas de trânsito também deve ser encarado como uma questão de cidadania. O bom cidadão não pode ser, ao mesmo tempo, um mau motorista. Também não se vê campanha educativa nem nada do gênero. E dá-lhe quebra-molas, que, invariavelmente, também são instalados, sem qualquer estudo técnico, para atender algum eleitor leigo que acha que ali existe a necessidade para mais um deles. 
Mas, se a prefeita manda instalar quebra-molas a torto e a direita, sem qualquer critério técnico, pouco se importando para com o transtorno e o dano ocasionado pelos mesmos nos automóveis dos contribuintes, deveria, pelo menos enxergar as questões ambientais e de saúde pública que envolvem os mesmos. É óbvio que a instalação massiva e indiscriminada de quebra-molas pela cidade aumenta o consumo de combustível da frota local, aumentando também a emissão de poluentes, o que significa um ar muito mais poluído e tóxico para o munícipe. No caso dos ônibus, caminhões e carretas, que utilizam o óleo diesel como combustível, a situação é muito mais grave. Segundo a OMS, os gases provenientes da queima nos motores diesel são umas das principais fontes de substâncias cancerígenas presentes na atmosfera dos centros urbanos. Resumo da Ópera: para atender seus eleitores, visando a manutenção do projeto de poder, a prefeita enche a cidade de quebra-molas, o que resulta numa cidade muito mais poluída para se viver e, conseqüentemente, submete o monlevadense à uma série de riscos respiratórios e de saúde. Será que vale o risco?