quarta-feira, 24 de abril de 2019

Manifesto pela Liberdade de Expressão



Recebi como ato de extrema violação ao direito constitucional de livre expressão do pensamento a decisão do Juizado Especial Cível que arbitrou indenização em meu desfavor por ter me referido ao atual provedor do Hospital Margarida, como “evaporador de recursos” e “provedor à avessas”. Ora , quem evapora os recursos do Bingo do Hospital Margarida deve ser chamado de quê? 
Trata-se do sexto processo que o provedor moveu contra mim, utilizando indevidamente advogado contratado pelo Hospital Margarida para me processar. Quatro já foram arquivados.
Sinto por parte do judiciário local certo desejo de fustigar a advocacia, até porque é o advogado quem concretiza os direitos dos cidadão e, infelizmente, a Justiça tem se portado como a ponta de lança da covarde luta de classes em que se encontra o país. 
Obviamente, vou recorrer. Provedor do Hospital Margarida é cargo equiparado ao de agente público e, portanto, necessita de controle social, principalmente diante do abismo em que se encontra, devendo a médios e a fornecedores 5 meses de pagamentos . É parte da Luta! Vamos seguir fieis a nossos princípios de liberdade e firmem no controlo social dos serviços de saúde pública prestados pelo HM. 
Ademais, sou pobre no sentido legal. Fiz voto de pobreza diante do rapa-pés de São Francisco de Assis de Ouro Preto. Não tenho bens em meu nome, apenas despesas.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Sinval esfrega livro na cara de Belmar


Não reunião ordinária de ontem na Câmara, o vereador Sinval literalmente esfregou o livro de inscrições da mesa na cara de seu colega, o vereador Belmar Diniz.
Vídeo do episódio circulou rapidamente pelas redes sociais, tornado evidente a grande humilhação vivenciada por Belmar Diniz, diante do gesto desrespeitoso do vereador Sinval Dias.
Muito embora, a ação de Sinval tenha extrapolando o que se espera do decoro parlamentar, Belmar bem que mereceu. Sinval sabe que Belmar, apesar de vereador pelo PT, votou a favor do Rotativo, da terceirização do Dae, de autorizar a Enscon a não cobrar a passagem em dinheiro a bordo do coletivo, etc, sabe que Belmar é encima do muro, não faz oposição substancial, negocia com Moreira, pede voto para deputado da direita, sobrinho da Miriam Leitão, e agora, que já se auto-declarou candidato a prefeito, numa disputa pouco cordial com o ex-prefeito Laércio Ribeiro, Belmar Diniz quer aparecer para assumir uma pretensa e eleitoreira oposição ao atual governo. Foi ótimo e hilariante ver Sinval esfregar um livro na cara de Belmar que é para ele aprender a ler o conteúdo programático de seu partido e também um livro de ética clássica.
Outrossim, não podemos esquecer da contribuição decisiva de Belmar Diniz para a derrota da chapa Railton e Laércio, nas ultimas eleições por uma diferença de apenas 126 votos. É que nos últimos 25 dias de campanha, a ex-vereadora Filinha pegou, indevidamente, a estrutura do comitê do Bairro Cruzeiro Celeste que deveria ser empregada, exclusivamente, na campanha para prefeito e vice e a direcionou para pedir votos apenas para Belmar. Assim, faltaram os 126 votos para eleger Railton e Laércio. 
Acho que, diante da merecida humilhação sofrida pelo vereador Belmar, todo aquele que deixou sua vida particular de lado para, de boa-fé, engajar seu tempo e seus esforços na eleição de um projeto político desenvolvimentista para Monlevade,covardemente, impedido pela esperteza de alguns, agora, pode dizer que se encontra com a alma, parcialmente, lavada. Nada como o testemunho da justiça divina!

terça-feira, 9 de abril de 2019

João Monlevade, o Barão de Eschwege e a difundida tecnologia romana de mineração do ouro

    

  







Ainda não encontrei documento que pudesse associar ou vincular, diretamente, o Barão de Eschwege e ao minerálogo e metalurgista francês João Antônio de Monlevade. Contudo, o legado de um está diretamente ligado à obra do outro. E como ambos são egressos da grande leva de naturalistas e de estudiosos que se seguiram à transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, é muito provável que tenham mantido certa interação técnica. 
O Barão de Eschwege era alemão e de mesma formação técnica de Monlevade. Chegou ao Brasil em 1810, encarregado por Dom João VI de “reanimar a decadente mineração do ouro e a trabalhar na nascente indústria siderúrgica”. Eschwege realizou muitos estudos mineralógicos em Minas Gerais e fundou, em Ouro Preto, uma fábrica de ferro, denominada Patriótica e considerada a primeira do país. Entretanto, para Monlevade, mais importante do que os estudos e o pioneirismo de Eschwege, foi a tecnologia introduzida por ele em Minas Gerais. Tratava-se uma grande roda d’água, acoplada a um eixo giratório que transmitia a força necessária para erguer uma série de pilões de madeira, cujas as bases eram pesados blocos de ferro . O eixo girava, erguendo os pilões que , com meia volta, perdiam o apoio e, por gravidade, caiam sobre a rocha, triturando-a , num movimento de sobe e desce contínuo. Também chamado de Engenho de Eschwege, tal tecnologia se difundiu muito pelo território mineiro, sendo adotada principalmente pelas companhias de mineração inglesas que se fundaram às dezenas em Minas a partir de 1825, o que demandou pela produção de muito ferro. E é neste ponto, que entra Monlevade. Durante os mais de 50 anos que sua fábrica de ferro funcionou sob seu comando, Monlevade foi o fornecedor preferencial de uma série de artefatos de ferros para as companhias inglesas de mineração do ouro e, principalmente, o fornecedor exclusivo das cabeças de ferro dos trituradores do Engenho de Eschwege. 
Para se ter uma ideia do aprimoramento tecnológico que representaram os moinhos de pilões de Eschwege, apenas a Mina do Gongo Soco, depois de julgada esgotada diante das técnicas rudimentares de mineração do ouro até então utilizadas, foi vendida em 1826 para os ingleses que nela passaram a empregar intensivamente a tecnologia do Engenho de Eschwege, fazendo com que apenas nos 12 anos seguintes, o Congo Soco produzisse nada menos do que 15 mil quilos de ouro puro, ou seja, 5 quilos de ouro por dia. 
Todavia, a tecnologia então introduzida por Eschwege em Minas, apesar de encarada como uma novidade pelos os mineiros, não era tão nova assim. O Moinho hidráulico de pilões já havia sido amplamente utilizado no norte de Portugal , na região das Tresminas, há mais de 2.000 anos, quando o território português se encontrava sob o domínio do Império Romano. 
Durante a antiguidade, as Tresminas foram um dos mais importantes complexos de mineração aurífera de todo o Império Romano, produzindo ouro para a cunhagem de moedas. E naquele tempo, Roma já empregava com sucesso o Engenho de Pilões, movido por roda hidráulica para também triturar o quartzito retirado das galerias subterrâneas, antes da lavagem do metal precioso, o que aumentava muito o rendimento das minas. A diferença estava apenas no tamanho dos maquinismos e no material empregado nas cabeças dos pilões. Enquanto os engenhos das Tresminas eram menores e utilizavam blocos de granito nas cabeças dos trituradores para esmagar a rocha aurífera, os engenhos de Eschwege eram muito maiores, muito mais pesados e utilizavam blocos de ferro de 80 quilos produzidos por Monlevade para o mesmo fim. 
No Museu do Ouro em Sabará existe exemplar do Engenho de Eschewege (fotos) que, apesar do mau estado de conservação, permite um vislumbre desta tecnologia romana de processamento do ouro que tanto se difundiu por Minas Gerais, a partir do primeiro quartel do sec. XIX. Este exemplar operou por 50 anos na região de Santa Bárbara. Nas fotos, é possível verificar que um dos blocos de 80 quilos de ferro forjados na Fábrica de Ferro de Monlevade se soltou do corpo de madeira do pilão, o que permite observar que o mesmo possui um cabo de encaixe. Vê-se também muito desgaste dos blocos, o que demonstra o quanto o trabalho de trituração era duro, demandando substituição contínua dos mesmos para felicidade de Monlevade que as produziu em escala industrial por mais de meio século.


quinta-feira, 4 de abril de 2019

Quase 100 dias de governo Bolsonaro



A caminho de completar 100 dias de mandato, o governo Bolsonaro é um verdadeiro desalento para o trabalhador brasileiro. 
Já são mais de 13 milhões de desempregados, 25 milhões de trabalhadores informais e a Ford parece que foi a primeira a cair na real, seguida de outras grandes empresas que também fecham suas portas no Brasil. Os sinais são claros de que a grave crise econômica em que o país se encontra apenas se aprofunda mais a cada dia. O comércio não vende, a gasolina está em R$ 4,60, o feijão a R$ 8,00 e toda vez que o presidente abre sua bocarra desmedida o dólar supera o teto psicológico de R$ 4,00. E nem precisa esperar porque não haverá crescimento econômico, boom imobiliário nem recorde na venda de eletrodomésticos, celulares, computadores e veículos, como ocorrido antes de 2014. Paulo Guedes, o ministro da Fazenda, não ganha dinheiro com o trabalho. Ele é financista, canha dinheiro no mercado financeiro, que não produz sequer um parafuso para a nação. O negócio dele é cortar investimentos na saúde, na educação e na Previdência Pública para remunerar ainda mais os banqueiros do Brasil. Certamente, Paulo Guedes vai posicionar seu património em dólar e a partir daí conduzirá uma escalada no preço da moeda estadunidense, triplicando ou quadruplicando sua fortuna. Aqueles que estão no poder não precisam de crescimento econômico, de geração de renda ou de abertura de postos de trabalho. Eles são remunerados pelo Estado brasileiro com quase metade da despesa da União, sem o menor esforço. É isso mesmo, a Miriam Leitão não diz, nem o Willian Bonner, mas o maior rombo das contas públicas brasileiras não é causado pela Previdência, mas sim pela imensa conta de juros que o Brasil paga anualmente a cerca de 10 mil credores da dívida pública. Como demonstra o gráfico anexo, o custo da previdência corresponde a apenas 22, 76% da despesa da União, enquanto que a despesa dos juros dos credores da dívida alcança estratosféricos 45, 11% da mesma despesa, ou seja, de cada dez dias que você trabalha, 4 e meio são para pagar banqueiro, e você nunca ouviu falar nisso. E de onde vem essa lógica? 22,76% para remunerar 30 milhões de aposentados contra 45,11%, mais que o dobro, para remunerar apenas 10 mil credores? Em relação aos aposentados, sabemos que eles, em regra, trabalharam grande parte da vida, contribuiriam e agora são remunerados. O que não acontece em relação aos banqueiros, pois não existe um memorial de cálculo que possa explicar porque o Brasil gasta quase metade do orçamento da União com juros de sua dívida. Convencionou-se assim.
O Japão, por exemplo, tem uma dívida proporcionalmente 5 vezes maior do que a brasileira e não compromete mais do 3% da despesa com o pagamento de juros. E é o contrário disso que Paulo Guedes quer. Se hoje o Brasil compromete mais de 45% de sua despesa com a remuneração dos banqueiros, no final do governo Bolsonaro estará pagando 55% ou mais. 
Além da tragédia econômica, em menos de 100 dias, o governo Bolsonaro já se comprovou um verdadeiro manicômio. Seus assessores não dominam sequer os conceitos mais elementares das temáticas que ocupam. O Brasil é o único país do mundo que ainda teme o avanço do comunismo, o que parece ser o único note desse governo. Filho cheio de laranjas e envolvido com milícias. O outro manda e desmanda no governo. O Assassino de Marielle é vizinho no condomínio de luxo do presidente. Chegamos ao fundo do poço. E um presidente que não desceu do palanque para governar, não tem articulação com o parlamento, não tem compostura presidencial, entregou a geografia brasileira para o EUA (Base de Alcântara), destruiu a diplomacia do Itamaraty (reciprocidade de visto) e que colocou perigosamente o Brasil no circuito de atentados jihadistas, ao se alinhar com os conservadores israelenses por acreditar que a Israel contemporânea é a mesma terra santa bíblica de Moisés e Abrão. 
Enganado foi foram apenas os pobres que votaram em Bolsonaro, pois a classe média brasileira, ela é a cara do Bolsonaro e queria justamente este resultado: a sabotagem da política e a ingovernabilidade, para interromper o processo de ascensão das classes C, D e E. A classe média quer um país melhor, desde que não haja ascensão social.