Há muito tempo não se via um governo sofrer tanto desgaste político em João Monlevade quanto o que, atualmente, acontece com a administração Laércio Ribeiro em relação ao novo Código Tributário. Nos bastidores da política local não se fala em outra coisa. O sentimento é de inconformidade geral e a sensação é de abuso por parte da administração petista.
O novo Código Tributário, aprovado pelo governo Laércio, PT, no apagar das luzes do exercício fiscal do ano passado, aumentou taxas e impostos municipais em mais de 100% em algumas situações, chegado a 200 ou a 300% de aumento em outras, o que tem gerado, com razão, muita indignação por parte dos pagadores de impostos e sociedade em geral.
Tudo articulado pelo gabinete de Laércio, que elaborou a nova legislação tributária municipal sem ouvir os diversos setores da atividade econômica local e sem ouvir as entidades representantes do contribuinte. O gabinete também não considerou o momento econômico difícil vivido pelo país, com a disparada da corrida inflacionária, nem a suspensão de processo de duplicação da capacidade produtiva da unidade local da Arcelormittal, que já havia sido anunciada, mesmo que de forma temporária, em setembro de 2024.
Não há como negar que o Município perde competitividade econômica com o novo Código Tributário em relação aos municípios vizinhos, já que na sua vigência se tornou muito mais caro instalar e manter uma empresa em Monlevade, do que, por exemplo, em S. Gonçalo, Nova Era, S. D. do Prata e em muito dos casos até em Itabira. O gabinete de Laércio, definitivamente, nunca ouviu falar em planejamento tributário empresarial. É óbvio que quando se aumenta imposto acima de 3%, mais a inflação do período dos últimos 12 meses, que não está baixa, o resultado político será a insatisfação popular.
A tendência é que, diante da nova realidade tributária desfavorável, empresas migrem para municípios vizinhos. É o PT exportando empregos e renda para fora de Monlevade.
Chama ainda a atenção o silêncio sepulcral do governo diante do grande imbróglio fiscal instalado. Mais uma vez, o gabinete escapa pela tangente diante de sua responsabilidade político-adminitrativa. Enquanto os petistas se calam, movimento que visa a revogação do novo Código Tributário ganha força na Câmara de Vereadores. Trata-se da maior barbeiragem jurídico-adminitrativa desde aquele governo, cujo prefeito, ao final, amargou 80% de rejeição popular, tendo que se exilar em Juiz de Fora por 10 anos e que é necessário que se diga, teve a participação do PT.
O que não se pode negar é que o desgaste da administração tem sido do tamanho e na proporção do aumento dos tributos.
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