Itabira enfrenta
o pesadelo das barragens de rejeito da mineração do ferro associado ainda ao
fantasma do encerramento da atividade no município. Em meio a tudo isso, o prefeito Marco Antônio
Lage questionou recentemente a mineradora Vale sobre a ocorrência de ouro na
lama depositada nas barragens de mineração.
Segundo
registros do minerálogo francês João Monlevade, já de 1853, ferro e ouro são indissociáveis
em Minas Gerais. Monlevade descreveu que as maiores minas de ouro são encontradas
entre as camadas de ferro. Itabira já viveu uma febre do ouro em que muitos
garimpeiros ocuparam uma das barragens de rejeito da Vale e tiraram dela muito
ouro (foto). Quando o minério de ferro é lavado para beneficiamento e dele não se tira
o ouro, o último vai parar no rejeito.
E não é só no
rejeito, Minas Gerais ainda tem muito ouro, só que o mineiro de hoje não pode
minerá-lo. Com o ouro a 600 Reais o grama, quando se vê algum mineiro minerando
ele está sendo preso porque não conseguiu regularizar a atividade. É incrível
como o mineiro parou de minerar o ouro. Na época em que vivíamos sob o jugo português,
podíamos minerar, recebíamos a concessão da lavra e éramos donos das minas de
ouro. Hoje não somos donos de nada, somos proibidos de minerar e somos presos
quando mineramos. Quanta saudade de Portugal! Queremos a revogação do Código de
Mineração atual e restauração da vigência do Regimento de Minas de 1710 que nos
permitia minerar.
O prefeito
de Itabira está certíssimo. Deveriam instituir uma cooperativa e deixar o povo
de Itabira minerar o ouro que existe nos milhões de metros cúbicos de lama das
barragens de rejeito do município. Seria muito bom para a economia e também uma
compensação por parte da mineradora pelas décadas de exploração de Itabira.
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