segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Tragédia foi dentro da Sesmaria de João Monlevade


 

O trágico acidente que vitimou 19 pessoas, depois que um ônibus despencou da Ponte Torta, na rodovia 381, ocorreu dentro da Sesmaria de João Monlevade.

Ao lado da Fábrica de Ferro fundada a partir de 1828, funcionou a Fazenda Carvoeira de João Monlevade, composta por quatro sesmarias de terra cobertas de mata fechada. Ela produzia pelo menos cinco toneladas diárias de carvão vegetal que eram consumidas pelos diversos fornos da Fábrica de Ferro. Eram duas as carvoarias, uma de cada lado do Rio Piracicaba, cujos acessos se davam por meio de duas pontes lançadas sobre o mesmo. O ônibus, ocupado por quarenta e oito passageiros, oriundo de Mata Grande, nas Alagoas, e com destino a São Paulo capital, despencou, tragicamente, dentro da histórica sesmaria de mata de João Monlevade, na margem esquerda do Rio Piracicaba, ao lado da rota dos tropeiros, e, praticamente, sobre o leito da ferrovia Vitória-Minas. Apesar do número absurdo de vítimas fatais, a tragédia poderia ter sido ainda maior se o ônibus tivesse caído dentro do Rio Piracicaba (lago da Hidrelétrica do Jacuí) ou sobre os vagões de alguma composição da ferrovia Vitória-Minas em movimento ou até mesmo sofrendo uma colisão frontal com o trem.    

Em João Monlevade os sobreviventes puderam contar com uma grande estrutura de resgate e assistência, representada pelo SEVOR (Serviço Voluntário de Resgate), pelo pronto-socorro médico do Hospital Margarida, pelo acolhimento no Albergue Municipal, além da mobilização de doações. Quarenta minutos após o momento do acidente todos os sobreviventes já haviam sido resgatados e encaminhados para o Pronto Socorro do Hospital Margarida.   

Agora, se o Brasil fosse um país sério onde a vida humana, realmente, tivesse algum valor, as autoridades providenciariam, com urgência, a mudança da amureta da Ponte Torta para uma mais moderna como aquelas que podem ser vistas no traçado já duplicado da rodovia 381 e são capazes de conter o veículo, mesmo os grandes, no leito da pista, impedindo a sua queda, de modo a que nunca mais uma tragédia como aquela pudesse ocorrer novamente na Ponte Torta .  É o que acontece nos países sérios, depois de uma tragédia.  A lição que fica é a de respeito às regras de segurança e a necessidade de  se agir com perícia e responsabilidade no trânsito sempre e ainda mais ao se transportar 48 almas. É a pior tragédia da história do Município. 

Em 2020, as tragédias são em âmbito global, nacional, regional e municipal.  

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