sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Política: PV/Monlevade: Partido Político ou ONG?

Fui filiado do PV, de 2004, até poucos dias atrás. Conheci muita gente boa lá e poucas não tão boas. Trabalhei muito. Fiz evento político. Distribuí o Jornalzinho do partido de bicicleta, que nem jornaleiro, por toda a Vila Tanque – meu querido bairro. Não faltei às reuniões. Por muito tempo, fiz vigília na sede que nos abrimos no segundo andar do prédio da Farmácia Central, em Carneirinhos. Plantei árvore em nascente com alunos de escolas do município. Tirei do meu bolso e etc. Já na campanha, fui o Representante Jurídico e advogado da Coligação Monlevade Em Boas Mãos. Promovi o registro de candidatura dos candidatos da eleição majoritária, Prandini e Bastieri, e dos demais da proporcional do PV, do PC do B, do PRB e do PRTB. Movi mais de trinta e cinco processos judiciais, durante os três meses de campanha, entre eles: inúmeros direitos de resposta contra vários veículos de comunicação da cidade que insistiam em macular a imagem de nossos candidatos, várias impugnações contra pesquisas fraudulentas, muitas representações por abusos cometidos pelas outra coligações, defesas contra o Ministério Público e etc, além de toda a burocracia jurídica que demanda uma eleição municipal. Tudo de graça. Só não tive acesso à prestação de constas. Nunca entendi o porquê de o coordenador da campanha não ter submetido a prestação de contas ao Jurídico, mas essa é outra história que eu conto quando der na cachola.
Como se pode ver, a atividade que vivenciei no PV, nos últimos anos, foi muito intensa. Contudo, a atividade mais fundamental de um partido político, eu jamais vivenciei no PV: a atividade político partidária. Apesar de ter ocupado o caro de 2º Vice-Presidente do partido, eu nunca vi o PV se reunir para discutir e deliberar decisões políticas. De fato, apesar de estar sempre presente e envolvido no partido, eu e outros companheiros tínhamos conhecimento das decisões políticas “tomadas pelo partido”, exclusivamente, através das manchetes da imprensa local: “Partido Verde ingressa no Grupão”, “PV convida Conceição Winter para fazer parte do Grupão”, “PV discute a duplicação da 381” e etc. A impressão que tive do PV é a de ser ele apenas uma ONG e não um partido.Durante o período que estive à frete do Meio Ambiente da Prefeitura foi a mesma coisa. O PV não participou de nenhuma decisão política relacionada com o governo, apesar do prefeito ser pevista. Nem mesmo uma satisfação sobre o porquê da escolha de determinadas pessoas para ocuparem o cargo de secretários o PV teve.Isso nao é partido.
De muito pouco importa um partido possuir sede, jornal, vários filiados, boa receita e etc se ele não delibera as questões político-partidárias. A natureza de um partido reside no fato dele tomar decisões políticas colegiadas. No PV, durante o tempo que estive lá, a direção do partido não participou de nenhuma decisão política. Nenhuma! Foram todas tomadas de forma unilateral, à margem da mesa diretora. Por isso eu o vejo como uma ONG, na prática. Ele faz de tudo, menos aquilo que são da essência e da natureza de um partido político. Sempre questionei muito essa artificialidade e fui taxado de radical. Engraçado...pra fazer tudo o que fiz, eu não era taxado de radical. Houve aquele que argumentou que era assim porque o PV/Monlevade ainda se organizava através de uma convenção provisória. Besteira. Conforme disposição estatuária o PV, em regra, somente pode tomar decisões políticas por deliberação da mesa diretora. De tal forma que considero que o PV, enquanto se comportar como uma ONG, não possuirá condições de transformar Monlevade na Cidade que nós queremos. Até que... há poucos meses, me desfiliei.

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