sábado, 31 de outubro de 2009

História das Minas de Ouro e Diamante: O Barão de Catas Altas

João Batista Ferreira de Sousa Coutinho, o Barão de Catas Altas, foi uma das mais excêntricas e pitorescas figuras das Minas Gerais Colonial. Era amigo de Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade, de quem acabou desposando a sobrinha, Clara Sofia de Sousa Coutinho. Considerado o homem mais rico do Brasil, durante o primeiro Império. Dado a excentricidades variadas, recebia seus convidados com uma chuva de ouro em pó, promovia banquetes miraculosos, mandava ferrar cavalos com ferraduras de ouro e tantas outras extravagâncias. Conheça melhor este importante personagem de nossa história através do texto dedicado a ele, extraído da obra Opulência das Minas Geras, publicada em 1924, o qual transcrevo a seguir:

O Barão de Catas Altas. A história deste homem é bastante singular. Ele era sacristão na aldeia de Catas Altas. Tendo herdado uma parte da mina do Gongo Soco e tendo usurpado o resto da propriedade, ficou imensamente rico. À prosperidade e julgando inesgotável a sua mina, prodigalizava o ouro a medida que o extraia da terra. Sua mania era maravilhar a todo mundo por suas riquezas. Em seus banquetes, sua felicidade consistia em quebrar tudo o que de frágil sobre a mesa, a fim de ter a ocasião de ostentar no dia seguinte nova baixela de porcelana e de cristais. Este doido mandou um dia fazer almôndegas de uma espécie nova: eram avelãs extravagantes de ouro mássico que distribuía na sobremesa por seus numerosos convidados. No tempo de sua prosperidade além da casa do Gongo, ele possuía belas residências em Caeté, Ouro Preto, Sabará, Santa Luzia, Brumado. Seus administradores tinham ordem de conservar mesa franca. Faça-se uma idéia das contas que choviam sobre o Barão no fim do ano! Não viajava senão escoltado de uns quarenta papa-jantares e aduladores por quem pagava as despesas. Na ocasião da primeira viajem do Imperador Pedro I a Minas, fez mimo Sua Majestade de uma baixela de ouro mássico. A paixão do gosto não aulfocou nele a das honras. Ele pagou muito ouro para ser feito dignitário do Império. Tendo sido apresentado ao Imperador, este príncipe lhe perguntou seu nome – João Batista Ferreira de Souza Coutinho, respondeu o ricaço – Mais comprido é o nome do que a pessoa, replicou o Imperador, pois o aspirante às riquezas era de estatura muito baixa. Para consolá-lo deste dito D. Pedro o nomeou Barão de Catas Altas. Era um sorvedouro de dinheiro este Catas Altas. O dinheiro que obteve da venda do Gongo foi gasto bem depressa. Teve ainda a felicidade, se assim se pode chamar a facilidade de fazer novas loucuras, de restabelecer sua fortuna, comprando por uma bagatela (três contos) a rica mina de Macaúbas, de onde extraiu muito ouro antes de vendê-la, por preço muito elevado, a uma Companhia Inglesa. Suas repetidas extravagâncias acabaram por arruíná-lo completamente. Morreu de paixão no mês de maio do ano 1839, pobre e devorado, por assim dizer, por seus credores. Seu filho único habita uma herdade perto de Caeté, que lhe fornece apenas com o que subsistir. A historia do Barão de Catas Altas é, pouco mais ou menos, a da mor parte dos proprietários de minas na província de Minas Gerais.
Casa do Barão de Catas Altas , em Gongo Soco, em foto de 1913, já em pleno processo de deteriorização.

Casarão que pertenceu ao Barão de Catas Altas em Caeté

O Barão de Catas altas não foi apenas um ricaço perdulário. Ele também foi um grande minerador, empreendendo vários projetos de mineração. Entre eles, destado a Galena do Abayté, uma mina de prata e chumbo explorada por ele, com a assintência técnica de Jean de Monlevade, conforme demonstra a correspondência enviada pelo Barão à José Bonifácio de Andrada e Silva, Intendente Geral das Minas e Metais do Reino, tutor de Dom Pedro II e patriarca da independência do Brasil, a qual reproduzo:

Ilmo. e Exmo. Senhor, inteligenciando-me com Mr. de Monlevade, em virtude da Portaria de V. Exelência de 3 de julho, afim de informar com a brevidade possível sobre as proporções da Prata e Chumbo, que se contem na Galena do Abayté e sobre o plano, que deva adotar-se para que se obtenham vantagens desta Mina: tenho a honra de apresentar a V. Excelência o Ensaio aqui feito a 28 de julho, o chumbo que se obteve, embrulho nº1 e o botão de Prata, embrulho nº 2.
Quizera acompanhar o Ensaio com o Plano da Exploração, mas exigindo isto inspeção ocular de Mr. de Monlevade, este espera somente o momento em que possa suspender o seu trabalho na Fornalha para visitar a mina de Abayté e nessa ocasião, que não pode distar muito, requererei a V. Excelência o parecer necessário para o bom êxito da diligencia.


Deus guarde a V. Excelência por muitos anos.

Gongo Soco, 6 de agosto de 1823.

João Batista Ferreira de Sousa Coutinho.

A Linha Azul e o Trânsito Nosso Caótico de Cada Dia

A entrada para a Linha Azul, ao lado do Centro Educacional ficou ótima. Já o semáforo instalado na Av. Getulio Vargas já está embaraçando ainda mais o caótico trânsito no centro da cidade. Parece que o benefício trazido pelo novo acesso construído no Centro Educacional será perdido no embaraço do semáforo instalado na esquina da casa do Prefeito. Além do mais, convenhamos, a Linha Azul é um projeto que já nasce estrangulado, vês que entre o Bairro de Lourdes e o Nova Esperança existe um ponto onde só passa uma carro por vez.
A verdade é que a Linha Azul, apesar de demonstrar a preocupação da Prefeitura para com um problema recorrente em Monlevade, não vai resolver a questão do trânsito de Carneirinhos, como tem ansiosamente esperado a população. E, politicamente, isso é preocupante. Parece que faltou explicação por parte da prefeitura a respeito do verdadeiro papel da Linha Azul nosso trânsito. A linha Azul nada mais é do que um acesso alternativo do o centro à Av. Alberto Lima. O problema político é que o povo tem a impressão de que ela vai resolver todo o problema do transito de Carneirinhos. Como é certo de que apenas a Linha Azul não vai resolver um problema tão complexo, depois de pronta, o povo vai ter a sensação de que ela não serviu de nada. De que foi gasto uma fábula de dinheiro e que nada mudou. Aí , politicamente, a vaca vai pro brejo.
Basicamente, o problema emergencial do trânsito é muito mais complexo do que se imagina e pode ser dividido em três elementos: falta de espaço, falta de sinalização, principalmente a horizontal; e falta de educação para o trânsito.
Temos que escolher: ou destinamos o pouco espaço que temos em nossas vias para o estacionamento de veículos ou o destinamos ao trafego. O estacionamento de veículos, prinipalmente, ao longo da Av. Wilson Alvarenga, entre a Embrauto e a Praça do Lindinho está emperrando por completo o trânsito no centro. O CETRAN tem que proibir o estacionamento naquele trecho da avenida. Obviamente, tirar os carros estacionados da avenida gera um outro problema: onde coloca-los? A solução é construir estacionamentos públicos, onde o cidadão possa deixar seu carro. Existem dois lugares ótimos pra isso: o terreno ao lado do Zamburguer e o prédio inacabado em frente ao Centro Educacional. Ambos os lugares permitem acesso, tanto à Av. Getúlio Vargas, quanto à Av. Wilson Alvarenga e são bastante amplos a ponto de comportarem centenas de carros.
Feito isso, devemos instalar a sinalização horizontal de forma a dividir o leito da via em quantas pistas for possível. Temos que extinguir de vez do trânsito monlevadense a política da fila única que sempre vigorou na cidade. É incrível! O molevadense se recusa a ocupar todo o espaço da via. Ou ele trafega pelo meio da rua, ou ele trafega apenas pela esquerda. O que tem acontecido é que numa via onde passam dois ou três carros por vez, tem passado apenas um. Essa situação tem colaborado muito para os engarrafamentos. Onde houver espaço para dois ou três carros trafegarem um ao lado do outro, é assim que deve ser. Em Belo Horizonte e nas outras metrópoles, o transito é assim -simultâneo- e não como o da daqui, onde se trafega apenas um carro por vez. Onde passa um boi, passa uma boiada. Onde passam dois bois, passam uma boiada na metade do tempo e niguem tem tempo pra perder no trânsito.
Por fim, é preciso educação para o trânsito. Os guardas de transito do CETRAN não devem apenas ter o papel de fiscalizadores. Devem também exercer uma abordagem mais educativa junto aos pedestres e motoristas. Devem, por exemplo, orientar os motoristas e transeuntes para que respeitem a faixa de pedestre, devem orientar os motoristas a trafegarem de forma simultânea, devem orientar o trânsito em pontos em complicados, nos quais os engarrafamentos são constantes e etc. Já passou da hora do guarda de trânsito assumir seu papel de educador e orientador do trânsito em Monlevade. Onde houver engarrafamento o SETRAN deve agir. E.... claro, a médio e longo prazo, é preciso planejamento e ensinar nas escolas municipais os valores e a legislação de transito, afinal a escola não deve apenas alfabetizar, deve, sobre tudo, produzir cidadãos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Política: Viva o PT !!! Viva !!!



O PT, isso sim que é partido. Pelas poucas reuniões que tive a oportunidade de participar nesta agremiação partidária, já que me filiei há pouco mais de trinta dias, percebi nitidamente que se trata de um verdadeiro Partido Político. Não só as decisões políticas, com qualquer decisão, são tomadas de forma colegiada, após intenso debate, no qual todos os filiados presentes têm a oportunidade de opinar e apresentar proposições. Tenho sentido uma inquestionável maturidade político-partidária dentro do Partido dos Trabalhadores.
Diante do processo eleitoral interno que vive o PT, no qual disputam duas chapas, alguns mal intencionados podem dizer que o partido está rachado. Não é verdade. O que existe hoje no PT é a presença de duas correntes no partido, ambas as quais demonstram total afinidade com os princípios fundamentais do Partido dos Trabalhadores. A diferença é que uma chapa, a formada pela atual diretoria do PT, tem demonstrado pouca ou nenhuma participação nas decisões do Governo Municipal, enquanto a outra prega uma efetiva presença do Partido dos Trabalhadores nas decisões do Governo, o que é um direito legítimo do PT, já que sem a mobilização do Partido dos Trabalhadores, a derrota nas urnas seria certa.

Política: PV/Monlevade: Partido Político ou ONG?

Fui filiado do PV, de 2004, até poucos dias atrás. Conheci muita gente boa lá e poucas não tão boas. Trabalhei muito. Fiz evento político. Distribuí o Jornalzinho do partido de bicicleta, que nem jornaleiro, por toda a Vila Tanque – meu querido bairro. Não faltei às reuniões. Por muito tempo, fiz vigília na sede que nos abrimos no segundo andar do prédio da Farmácia Central, em Carneirinhos. Plantei árvore em nascente com alunos de escolas do município. Tirei do meu bolso e etc. Já na campanha, fui o Representante Jurídico e advogado da Coligação Monlevade Em Boas Mãos. Promovi o registro de candidatura dos candidatos da eleição majoritária, Prandini e Bastieri, e dos demais da proporcional do PV, do PC do B, do PRB e do PRTB. Movi mais de trinta e cinco processos judiciais, durante os três meses de campanha, entre eles: inúmeros direitos de resposta contra vários veículos de comunicação da cidade que insistiam em macular a imagem de nossos candidatos, várias impugnações contra pesquisas fraudulentas, muitas representações por abusos cometidos pelas outra coligações, defesas contra o Ministério Público e etc, além de toda a burocracia jurídica que demanda uma eleição municipal. Tudo de graça. Só não tive acesso à prestação de constas. Nunca entendi o porquê de o coordenador da campanha não ter submetido a prestação de contas ao Jurídico, mas essa é outra história que eu conto quando der na cachola.
Como se pode ver, a atividade que vivenciei no PV, nos últimos anos, foi muito intensa. Contudo, a atividade mais fundamental de um partido político, eu jamais vivenciei no PV: a atividade político partidária. Apesar de ter ocupado o caro de 2º Vice-Presidente do partido, eu nunca vi o PV se reunir para discutir e deliberar decisões políticas. De fato, apesar de estar sempre presente e envolvido no partido, eu e outros companheiros tínhamos conhecimento das decisões políticas “tomadas pelo partido”, exclusivamente, através das manchetes da imprensa local: “Partido Verde ingressa no Grupão”, “PV convida Conceição Winter para fazer parte do Grupão”, “PV discute a duplicação da 381” e etc. A impressão que tive do PV é a de ser ele apenas uma ONG e não um partido.Durante o período que estive à frete do Meio Ambiente da Prefeitura foi a mesma coisa. O PV não participou de nenhuma decisão política relacionada com o governo, apesar do prefeito ser pevista. Nem mesmo uma satisfação sobre o porquê da escolha de determinadas pessoas para ocuparem o cargo de secretários o PV teve.Isso nao é partido.
De muito pouco importa um partido possuir sede, jornal, vários filiados, boa receita e etc se ele não delibera as questões político-partidárias. A natureza de um partido reside no fato dele tomar decisões políticas colegiadas. No PV, durante o tempo que estive lá, a direção do partido não participou de nenhuma decisão política. Nenhuma! Foram todas tomadas de forma unilateral, à margem da mesa diretora. Por isso eu o vejo como uma ONG, na prática. Ele faz de tudo, menos aquilo que são da essência e da natureza de um partido político. Sempre questionei muito essa artificialidade e fui taxado de radical. Engraçado...pra fazer tudo o que fiz, eu não era taxado de radical. Houve aquele que argumentou que era assim porque o PV/Monlevade ainda se organizava através de uma convenção provisória. Besteira. Conforme disposição estatuária o PV, em regra, somente pode tomar decisões políticas por deliberação da mesa diretora. De tal forma que considero que o PV, enquanto se comportar como uma ONG, não possuirá condições de transformar Monlevade na Cidade que nós queremos. Até que... há poucos meses, me desfiliei.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Lixo Hospitalar de Lucien Marques


Li no Jornal Bom Dia que os quintais de varias residências localizadas na Avenida Aeroporto estão contaminadas com Lixo Hospitalar proveniente do Hospital Margarida. O provedor daquela Casa de Saúde, Lucien Marques, teve o disparate de colocar a culpa no DAE. Leia parte da reportagem: ... " o provedor do hospital avalia que a solução definitiva do problema seria o tratamento do esgoto antes de ser lançado nas redes do município. Ele observa que como as redes de esgotamento da lavanderia são muito antigas não possuem barreiras de contenção. "O tratamento de resíduo deveria ser à parte e hoje é jogado na rede comum", observa.
Na avaliação de Lucien, cabe ao município resolver o impasse. Ele explica que o plano de Governo do prefeito Gustavo Prandini (PV) contempla a construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) no município. Lucien considera que o tratamento do esgoto hospitalar deve ser de responsabilidade do DAE"...
O que está ocorrendo é que o hospital administrado por Lucien Marques tem sistematicamente despejando lixo contaminado no ribeirão que nasce no Clube Embaúba, passa pelos fundos do Margarida, onde recebe o lixo infectado por doenças, continua seu percurso pelos quintais das residências da Avenida Aeroporto, até alcançar o Colégio Estadual Antônio Parreiras, onde é canalizado. Em outras palavras, ao invés do lixo infectante ser recolhido pelo serviço de coleta pública de lixo e ser destinado à vala séptica do Aterro Sanitário, ele está sendo despejado no lindo ribeirão do Embaúba, contaminando vasta área de Mata Atlântica protegida pela Lei Orgânica Municipal. Que absurdo!!

Virei "Maqueteiro" que nem Marcio Passos: Tô fazendo Maquete






Esta é a maquete de uma capela tipicamente mineira que eu estou construindo. Ela é inspirada na Capela Santa Quitéria de Catas Altas. Já pesquisei muito e até hoje não consegui definir o seu estilo. Já li que este estilo é denominado indu-europeu. Mas, pra mim, tal expressão é muito genérica e não traduz a sua beleza. Só sei que ela se caracteriza por frontispício chanfrado, com a presença de três portas-janelas, cobertas por cimalha; torre sineira central e frontal única de três sinos e telhado de quatro águas; possui ainda uma nave e um altar com telhado de duas águas e a sacristia com uma janela externa e telhado de uma água. Já estão prontos todo o frontispício, a torre sineira e seu telhado, a nave e seu piso, o alto do coro, o arco cruzeiro e os cômodos nos quais serão acomodados o altar mor e a sacristia. Faltam, ainda, o telhado da nave, do altar, da sacristia e o altar mor. Minas está polvilhada por este tipo de Capela. Elas, em sua maioria, foram erigidas por irmandades religiosas de escravos alforriados e são dedicadas à padroeira dos escravos das Minas de Ouro e Diamante: Nossa Senhora do Rosário..

Salário Minimo para Vereadores?

São de uma demagogia e de uma impertinência sem tamanho essa historia de se reduzir o salário dos vereadores para o mínimo legal. Seria concebível reduzir o salário do prefeito e do vice ao mínimo legal? Claro que não. Sob a égide do Principio da Harmonia dos Três Órgãos de Poder do Estado, para se reduzir o salário dos vereadores, também se deveria reduzir o salário dos chefes do executivo para que o equilíbrio entre os poderes não fosse violado. Além do mais, um vereador que ganha mal é mais facil de se corromper. Exercer a vereança numa cidade complexa com João Monlevade requer dedicação exclusiva por parte daquele que é representante do povo. Recebendo salário mínimo, o vereador nao teria como se dedicar à comunidade, já que teria que desdobrar seu tempo entre bicos e espedientes outros para se manter. Baixos salários não são capazes de atrair pessoal qualificado para exercer cargos públicos ou privados. Por tudi isso um bom salário é fundameal. O vereador que acha que deve receber um salário mínimo poderia doar para a comunidade o valor de seu rendimento que ultrapassar o valo do mínimo legal e estaria resolvida a questão. Não podemos confundir a má qualidade dos debates e da atividade parlamentar dos atuais representantes do povo molevadense com a importância da Câmara Municipal e com o papel que deve ter o vereador.