Doído e, ao mesmo tempo, esclarecedor é ler em página do
jornal A Notícia texto do marqueteiro de campanha de Railton que confessa não
ser daqueles que apontam o dedo para o inelegível Carlos Moreira a chamá-lo de
corrupto.
Ante de mais nada, essa conversa de “apontar o dedo” é muito
circulante entre aqueles que cultuam a impunidade no Brasil. Não existe dedo
apontado, existe a necessidade de punir os corruptos e afastá-los da
Administração Pública. Será que corrupto é só aquele que, literalmente, mete a
mão no dinheiro público? Claro que não. É também corrupto aquele que distribui
dezenas de terrenos públicos, por meio de permissões, para apenas seus correligionários e
cabos-eleitorais, num claro artifício de troca de favores eleitoreiros para se
manter no poder. Será que alguém que não
fosse do grupo político de Moreira recebeu alguma permissão de uso de terno
público para instalar negócio?Claro que não. Isso, obviamente, só não pode ser
corrupção para quem se beneficiou do esquema. E ainda tem muito mais. Tem a
Farra do Lixo, a licitação da Enscon, os 22 milhões jogados fora no pretenso
hospital Santa Madalena, etc. Tudo se arrastando na morosidade da justiça
local.
Realmente, o terror de qualquer marqueteiro político é a
pecha de corrupto que pode incidir sobre seus clientes, mesmo que indiretos.