terça-feira, 28 de novembro de 2017

Parte da Roda D'água do Museu Monlevade Desaba


Lembro-me muito bem de que em março de 2016, quando, pela primeira vez, denunciei que o Museu Monlevade, se encontrava destelhado, com o acervo sujeito à ação nociva das intemperes, imediatamente, apareceu um bajulador do poder econômico para afirmar que “aquela roda d’água de braúna duraria mais 200 anos do jeito que estava”. 
No domingo, pude verificar com tristeza que parte da Roda D’água que integra o precioso acervo do Museu Monlevade não suportou a falta de zelo com o patrimônio histórico nem as chuvas dos últimos dias e desabou, como se vê pela foto anexa. 
No Relatório de 1853, o próprio Monlevade cita, expressamente, a aludida Roda D’água, explicando a sua função, conforme se transcreve:

“Um bicame, ou tanque d’água, colocado a 30 palmos acima do fundo do quintal e no meio da casa está recebendo a água toda do ribeirão, dando a força motriz para as duas rodas, e o vento necessário por meio de quatro trompas, repartido em canais de braúna por todas as partes. Há também duas mãos de pilões movidas por uma das rodas , as quais servem para reduzir em pó a pedra de ferro, quando não se emprega a jacutinga na fundição, assim como para sacar certas borras ricas de partículas de ferro, as quais lavadas e refundidas dão um ferro de superior qualidade.”
Pelo visto, o bajulador errou sua previsão em mais 198 anos, já que depois de denunciada a falta de telhado no Museu Monlevade, a respectiva Roda D’água não se suportou de pé nem dois anos. O bicame de madeira localizado acima da roda também já dá sinais de grande deterioração, como os demais itens de madeira do destelhado Museu Monlevade, mantido pela Arcelormittal. É assim que se destrói um país!

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