quinta-feira, 4 de abril de 2019

Quase 100 dias de governo Bolsonaro



A caminho de completar 100 dias de mandato, o governo Bolsonaro é um verdadeiro desalento para o trabalhador brasileiro. 
Já são mais de 13 milhões de desempregados, 25 milhões de trabalhadores informais e a Ford parece que foi a primeira a cair na real, seguida de outras grandes empresas que também fecham suas portas no Brasil. Os sinais são claros de que a grave crise econômica em que o país se encontra apenas se aprofunda mais a cada dia. O comércio não vende, a gasolina está em R$ 4,60, o feijão a R$ 8,00 e toda vez que o presidente abre sua bocarra desmedida o dólar supera o teto psicológico de R$ 4,00. E nem precisa esperar porque não haverá crescimento econômico, boom imobiliário nem recorde na venda de eletrodomésticos, celulares, computadores e veículos, como ocorrido antes de 2014. Paulo Guedes, o ministro da Fazenda, não ganha dinheiro com o trabalho. Ele é financista, canha dinheiro no mercado financeiro, que não produz sequer um parafuso para a nação. O negócio dele é cortar investimentos na saúde, na educação e na Previdência Pública para remunerar ainda mais os banqueiros do Brasil. Certamente, Paulo Guedes vai posicionar seu património em dólar e a partir daí conduzirá uma escalada no preço da moeda estadunidense, triplicando ou quadruplicando sua fortuna. Aqueles que estão no poder não precisam de crescimento econômico, de geração de renda ou de abertura de postos de trabalho. Eles são remunerados pelo Estado brasileiro com quase metade da despesa da União, sem o menor esforço. É isso mesmo, a Miriam Leitão não diz, nem o Willian Bonner, mas o maior rombo das contas públicas brasileiras não é causado pela Previdência, mas sim pela imensa conta de juros que o Brasil paga anualmente a cerca de 10 mil credores da dívida pública. Como demonstra o gráfico anexo, o custo da previdência corresponde a apenas 22, 76% da despesa da União, enquanto que a despesa dos juros dos credores da dívida alcança estratosféricos 45, 11% da mesma despesa, ou seja, de cada dez dias que você trabalha, 4 e meio são para pagar banqueiro, e você nunca ouviu falar nisso. E de onde vem essa lógica? 22,76% para remunerar 30 milhões de aposentados contra 45,11%, mais que o dobro, para remunerar apenas 10 mil credores? Em relação aos aposentados, sabemos que eles, em regra, trabalharam grande parte da vida, contribuiriam e agora são remunerados. O que não acontece em relação aos banqueiros, pois não existe um memorial de cálculo que possa explicar porque o Brasil gasta quase metade do orçamento da União com juros de sua dívida. Convencionou-se assim.
O Japão, por exemplo, tem uma dívida proporcionalmente 5 vezes maior do que a brasileira e não compromete mais do 3% da despesa com o pagamento de juros. E é o contrário disso que Paulo Guedes quer. Se hoje o Brasil compromete mais de 45% de sua despesa com a remuneração dos banqueiros, no final do governo Bolsonaro estará pagando 55% ou mais. 
Além da tragédia econômica, em menos de 100 dias, o governo Bolsonaro já se comprovou um verdadeiro manicômio. Seus assessores não dominam sequer os conceitos mais elementares das temáticas que ocupam. O Brasil é o único país do mundo que ainda teme o avanço do comunismo, o que parece ser o único note desse governo. Filho cheio de laranjas e envolvido com milícias. O outro manda e desmanda no governo. O Assassino de Marielle é vizinho no condomínio de luxo do presidente. Chegamos ao fundo do poço. E um presidente que não desceu do palanque para governar, não tem articulação com o parlamento, não tem compostura presidencial, entregou a geografia brasileira para o EUA (Base de Alcântara), destruiu a diplomacia do Itamaraty (reciprocidade de visto) e que colocou perigosamente o Brasil no circuito de atentados jihadistas, ao se alinhar com os conservadores israelenses por acreditar que a Israel contemporânea é a mesma terra santa bíblica de Moisés e Abrão. 
Enganado foi foram apenas os pobres que votaram em Bolsonaro, pois a classe média brasileira, ela é a cara do Bolsonaro e queria justamente este resultado: a sabotagem da política e a ingovernabilidade, para interromper o processo de ascensão das classes C, D e E. A classe média quer um país melhor, desde que não haja ascensão social.

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