Para quem ainda restava alguma dúvida a sobre a viabilidade
administrativa do artifício utilizado pelo ex-prefeito inelegível Carlos
Moreira para se manter no poder , ou seja, o mandato da prefeita Simone, agora,
depois das conseqüências do imenso volume de chuvas das últimas semanas, não
resta mais.
Infelizmente, como pôde ser observados ao longo dos últimos 3
anos, a conquista da primeira mulher eleita prefeita de João Monlevade não se
deveu a uma consciência sobre o avanço dos direitos políticos da mulheres, mas
sim, tratou-se apenas de um artifício engendrado por Carlos Moreira para se
manter no poder, apesar da cassação de seus direitos políticos.
Do primeiro dia de mandado até os atuais, não se viu
acontecer na Prefeitura, absolutamente, nada que dependesse da liderança
política da prefeita. A cidade está suja, imunda, registrou 4 óbitos por dengue
no ano passado e segue, desnorteada, sem um plano de desenvolvimento, vivenciando
um caos na saúde, sucateamento na educação, ausência total de atmosfera
cultural, crise profunda no Hospital Margarida, etc, etc. E é obvio que um
programa de prevenção e de atendimento aos atingidos pela chuva também é algo
que depende de liderança política para acontecer. E não também houve nada neste
sentido. Não houve um plano de contingência específico para os já conhecidos
pontos de alagamento e de risco geológico da cidade. Não houve monitoramento do
nível do rio, nem manutenção prévia da rede pluvial e das válvulas de contenção
de enchentes no Bairro Santa Cruz. Não houve nada.
E pior do que a ausência de prevenção foi a resposta do
governo Simone/Moreira para o ocorrido. Depois de inundado, foram várias horas
para que alguém da prefeitura aparecesse no bairro Santa Cruz. Não houve
cadastramento dos atingidos, nem encaminhamento dos mesmos para abrigos, nem
organização dos donativos ou coisa parecida. No momento seguinte ao alagamento do bairro
não havia sequer caminhão da prefeitura disponível para o socorro. Tudo o que gerou bastante indignação dos
atingidos e vídeos contundentes de cobrança que circularam pelas redes sociais.
Aí, o governo saiu da posição de mero espectador e passou agir, mas não para
socorrer os atingidos, mas sim para punir os que ousavam protestar. Absurdo
derradeiro foi quando a prefeitura anunciou que os donativos feitos pela população
para os atingidos do Bairro Santa Cruz seriam encaminhados para os centros
comunitários de outros bairros. Em suma, foi um triste espetáculo de incompetência,
omissão, perseguição, censura e completa ausência de liderança política por
parte da prefeita.
É preciso que o cidadão enxergue que o estratagema utilizado
por Moreira para se esquivar da cassação de seus direitos políticos e se manter
no poder através de sua consorte conjugal, simplesmente, não funcionou, como já
era esperado, até porque a inelegibilidade deve ser encarada de antemão como
sinal esgotamento político. O monlevadense tem tido a oportunidade de aprender
com a experiência própria que a liderança política necessária às ações de
governo só pode acontecer quando a pessoa que ocupa a cadeira de Chefe do Executivo
é a mesma que comanda a administração
pública, pois 2020 é ano de eleições municipais.
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