Devem ocorrer na segunda
quinzena de março as eleições para a diretoria da Associação São Vicente de
Paulo de João Monlevade, entidade que administra o Hospital Margarida, ocasião
mais do que oportuna para uma retrospectiva da (indi) gestão de José Roberto
Fernandes, que, desastrosamente, vem ocupando o cargo pelos últimos 4 anos, tornando-se, sem margem de dúvidas, o provedor mais controverso e problemático da história recente do
único hospital do Município e conquistando muitos títulos.
José Roberto Fernandes foi
eleito provedor do Hospital Margarida em 1º de abril de 2016, tendo como principal
atributo para ocupar o cargo a estreita relação que mantém com o ex-prefeito
inelegível Carlos Moreira. Com apenas 90 dias de mandato, utilizou o blog O
Popular para difamar médico do Corpo Clínico do hospital, sem apresentar
qualquer prova. Foi processado, não conseguiu provar nenhuma das graves ilações
que levantara contra o médico e foi condenado a indenizar o dano moral e a
retirar a matéria mentirosa do Blog O Popular. Assim, conquistou o título de
primeiro provedor da história do HM a ser condenado pela Justiça por difamar médico
do Hospital. Em seguida, utilizou do jornal O Celeste para inventar nova
denúncia contra o mesmo médico, desta vez no CRM. O médico foi absolvido por
falta de provas e o provedor foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Minas
Gerais a se abster de difamar o médico. Assim, conquistou o título de primeiro
provedor da história do HM a ser condenado pelo TJMG a se abster de difamar médico
do Hospital. Ao fim do processo, o jornal O Celeste foi condenado a proceder ao
direito de resposta, desmentindo a matéria, e a pagar dano moral. Perseguiu a Associação de Amigos do Hospital
Margarida, descredenciando-a da realização do Bingo, movendo ação de despejo
contra a mesma da sala administrativa que mantinha no HM e requerendo junto ao
DAE o impedimento de doação à mesma por meio do pagamento da conta de água.
Descaracterizou a natureza filantrópica do Bingo do Hospital Margarida,
importante fonte de receita da casa, contratando empresa de Viçosa para
realização do mesmo, o que resultou em ação civil pública movida pelo
Ministério Público para impedir a realização do evento. O Bingo nunca mais foi
realizado. Jamais prestou contas do 1 milhão de reais arrecadados pelo evento
cancelado e ninguém mais teve coragem de adquirir uma cartela do até então
tradicional Bingo do Hospital Margarida. Assim, conquistou o título de único
provedor do Hospital Margarida a destruir a imagem do Bingo. Fez circular nas
mídias sociais anúncio de alistamento de vendedores do plano de saúde Top Vida
Card em seu endereço residencial, no número 369 da Av. Getúlio Vargas, e, posteriormente,
contratou o dito plano para prestar o serviço junto aos funcionários do
Hospital. Além dos médicos, brigou com a GRS, brigou com o
Conselho Municipal de Saúde e brigou com a Câmara. Contratou parentes de
vereador e de conselheiros do CMS no hospital. Arregimentou por mais de uma
vez funcionários do hospital, em horário de serviço, para fazer politicagem na
Câmara. Não apresentou os extratos bancários comprobatórios da regularidade de
repasses milionários para o CNPJ baixado
da Associação São Vicente de Paulo. Interveio em questão médica de sala cirúrgica no Hospital, chamou a Polícia
Militar para o médico e teve de ouvir que a PM não podia interferir em assunto médico-administrativo
da casa. Tentou interferir em questão médica da Clínica Urológica, visando a
utilização da mesma para realização das cirurgias eleitoreiras de vasectomia,
prometidas pela prefeita. Foi processado, via Mandado de Segurança, e condenado pela Justiça a se abster de interferir em questão médica da Clinica
Urológica. Assim, conquistou o título de primeiro e único provedor do HM a ser
condenado pela Justiça a abster-se de interferir no Corpo Clínico do Hospital,
o que é gravíssimo. Demitiu uma série de funcionários técnicos do
hospital para substituí-los por cabos eleitorais de Simone/Moreira e, apesar da
imensa crise financeira verificada no HM, não deixa de contratá-los. Já atrasa
por vários meses os salários dos médicos, a ponto de representante da
Associação Médica utilizar-se da tribuna da Câmara, para acusá-lo de se
apropriar indevidamente dos honorários médicos e de pedir a mudança da administração
do Hospital. Não presta as devidas contas sobre a imensa e crescente crise
financeira em que meteu o HM, cuja dívida com médicos e fornecedores é estimada
em mais de 30 milhões de reais. Assim,
José Roberto Fernandes, ainda tem o potencial de fazer jus ao título de
provedor que, em apenas quatro anos, levou o HM à bancarrota.
Como se vê, o atual provedor, que ocupa cargo equiparado a público, acumulou muitos títulos e muitos outros ainda poderão lhe ser concedidos,
principalmente, quando esta caixa preta chamada ASVP/JM for aberta. Sabe-se que
ele está lá no HM com a única função colocar em prática o projeto pessoal de poder do inelegível
Carlos Moreira junto a instituição. Mas,
será que Moreira vai querer que, em pleno ano eleitoral, siga havendo briga com tanta
gente no HM e o risco de levar a galinha dos ovos de ouro à bancarrota?