quinta-feira, 12 de março de 2020

Provedores Passam, Médicos Ficam


Foi eleita ontem a nova diretoria da Associação São Vicente de Paulo, entidade que administra o Hospital Margarida. O ex-provedor, José Alberto Grijó, que presidiu a ASVP no biênio 2014/16, foi eleito, novamente, presidente da casa. É o fim de um reinado de terror que perdurou pelos últimos 4 anos no Hospital Margarida, quando a ASVP foi presidida pelo ex-provedor José Roberto Fernandes, cuja (indi) gestão ficou marcada por usa série de crises e trapalhadas como a inviabilização do Bingo do HM e, principalmente, pela perseguição sistemática contra médicos do hospital, que são peças fundamentais na prestação do serviço de atendimento à saúde da população. Sem médicos, não é possível a prestação dos serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados, independente da estrutura existente. Como se verifica agora, o provedor se foi e os médicos perseguidos ficaram, até porque ele foi o único provedor da história do HM a ser condenado pela Justiça a se abster de interferir em questões médicas do Corpo Clínico do hospital. E seu fracasso se deveu, essencialmente, às perseguições que empreendeu. Ou o provedor empenha seu tempo e seus esforços para trabalhar em benefício do hospital, ou ele persegue médicos. As duas coisas ninguém não pode fazer ao mesmo tempo. A verdade é que, durante os últimos quatros anos, a ASVP, fundada pelo inelegível ex-prefeito Carlos Moreira, se demonstrou uma entidade inapta a administrar o único hospital da cidade, sobretudo no que diz respeito ao controle dos inúmeros abusos cometidos pelo provedor anterior e à ingerência política na casa. Durante os 4 anos de abusos, a ASVP nada fez para conter os desmandos do antigo provedor. E quem saiu deste processo com a imagem super manchada foi justamente a ASVP. O provedor anterior agora voltará ao anonimato, mas episódios como o “Golpe do Bingo”, a perseguição contra médicos, contra a AAHM, as brigas com a GRS, CMS e Câmara, etc, ficarão para sempre estampados no histórico da ASVP. Ademais, apesar dos milhões de reais em recursos públicos que recebe do Município, etc, a ASVP não é uma entidade representativa dos diversos setores da sociedade monlevadense, pois a ela apenas se associa quem Carlos Moreira/Mauri Torres quiser . E recursos públicos devem ser sempre geridos, mediante controle social. Uma entidade que é gestora de recursos públicos da saúde deve contar com todo um aparato de controle social para coibir abusos, o que não é caso da ASVP, que, em função de sua composição, se trata na verdade de uma entidade de domínio político e não técnico. O próximo prefeito de Monlevade, caso pretenda, realmente, conduzir o Hospital Margarida de volta à sua normalidade definitiva, sem riscos futuros, deverá assumir a tarefa de restabelecer a administração técnica no HM, por meio de uma entidade técnica, especialista em gestão hospitalar, ao contrário do que ocorre hoje, como foi sugerido pela Associação Médica na tribuna da Câmara. Contudo, a eleição de José Alberto Grijó representa certo alento, diante do perfil do antigo provedor e do cenário de profunda crise por que passa o HM, além de um imediato alívio para a comunidade, médicos, funcionários técnicos e colaboradores do Margarida. Ele assume a presidência da casa com a responsabilidade de informar com transparência à população o que de fato acontece com as finanças do hospital, regularizar o pagamento a fornecedores e médicos, prestar contas do paradeiro dos 1 milhão de reais arrecadados com o Bingo suspenso pela Justiça, reaproximar o HM da Associação dos Amigos do Hospital Margarida, apaziguar as relações institucionais da casa, enxugar a máquina que está inchada de cabos eleitorais e repleta de contratados- amigos do rei, além de instituir uma gestão transparente, equilibrada e eficiente. Boa sorte ao Grijó!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ofensas e denúncias infundadas serão riscadas ou excluídas a critério do autor do Blog. Obrigado pelo comentário.