É, realmente, vergonhoso e irresponsável o subsídio que o
governo Laércio/2024/Fabrício/Candidato pretende conceder à Enscon, concessionária
do serviço de transporte público urbano.
É vergonhoso porque a Enscon presta um serviço de péssima
qualidade e o preço da tarifa é um dos mais caros de Minas. Hoje, a Enscon não
é fiscalizada em absolutamente nada pela administração pública, apesar de
faturar milhões e de prestar um serviço publico de natureza essencial,
diretamente, ligado ao direito de ir e vir dos munícipes. A Enscon não cumpre o
contrato que celebrou com o Município e nunca foi punida por isso. Ela não
respeita os horários, itinerários nem os trajetos que os coletivos devem percorrer,
tudo de acordo o que é mais lucrativo para ela. Ela coloca ônibus na hora que
ela quer e do jeito que ela quer. A Enscon, por exemplo, suprimiu os trocadores,
reduzindo pela metade sua folha de pagamentos, mas jamais fez repercutir tal
economia no preço da tarifa. Ao contrário, abocanhou-a como lucro, colocando
dezenas de mães e de pais de família na rua. É irresponsável porque é a Enscon quem
comunica à Prefeitura quantos quilômetros, quantos passageiros, quanto de combustível,
quanto de pneu, etc, foram contabilizados naquele mês. Ela não é mais fiscalizada, não existem mais
aqueles fiscais da Prefeitura que colhiam os dados a bordo dos coletivos nos
pontos finais. É como se fosse a raposa quem comunicasse quantos ovos o
galinheiro produziu naquele mês. Além disso, a planilha de custos, utilizada no
Conselho Municipal de Transporte (CMT) para compor o preço da tarifa é obsoleta
e obscura, de modo que não permite a aferição do lucro da empresa. É obvio que
a empresa busca o lucro, mas por se tratar de prestação de serviço público
essencial, seu lucro não pode ser exorbitante. Há 30 anos, o CMT reajusta o
preço da passagem de ônibus, sem conhecer o lucro da empresa. É como alguém conceder
aumento de salário para um funcionário sem saber quanto ele ganha, ou alguém
pagar pelo abastecimento do carro, sem saber quantos litros foram colocados no
tanque. A planilha de custos da Enscon é um cheque em branco avalizado pelos
prefeitos. E dar cheque em branco é coisa de gente irresponsável, sobretudo,
quando se trata de dinheiro público. Assim, se agissem como mínimo
responsabilidade, a primeira providência a ser tomada para se discutir a
concessão de subsídio à Enscon seria revelar para o povo o lucro dos últimos 60
meses da empresa, coisa que ninguém nunca fez, nenhum vereador. E o repasse do
transporte escolar que o Município faz para Enscon? Durante a pandemia, as
aulas presenciais foram suspensas, junto do transporte de estudantes, e o que
aconteceu? A Prefeitura seguiu realizando os repasses para Enscon? Ninguém
tocou no assunto.
“Garantia do transporte público no Município” se faz com
fiscalização, transparência e cumprimento do contrato pela empresa, não com
subsídio financeiro. Se a empresa pede subsídio, a primeira coisa a ser
reavaliada é sua capacidade econômica de prestar o serviço. E quem não tem
capacidade econômica, apesar do imenso favoritismo que tem desfrutado, não pode prestar um serviço público da
envergadura do transporte coletivo. O governo municipal perdeu uma ótima
oportunidade de rescindir o contrato com a Enscon, por descumprimento
contratual, e realizar uma licitação com ampla concorrência
de modo a melhorar qualidade do serviço e o alto preço da tarifa. Mas ao
contrário, preferiu subsidiar o péssimo serviço prestado pela Enscon, o que tem
lhe causado imenso desgaste. Para quem ainda estava a acreditar que o governo Laércio/2024/Fabrício/Candidato
representava a mudança, está aí o subsídio da Enscon para comprovar o
contrário.
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