terça-feira, 5 de novembro de 2013

Guilherme Nasser na Ditadura de Parlapatão


A mais profunda essência do regime democrático repousa sobre a primazia da independência e harmonia entre os órgãos de poder do Estado, sem as quais, invariavelmente, a ditadura se vê instalada.
A Teoria de Tripartição do Poder está prevista no art. 2° da Constituição e deve, efetivamente, funcionar como um sistema de freios e de contrapesos, que consiste na contenção do poder pelo poder, ou seja, cada poder deve ser autônomo ao exercer sua função institucional, porém, também deve ser controlado pelos demais poderes, sob pena de se descaracterizar a democracia, abrindo espaço para regimes, silenciosamente, autoritários.     
Em João Monlevade, além do fisiologismo de praxe entre os poderes municipais, a ânsia incontrolável do presidente do Legislativo local em aparecer e em tentar justificar cada ponto levantado em plenário contra a incompetência e a paralisia do governo torresmista tem contribuído em demasia para que a Câmara de Vereadores de João Monlevade seja esvaziada, principalmente, de sua função fiscalizadora, transformando-se numa mera sucursal do Executivo.
A postura confusa do vereador Guilherme Nasser, o atual presidente do Legislativo Monlevadense, em não compreender o papel que lhe cabe como tal naquela casa, portando-se como verdadeiro líder do governo na Câmara, a retrucar e a parlapatar, indefinidamente, cada ato fiscalizador levantado pelos poucos vereadores que, realmente, respondem à sua função, está contaminando todo o trabalho legislativo daquele órgão de poder e retirando da Câmara sua verdadeira razão de existir.
O Regimento Interno da Câmara de João Monlevade distribui de forma isonômica o tempo de tribuna para cada vereador. Coisa que não é respeitada pelo próprio presidente da casa que faz uso, indiscriminado, do microfone a seu bel prazer, seqüestrando para si para seu ego as sessões do Legislativo. É certo que quem preside as sessões pode e deve fazer uso da palavra sempre que for necessário à boa condução dos trabalhos. O que é muito diferente de o presidente se apoderar, livremente, do microfone para fazer sua politicagem em plenário.
Recentemente, um vídeo contendo a simulação do lançamento de uma bomba sobre a Câmara foi veiculado na internet, o que, inclusive, rendeu uma moção de repudio a seu autor. A experiência da Revolução Francesa ensina que qualquer ato de violência que é praticado, num segundo momento, volta para aquele que o praticou. No entanto, a interpretação que se pode fazer daquele vídeo é que o senso comum não tem visto mais razão de existir do Legislativo local, da forma com que ele tem sido conduzido. E, neste sentido, o vídeo errou apenas no alvo, que deveria ser a conduta de quem tem colocado João Monlevade dentro dessa ditadura silenciosa que não faz a cidade avançar, como foi prometido.                          

Um comentário:

  1. Ao meu ver, a cidade de João Monlevade a muitos anos, não tem uma câmara legislativa! Temos ali, um bando de incompetentes sem exceções, com o único intuito de viver confortavelmente durante 4 anos e se promoverem. Isso não vai mudar enquanto a população monlevadense não se impor, e entender que a casa legislativa existe para defender os interesses do povo.

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