quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Rompimento de Barragem em Itabirito: Prelúdio do Futuro de Minas Gerais

O rompimento de uma barragem de rejeito da mineração de ferro da mineradora Herculano, ocorrido ontem em Itabirito, vitimando três trabalhadores da empresa e causando expressivo dano ambiental, pode ser apenas o prelúdio de uma fração do que o futuro reserva para Minas Gerais, caso a atual política de compensações do setor de mineração não se altere.
Essas imensas e perigosíssimas barragens de rejeito estão por toda Minas Gerais, muitas delas dentro de bacias de importantes mananciais de abastecimento d’água e, portanto, demandarão monitoramento e manutenção para todo o sempre. E quando o minério de ferro acabar, quem proverá ou pagará pela manutenção desse imenso e instável passivo ambiental?
Não acredite neste engodo de que há minério para mais 300 ou 400 anos, pois a duração da jazida depende apenas da velocidade de sua exploração e a cada dia a tecnologia torna mais rápida a extração do ferro em Minas Gerais. E quando isso acontecer, o que vai ser de Minas? Qual o desenvolvimento que o ciclo da Mineração do Ferro terá trazido a Minas Gerais? Quantos, mundo afora, terão se enriquecido com os metais do subsolo mineiro e o que terá restado a Minas Gerais?
Com a atual política de royalties da mineração (somente 3% sobre o lucro) quase nada tem restado a Minas Gerais, além de cenas trágicas como a de ontem em Itabirito.  

Um comentário:

  1. Na verdade os royalties servem, entres outra coisas, para preparar aquela comunidade no dia que a exploração acabar. Os poderes executivos não conseguem planejar a longo prazo, usam os recursos para demandas imediatistas. Quando a jazida exaurir ou a empresa não quiser mais explorar por algum motivo estratégico, o poder público e comunidade irão chamar a mineração de mercenária, que ficou ali só quando tinha material a ser explorado, etc. Claro, ela não manterá uma planta industrial operante se não tiver minério. O poder público tem que criar novas formas daquela comunidade se manter sem contar com a mineradora.

    Assim como ocorreu na Herculano, centenas de pequenas mineradores não tem estrutura para seguir todos os padrões, normas e leis ambientais e de segurança. Infelizmente, acidentes como este, sempre ocorrerão.

    Victor Gomes

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