quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

10 Anos do Prandinismo


A passagem de janeiro de 2019 marca os 10 anos do Prandinismo. O termo refere-se ao conturbado e, muitas das vezes, destrutivo mandato do ex-prefeito Gustavo Prandini, transcorrido entre os anos de 2009 e 2012.
Nas eleições municipais de 2008, Gustavo Brandini se apresentou como alternativa ao governo conservador de Carlos Moreira, embasando-se num discurso progressista de mudança, eficiência e participação. Com isso, conseguiu congregar em torno de si, no Partido Verde, um grande grupo de jovens com o mesmo desejo de mudança , além de partidos como o PT, o PC do B, entre outros. Sua campanha, iniciada em julho de 2008, foi marcada pela participação direta da juventude que, com inquietude, muito enfrentamento e a decisiva militância dos partidos coligados, elegeu Gustavo Prandini prefeito de Monlevade com uma diferença de cerca de 500 votos para o segundo colocado e um plano de governo extremamente audacioso, que previa a instalação ate de teleférico no Parque do Areao . 
Contudo, logo depois de eleito – ainda hoje não se sabe ao certo o que afetou o ex-prefeito – Prandini passou a agir na contramão de tudo com o que havia se comprometido junto a seus apoiadores e eleitores. Ato marcante e mais controverso do ex-prefeito foi sua opção em deixar de fazer uma administração participativa, excluindo completamente do processo decisório de suas ações de governo o Partido Verde, demais aliados e delegando o poder decisório de sua gestão , exclusivamente, a Emerson Duarte, ex-coordenador de sua campanha, a quem empossou como secretario de governo, figura nada saudosa que ficaria conhecida como o primeiro-ministro da meteórica era prandinista. Tal fenômeno ficou conhecido como Pacto-umbilical.
E Prandini não ficaria por ai. Alem de fechar seu governo a participação decisória dos partidos que o elegeram, Prandini passou a, literalmente, perseguir os integrantes do Partido Verde que o haviam eleito prefeito a ponto de, com menos de dois anos de mandato, os únicos integrantes do Partido Verde original a participarem de seu governo eram o tal Emerson Duarte e outros gatos pingados. Prandini substituiu quase todos pevistas por amigos da esposa, moreiristas e muita gente completamente alheia ao projeto inicial proposto ao eleitorado. A perseguição a aliados gerou imensa crise política em seu governo, situação que se desdobrou em crise administrativa, depois, numa crise financeira, seguida de uma crise institucional e , por fim, na crise de credibilidade, que rendeu ao governo Gustavo Prandini mais de 80% de rejeição popular, sepultando de vez qualquer pretensão do ex-prefeito a reeleição, que sequer foi tentada, apesar de sua juventude. Desde o termino de seu mandato, Prandini se encontra auto-exilado em Juiz de Fora. Certamente, foi um dos governos, politicamente, mais instáveis e conturbados da historia de João Monlevade, marcado pela incessante dança de cadeiras de secretários e por intensa fragmentação da própria base política. Por fim ate o PT rompeu com Gustavo Prandini. Nenhum prefeito causou tanto estrago nos setores progressistas da política monlevadense quanto Gustavo Prandini. E tais estragos ainda são sentidos. Terminou seu mandato sem conseguir cumprir 05 porcento de seu programa de governo e com a Prefeitura numa grave situação financeira e administrativa, com a interrupção de muitos serviços. 
Por isso eh fundamental aprender com os erros do prandinismo para não comete-los novamente no futuro. Alias, pode-se dizer que o prandinismo foi o exemplo de tudo que nao se deve fazer numa administração municipal. A lição tirada do prandinismo eh que não basta vencer as eleicoes. Eh preciso eleger alguém preparado para o poder, capaz de não perder a coerência política depois de eleito , de agregar, de construir e, sobretudo, de liderar pessoalmente o município, ouvindo seu povo, para recolocar Monlevade de volta aos trilhos do desenvolvimento. Prandini nunca mais!

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