sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Não é Milícia, É Máfia


No Brasil, é muito comum que os conceitos das coisas sejam deturpados, a fim de se manter aquele estado de coisas, que ao final, é muito conveniente para as elites dirigentes. Milícia é um deles. E assim, deturpados, tais conceitos passam a circular na grande-mídia (principalmente na televisão), confundindo, dificultando e até impedindo uma abordagem eficaz na resolução daquele fenômeno, já que não se pode resolver aquilo sobre o que não se tem compreensão. Uma rápida consulta ao vernáculo revela que “milícia” é: 1 - Vida ou carreira militar; 2 - Exército, tropas; 3 - Corporação bem disciplinada; 4 - Os militares; 5 - Tropas de segunda linha. 
Como se vê, o dicionário tem uma definição de milícia muito diferente daquilo que ocorre nos subúrbios e nos morros do Rio de Janeiro. Aliás, além de não designar o que acorre no Rio, milícia é um termo de sonoridade amena, nada alarmante. Quando se diz milícia, ninguém olha. Muito diferente de se dizer “máfia”. Isso sim é uma palavra de sonoridade e significados alarmantes. “Máfia” até se inicia com a sílaba “má” que é o feminino de mau. Falou em máfia, todos se alarmam. E é a realidade nua e crua do que acontece no Rio de Janeiro em outras capitais. 
Quando determinado grupo paralelo ao Estado de agentes armados, passam a disputar, violentamente, regiões geográficas do Rio de Janeiro, onde obrigam a população à adesão e ao pagamento compulsório de uma série de serviços como fornecimento de internet, TV a cabo, gás, água e, principalmente, de serviço de segurança contra a própria violência que eles mesmos produzem, o nome de tal situação é “máfia” e não “milícia”, como demonstrou o Aurélio. E enquanto as milícias não forem tratadas como aquilo que elas realmente são, ou seja, máfias, tal situação absurda jamais será resolvida.

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