terça-feira, 20 de abril de 2021

Três Complicadores de um Trampolim para Fabrício

 Foto: reprodução de campanha.

Depois de ter passado o eleitor monlevadense  por uma série de prefeitos jovens que muito embora, apesar de  anunciadamente promissores, apresentaram pouco resultado administrativo nas últimas duas décadas, a eleição de Laércio no ano passado representou, sobretudo, o desejo do eleitor monlevadense em reviver a situação político-administrativa experimentada quando o chefe do Executivo exerceu seu primeiro mandato como tal, a partir de 1996. Em suma, diante do fracasso dos últimos prefeitos, o que queria o eleitor monlevadense era ver de novo o governo Laércio de 1996, que de fato, se comparado aos últimos, foi uma boa administração: a cidade era limpa, bem cuidada, havia atmosfera cultural, saúde e educação funcionavam muito melhores, apesar de muito menos recursos orçamentários, etc.  Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu na composição política do governo. Depois de 100 dias de formado e já consolidado, é visível que o prefeito Laércio Ribeiro não conduziu a composição política de seu governo, de modo a repetir o bom resultado de 1996.  Ao contrário, as estruturas levantadas revelam que o atual governo Laércio foi, na verdade, montado como um trampolim para eleger Fabrício prefeito daqui a 4 anos. Neste caso específico e ainda diante do desejo do eleitor manifestado pelas urnas, o fato de ter-se montado um governo para eleger Fabrício prefeito na próxima eleição acaba esbarrando em três questões complicadoras.

A primeira delas é , justamente, o resultado administrativo, que o eleitor tanto deseja. Fabrício é um político de centro, ou seja, apresenta apoio em troca de cargos no governo, independente de qual venha a ser o espectro político com quem se negocia. Fosse político em Brasília, Fabrício seria do chamado Centrão, que são aqueles muitos partidos que votam com o governo em troca de cargos nas estatais e ministérios. O Centrão não tem lado político, não é de esquerda nem de direita, ele apenas busca se entranhar no governo, em troca de cargos. Daí, o conceito de fisiologismo. E foi o que Fabrício fez nos últimos 10 anos. Foi secretário no governo prandinista, foi base de apoio na Câmara do governo Teófilo, foi vice-prefeito no governo Simone/Moreira e agora é vice de Laércio.  Tudo, sem resultado político algum para o Município. Veja que Fabrício participou dos últimos três governos locais, justamente, aqueles de piores resultados administrativos nas últimas décadas. Nunca se viu, por exemplo, Fabrício se manifestar a favor ou contra as principais questões do Município, como o Bingo do Hospital Margarida, o hospital Santa Madalena, a péssima qualidade do serviço de transporte público, a imundice do Município, etc, etc.  E o motivo é simples. Ou as instituições municipais se engajam num projeto político de desenvolvimento para João Monlevade ou elas se engajam em projetos pessoais de poder. As duas coisas elas não podem fazer ao mesmo tempo. E ser eleito em função de um resultado que não será perseguido não é nada bom para a avaliação popular de nenhum governo.

A segunda questão complicadora é que um apoio para a candidatura de Fabrício poder-se-ia até ser articulada agora, desde que ela dependesse de um resultado positivo do governo Laércio, o que, definitivamente, não é o caso. O mais prudente a se fazer teria sido montar um governo desenvolvimentista, voltado para a produção de resultado administrativo e, a partir da consolidação de tal resultado, transmitir a boa avaliação do governo à Fabrício de modo a fortalecer a sua candidatura. Mas, não foi o que se fez.  Ao se montar um governo de centro para eleger Fabrício daqui a quatro anos, o mesmo passa a não depender do bom resultado político do governo Laércio pra tentar sua candidatura. Assim, independentemente, de Laércio obter ou não um bom resultado administrativo Fabrício virá candidato. Aliás, diante da conformação do atual governo, um possível resultado ruim da administração Laércio pode ser um cenário eleitoral até mais vantajoso para Fabrício, pois foi assim que ele agiu com a ex-prefeita Simone, o que novamente vai na contramão da obtenção do manifesto resultado desejado pelas urnas. Duvido nada que, diante do atual estado de coisas, em 2024 a chapa seja Fabrício e Simone, de vice.  

Por fim, a terceira questão complicadora de se formar um governo para eleger Fabrício em 2024 reside no adiantamento prematuro do processo eleitoral, o que, além de mais uma vez prejudicar o resultado administrativo, pois desvia o  foco da administração,  também pode tumultuar muito o campo político local, principalmente na Câmara, onde a maioria do governo é muito estreita.  






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