A situação não anda nada boa para o Lula. A impopularidade do presidente é crescente e sem perspectiva de melhora diante dos erros de seu governo. Tem pesado na avaliação de seu terceiro mandato a disparada do processo inflacionário, principalmente em relação ao alto preço dos combustíveis e dos alimentos.
Mas depois
de, pelo menos 10 aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis, o resultado
não poderia ser outro. Ou será que o PT achava que ao adotar a política de variação
galopante de preços que se verificou nos últimos 2 anos na Petrobras e não
haveria efeito negativo para economia? Neste tema, outro erro do PT foi a omissão
com que tratou a tragédia climática no Rio Grande dos sul, um dos maiores
produtores de alimentos do país, responsável por nada menos do que 70% da
produção nacional de arroz. Na ocasião,
para não contrariar o interesse dos agricultores rurais gaúchos que temiam a
queda dos preços de seus produtos, o PT optou pela não importação de alimentos.
Novamente, o resultado não poderia ser outro. Diante da destruição das lavouras
e da opção governamental pela não importação de alimentos, a conseqüência só
poderia ser inflacionária. O correto teria sido importar alimentos e, ao mesmo
tempo, socorrer os produtores rurais com linhas de crédito e até subsídios para
o restabelecimento das lavouras, etc, etc, o que não aconteceu. Colhemos agora
o resultado da inação do PT. E toda inação ou é proposital ou resultado da
alienação. No caso do PT, a alienação é política, no sentido científico.
O PT nunca
enxergou a política como a ciência que ela é. E por isso, hoje é visível o
esgotamento político de Lula. Os cientistas políticos que existiam abandonaram
o partido em função do “Mensalão”. E para realmente mudar o Brasil será precisa
a adoção de um nível político-científico alto. Infelizmente, o petista contemporâneo,
ao contrário, é de um nível político muito baixo. Ele não mais tem formação
política e é muito influenciado pela mídia nacional conservadora, como a TV e
suas novelas desprezíveis. Veja a Janja, por exemplo, a primeira-dama nada
protocolar do Brasil. A Janja é o mais fiel retrato do petista médio contemporâneo.
Toda vez que ela abre a boca, Camões se debate no túmulo, tamanha é a
dificuldade gramatical da primeira-dama. De cada dez palavras pronunciadas,
duas ou três são inglesas, o que atesta alto grau de alienação identitária. E
ainda fica dando trela para figuras abomináveis como a Xuxa, por exemplo, a
atriz pornô que a Rede Globo apresentou como referência de mídia para a criança
brasileira nas décadas passadas, dando início ao processo de alienação infantil
que hoje produz “pais e mães” de 10, 11 ou 12 anos de idade. Como uma criança
de 12 anos pode ser mãe se ela é, juridicamente, menor e, portanto, não conta
com discernimento para administrar nem a própria vida, quanto menos a de um
recém-nascido? E quanto aos estudos? Será que uma criança da periferia que se
torna mãe aos 12 anos de idade terá condições de terminar os estudos? É isso
que a primeira-dama quer para a infância brasileira ao convidar Xuxa para “estrelar”
campanha de vacinação? E por falar em Janja, infância brasileira e Rio Grande
do Sul, lembro-me muito bem que em meio a tragédia climática que atingiu aquele
estado brasileiro, produzindo órfãos, milhares de crianças desabrigadas,
flageladas e desencontradas de suas famílias, a primeira-dama do Brasil se
encontrava, ostensivamente, engajada no salvamento do cavalo Caramelo e de cães
de rua. Até adotou alguns deles e os
levou para o palácio. E não vou nem discorrer sobre as dezenas de milhões de
crianças brasileiras que se encontram segregadas nos guetos a que se chamam
favelas, totalmente abandonadas pelo Estado, em condições subumanas de vida e
que são, totalmente, invisíveis aos olhos da primeira-dama do Brasil, que, como
se não bastasse, ainda contribui para o isolamento político do presidente,
porque não permite reuniões políticas no Palácio da Alvorada.
O PT está se
exaurido e nos próximos anos perderá o protagonismo político que deteve no país
nas últimas décadas, assim como ocorreu com o PSDB, diante do advento recente
da extrema-direita no Brasil. Então, a decadência
de Lula e do PT abrirá espaço para o surgimento de uma nova esquerda brasileira,
muito mais científica, reformista e, portanto, capaz de transformar o Brasil e
de, finalmente, conduzi-lo ao desenvolvimento pleno.
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