terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

DECLÍNIO DE LULA ABRIRÁ ESPAÇO PARA ADVENTO DA NOVA ESQUERDA

 A situação não anda nada boa para o Lula. A impopularidade do presidente é crescente e sem perspectiva de melhora diante dos erros de seu governo. Tem pesado na avaliação de seu terceiro mandato a disparada do processo inflacionário, principalmente em relação ao alto preço dos combustíveis e dos alimentos.

Mas depois de, pelo menos 10 aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis, o resultado não poderia ser outro. Ou será que o PT achava que ao adotar a política de variação galopante de preços que se verificou nos últimos 2 anos na Petrobras e não haveria efeito negativo para economia? Neste tema, outro erro do PT foi a omissão com que tratou a tragédia climática no Rio Grande dos sul, um dos maiores produtores de alimentos do país, responsável por nada menos do que 70% da produção nacional de arroz.  Na ocasião, para não contrariar o interesse dos agricultores rurais gaúchos que temiam a queda dos preços de seus produtos, o PT optou pela não importação de alimentos. Novamente, o resultado não poderia ser outro. Diante da destruição das lavouras e da opção governamental pela não importação de alimentos, a conseqüência só poderia ser inflacionária. O correto teria sido importar alimentos e, ao mesmo tempo, socorrer os produtores rurais com linhas de crédito e até subsídios para o restabelecimento das lavouras, etc, etc, o que não aconteceu. Colhemos agora o resultado da inação do PT. E toda inação ou é proposital ou resultado da alienação. No caso do PT, a alienação é política, no sentido científico.

O PT nunca enxergou a política como a ciência que ela é. E por isso, hoje é visível o esgotamento político de Lula. Os cientistas políticos que existiam abandonaram o partido em função do “Mensalão”. E para realmente mudar o Brasil será precisa a adoção de um nível político-científico alto. Infelizmente, o petista contemporâneo, ao contrário, é de um nível político muito baixo. Ele não mais tem formação política e é muito influenciado pela mídia nacional conservadora, como a TV e suas novelas desprezíveis. Veja a Janja, por exemplo, a primeira-dama nada protocolar do Brasil. A Janja é o mais fiel retrato do petista médio contemporâneo. Toda vez que ela abre a boca, Camões se debate no túmulo, tamanha é a dificuldade gramatical da primeira-dama. De cada dez palavras pronunciadas, duas ou três são inglesas, o que atesta alto grau de alienação identitária. E ainda fica dando trela para figuras abomináveis como a Xuxa, por exemplo, a atriz pornô que a Rede Globo apresentou como referência de mídia para a criança brasileira nas décadas passadas, dando início ao processo de alienação infantil que hoje produz “pais e mães” de 10, 11 ou 12 anos de idade. Como uma criança de 12 anos pode ser mãe se ela é, juridicamente, menor e, portanto, não conta com discernimento para administrar nem a própria vida, quanto menos a de um recém-nascido? E quanto aos estudos? Será que uma criança da periferia que se torna mãe aos 12 anos de idade terá condições de terminar os estudos? É isso que a primeira-dama quer para a infância brasileira ao convidar Xuxa para “estrelar” campanha de vacinação? E por falar em Janja, infância brasileira e Rio Grande do Sul, lembro-me muito bem que em meio a tragédia climática que atingiu aquele estado brasileiro, produzindo órfãos, milhares de crianças desabrigadas, flageladas e desencontradas de suas famílias, a primeira-dama do Brasil se encontrava, ostensivamente, engajada no salvamento do cavalo Caramelo e de cães de rua.  Até adotou alguns deles e os levou para o palácio. E não vou nem discorrer sobre as dezenas de milhões de crianças brasileiras que se encontram segregadas nos guetos a que se chamam favelas, totalmente abandonadas pelo Estado, em condições subumanas de vida e que são, totalmente, invisíveis aos olhos da primeira-dama do Brasil, que, como se não bastasse, ainda contribui para o isolamento político do presidente, porque não permite reuniões políticas no Palácio da Alvorada.

O PT está se exaurido e nos próximos anos perderá o protagonismo político que deteve no país nas últimas décadas, assim como ocorreu com o PSDB, diante do advento recente da extrema-direita no Brasil.  Então, a decadência de Lula e do PT abrirá espaço para o surgimento de uma nova esquerda brasileira, muito mais científica, reformista e, portanto, capaz de transformar o Brasil e de, finalmente, conduzi-lo ao desenvolvimento pleno.

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