Neste ano de 2013, em que o povo brasileiro, finalmente,
saiu às ruas para protestar contra a corrupção, a ineficiência na prestação dos
serviços públicos, a falta de representatividade do sistema político nacional,
além de várias outras coisas, o que mais chama a atenção é a quase completa aversão
dos manifestantes em relação aos partidos políticos.
São os filhos da grande mídia nacional que, à serviço do
histórico parasitismo da elite brasileira, vem embutindo, diuturnamente, no
imaginário da coletividade a falácia de que a política é um terreno tão
tortuoso e tão pantanoso, que o cidadão de bem não deve se envolver. Assim,
criam o cenário perfeito para a perpetuação de um sistema político-administrativo
que não representa o povo brasileiro, não presta serviços públicos de qualidade
e é, extremamente, corrupto.
A grande incoerência disso tudo é que se as vozes que
protestam pelas ruas não forem canalizadas para dentro dos programas dos
partidos políticos, as mudanças tão desejadas por essa nova classe-média
brasileira jamais ocorrerão, democraticamente. Terão que pegar em armas ou usar
de outros meios perigosos e indesejados a fim de alcançarem seus objetivos,
pois sem partido político não existe exemplo de democracia bem sucedida no
mundo.
Os manifestantes devem compreender que o problema não reside
nos partidos políticos, mas sim no sistema político nacional, que da forma em que
está engendrado, não permite o diálogo entre aquilo que a sociedade almeja e
aqueles que a governam.
Daí, a importância basilar da reforma política neste momento.
Os episódios de violência e de quebra-quebra que têm se
exacerbado país à fora são o resultado psicológico direto deste processo: cidadãos adestrados pela mídia no sentido de
que não devem se envolver com a política não encontram um meio de efetivar soluções
para suas insatisfações, vez que, na democracia verdadeiras, este é o papel dos
partidos políticos, e, desacreditados e frustrados, usam do último meio disponível
para tal que é o quebra-quebra geral.
Hoje, a sociedade brasileira colhe nas ruas a violência, que,
desde a redemocratização de 1988, tem sido plantada por uma mídia que violenta
o cidadão ao adestrá-lo, covardemente, a não participar da vida política do país,
dos estados e dos municípios.
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