Realmente, anos atrás, quando a Revista The Economist
publicou em sua capa a imagem de um Cristo Redentor decolando do Morro do
Corcovado no Rio de Janeiro como um foguete, anunciando que o Gigante havia
levantado de seu berço esplêndido, duvidei: nenhum país do mundo chegou ao desenvolvimento
social econômico, investindo apenas 4% do PIB em educação, e à robustez macro-econômica, sem destinar recursos expressivos para sua
infra-estrutura
A China, por exemplo, que investe muito em infra-estrutura, tem seu grande trunfo em sua herança do
Comunismo: um imenso contingente populacional que escreve e sabe dissertar,
narrar... que lê e consegue interpretar, domina as 4 operações da matemática e
é, profundamente, disciplinado. Foi o Comunismo que alfabetizou a China que
investe, atualmente, 8% de seu PIB em educação,
preparando-a, mesmo sem saber, para as invejáveis taxas de crescimento econômico experimentadas
pelo país asiático nas últimas 2 décadas. Comunismo este que não deve ser
confundido com Socialismo.
Comunismo é um regime totalitário em que o Estado é dono de
tudo. Socialistas são as nações livres mais
desenvolvidas e de maior IDH do Planeta, como Finlândia, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia, etc.
Sarcasticamente, aterrissando
o Cristo Redentor, de volta a terras brasileiras, mais precisamente na Barreira
do Inferno, uma base da FAB no Rio
Grande do Norte, que é considerada o melhor ponto do globo, inclusive, sob o ponto
de vista econômico, para lançamento de satélites em orbita, tecnologia esta que
o Brasil não domina e que é fundamental para a soberania nacional e para o
desenvolvimento científico de ponta....
... nos últimos 10 anos, nossa nação viveu uma revolução
silenciosa sem a qual os históricos protestos, que alteraram de forma inédita a
agenda política nacional, nunca teriam ocorrido: o Brasil se transformou num
país de maioria de classe média. E sendo
a Democracia o regime da maioria, a nova classe média brasileira foi às ruas
protestar contra uma gama variada de situações e conseguiu de imediato pautar a
agenda do Congresso, enterrando de vez questões monstruosas como a cura gay, a
Pec 33 e 37, além da redução do preço da passagem do coletivo em todo o país. Apenas por essas razões, pode-se dizer que os
Protestos de Junho de 2013 foram bem positivos e que houve avanços.
Outro sucesso, destes últimos 10 anos, foi a quebra do
enganoso paradigma nacional de que “primeiro,
era preciso crescer para, depois, distribuir” .
O Programa Bolsa Família, por si só, certamente, não é a melhor maneira
de se distribuir renda, mas foi responsável pela saída de 20 milhões de
brasileiros do estado de miséria e provou que é possível crescer, distribuindo
renda.
Está certo que é preciso crescer mais. Para tanto são
necessários mais investimentos em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, etc,
que somente agora passam a ser possíveis, considerando-se a queda vertiginosa e
histórica dos juros básicos da economia (Selic) ocorrida nos últimos 10 anos. Investir em educação também é necessário,
assim como em mais vagas nos cursos de medicina das universidades do país.
Os médicos estão vindo de Cuba porque o Brasil possui a
metade de médicos per capta se comparado a países como Argentina, Uruguai,
Chile. A crise da saúde pública, que já
evoluiu para uma crise na medicina nacional, tem uma de suas raízes na falta de
médicos no mercado de trabalho interno. A questão é de base econômica: grande demanda
x profissionais insuficientes = salários altíssimos. Aí, os médicos recém formados
não se vêm obrigados a deixar os grandes centros à procura de oportunidades de
trabalho, já que, são tão poucos, que os grandes centros absorvem, com folga,
toda a mão-de-obra ofertada, pagando altos salários. Aí, ninguém que vir dá
plantão no Margarida, que estrutura não falta. O ideal
é abrir mais vagas nas faculdades, o que traria resultados em médio prazo. Emergencialmente, o governo resolveu importar
o produto em falta, assim como ocorre quando falta milho, arroz, feijão,
respeitadas as devidas diferenças.
Até pouco tempo, o Brasil praticava juros básicos que
chegavam ao absurdo patamar de 50%, como foi a caso de último mandato de
Fernando Henrique Cardoso, o que obrigava o país a pagar para os banqueiros
nacionais cerca de 250 bilhões de reais por ano apenas de juros da dívida interna,
enquanto programas como o Bolsa Família, por exemplo, chegam a consumir cerca 20 bilhões de reais do orçamento da
União . Hoje, Dilma pode ser honrar de ser a presidente da República
que mais baixou juros na história do Brasil, encontrando-se na casa dos 9,5%
anuais. Se há crédito é graças à Dilma. E se há cenário propício à investimentos
em infra-estrutura também é graças à Dilma que cortou a grana fácil de
banqueiros que não produzem “um parafuso” e a esta direcionando aos portos,
ferrovias e estradas dos país e grande parte dos recursos do Pré-Sal já está garantida para a educação.
Se Mittal está duplicando a Laminação da Usina é porque ele
está de olho nos investimentos em infra-estrutura anunciados pelo Governo Dilma.
Por fim, volto ao foguete que impulsionava a decolagem do
Cristo Redentor na capa da The Economist. A tecnologia que levou os Estados
Unidos à Lua e a realizarem tantas outras façanhas aeroespaciais teve a mesma
origem de sua similar soviética: o seqüestro de cientistas nazistas, entre
eles, Werner Von Braun, que foi obrigado a revelar os segredos do V2 , o primeiro foguete do
mundo, movido a álcool e utilizado durante a 2° Guerra para bombardear Londres,
a partir do continente Europeu.
Decola, Brasil!
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