terça-feira, 22 de outubro de 2013

Tudo Junto e Misturado

Realmente, anos atrás, quando a Revista The Economist publicou em sua capa a imagem de um Cristo Redentor decolando do Morro do Corcovado no Rio de Janeiro como um foguete, anunciando que o Gigante havia levantado de seu berço esplêndido, duvidei:  nenhum país do mundo chegou ao desenvolvimento social econômico, investindo apenas 4% do PIB em educação,  e à robustez macro-econômica,  sem destinar recursos expressivos para sua infra-estrutura
A China, por exemplo, que investe muito em infra-estrutura,  tem seu grande trunfo em sua herança do Comunismo: um imenso contingente populacional que escreve e sabe dissertar, narrar... que lê e consegue interpretar, domina as 4 operações da matemática e é, profundamente, disciplinado. Foi o Comunismo que alfabetizou a China que investe, atualmente,  8% de seu PIB em educação, preparando-a, mesmo sem saber, para as invejáveis  taxas de crescimento econômico experimentadas pelo país asiático nas últimas 2 décadas. Comunismo este que não deve ser confundido com Socialismo.
Comunismo é um regime totalitário em que o Estado é dono de tudo.  Socialistas são as nações livres mais desenvolvidas e de maior IDH do Planeta,  como Finlândia, Dinamarca, Suécia,  Nova Zelândia, etc.
Sarcasticamente,  aterrissando o Cristo Redentor, de volta a terras brasileiras, mais precisamente na Barreira do Inferno,  uma base da FAB no Rio Grande do Norte, que é considerada o melhor ponto do globo, inclusive, sob o ponto de vista econômico, para lançamento de satélites em orbita, tecnologia esta que o Brasil não domina e que é fundamental para a soberania nacional e para o desenvolvimento científico de ponta....
... nos últimos 10 anos, nossa nação viveu uma revolução silenciosa sem a qual os históricos protestos, que alteraram de forma inédita a agenda política nacional, nunca teriam ocorrido: o Brasil se transformou num país de maioria de classe média.  E sendo a Democracia o regime da maioria, a nova classe média brasileira foi às ruas protestar contra uma gama variada de situações e conseguiu de imediato pautar a agenda do Congresso, enterrando de vez questões monstruosas como a cura gay, a Pec 33 e 37, além da redução do preço da passagem do coletivo em todo o país.  Apenas por essas razões, pode-se dizer que os Protestos de Junho de 2013 foram bem positivos e que houve avanços.
Outro sucesso, destes últimos 10 anos, foi a quebra do enganoso  paradigma nacional de que “primeiro, era preciso crescer para, depois, distribuir” .  O Programa Bolsa Família, por si só, certamente, não é a melhor maneira de se distribuir renda, mas foi responsável pela saída de 20 milhões de brasileiros do estado de miséria e provou que é possível crescer, distribuindo renda.
Está certo que é preciso crescer mais. Para tanto são necessários mais investimentos em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, etc, que somente agora passam a ser possíveis, considerando-se a queda vertiginosa e histórica dos juros básicos da economia (Selic) ocorrida nos últimos 10 anos.  Investir em educação também é necessário, assim como em mais vagas nos cursos de medicina das universidades do país.
Os médicos estão vindo de Cuba porque o Brasil possui a metade de médicos per capta se comparado a países como Argentina, Uruguai, Chile.  A crise da saúde pública, que já evoluiu para uma crise na medicina nacional, tem uma de suas raízes na falta de médicos no mercado de trabalho interno.  A questão é de base econômica: grande demanda x profissionais insuficientes = salários altíssimos. Aí, os médicos recém formados não se vêm obrigados a deixar os grandes centros à procura de oportunidades de trabalho, já que, são tão poucos, que os grandes centros absorvem, com folga, toda a mão-de-obra ofertada, pagando altos salários. Aí, ninguém que vir dá plantão no Margarida, que estrutura não falta.   O ideal é abrir mais vagas nas faculdades, o que traria resultados em médio prazo.  Emergencialmente, o governo resolveu importar o produto em falta, assim como ocorre quando falta milho, arroz, feijão, respeitadas as devidas diferenças.
Até pouco tempo, o Brasil praticava juros básicos que chegavam ao absurdo patamar de 50%, como foi a caso de último mandato de Fernando Henrique Cardoso, o que obrigava o país a pagar para os banqueiros nacionais cerca de 250 bilhões de reais por ano apenas de juros da dívida interna, enquanto programas como o Bolsa Família, por exemplo, chegam a consumir  cerca 20 bilhões de reais do orçamento da União . Hoje, Dilma pode ser honrar de ser a presidente da República que mais baixou juros na história do Brasil, encontrando-se na casa dos 9,5% anuais. Se há crédito é graças à Dilma. E se há cenário propício à investimentos em infra-estrutura também é graças à Dilma que cortou a grana fácil de banqueiros que não produzem “um parafuso” e a esta direcionando aos portos, ferrovias e estradas dos país e grande parte dos recursos do Pré-Sal  já está garantida para  a educação.  
Se Mittal está duplicando a Laminação da Usina é porque ele está de olho nos investimentos em infra-estrutura anunciados pelo Governo  Dilma.
Por fim, volto ao foguete que impulsionava a decolagem do Cristo Redentor na capa da The Economist. A tecnologia que levou os Estados Unidos à Lua e a realizarem tantas outras façanhas aeroespaciais teve a mesma origem de sua similar soviética: o seqüestro de cientistas nazistas, entre eles, Werner Von Braun, que foi obrigado a revelar  os segredos do V2 , o primeiro foguete do mundo, movido a álcool e utilizado durante a 2° Guerra para bombardear Londres, a partir do continente Europeu.  
Decola, Brasil!

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