quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Verdade sobre a Petrobrás: Lembra-se quando a Gasolina custava 1 Real?

Alguém se lembra de quando o litro da gasolina custava 1 real? Fernando Henrique Cardoso não privatizou a Petrobrás, mas foi quase.
Em 1997, FHC promoveu a abertura do capital da Petrobrás. E como forma de proteger e garantir altas rentabilidades para o investidor estrangeiro – isso mesmo: não foi para proteger a empresa, o consumidor brasileiro ou as reservas da Petrobrás – FHC vinculou a venda do produto bruto da Petrobrás, ou seja, o petróleo, ao preço da commodity, negociando em dólar na bolsa de Mercadoria e Futuros de Nova Iorque.
Assim, a Petrobrás passou a produzir em real e a vender seu petróleo pelo preço em dólar fixado pelos mercados externos. Significa dizer que, pouco importa se para produzir um barril de petróleo no Brasil a empresa tenha um custo de 70 ou 100 reais, o preço vai ser sempre determinado pela variação do dólar e do preço da commodity nos mercados internacionais. É mais ou menos como se o cidadão brasileiro trabalhasse no Brasil, recebendo em reais e tivesse que pagar o aluguel em dólar, pelo preço do metro quadrado de Nova Iorque.
Com isso, FHC não só criou um perigoso gatilho inflacionário, já que em havendo aumento do preço do dólar, o petróleo e seus derivados como o diesel e a gasolina passaram, automaticamente, a subir de preço; como também criou a gasolina mais cara do mundo.
Enquanto que na Venezuela é possível encher o tanque de um carro pequeno (45 litros) por 5 dólares, ou seja, 11 reais;  no Brasil isso não se faz por menos de 130 reais.
E a gasolina só não está ainda mais cara, atualmente, porque o atual governo não tem repassado essas variações do dólar e do preço internacional do petróleo para as bombas. E é por isso que, apesar dos aumentos sucessivos de produção e de fenômenos extraordinários como o Pré-Sal, a Petrobrás tem tido suas posições rebaixadas junto as agências de risco internacionais: trata-se de uma forma de o investidor estrangeiro punir a empresa pelo fato dele não estar sendo super-remunerado, em dólar, como definido por FHC. E convenhamos: só coloca preço na Petrobrás quem tem interesse em sua venda.   
Alguém deveria esclarecer ao FHC que o povo brasileiro empenhou o grande esforço de empreender uma das maiores petroleiras do mundo para, essencialmente, prover o país de energia a preços razoáveis e não para ficar remunerando de forma exorbitante o investidor estrangeiro ao custo da gasolina mais cara do mundo.  
Quanto as graves denúncias de corrupção que pairam sobre a Petrobrás o caminho é a Justiça. É assim que deve acontecer na Democracia: errou, pagou. Ocorre que, infelizmente, a Justiça brasileira não atinge a todos. Prova disso é que no caso do Mensalão de Brasília, por exemplo, os envolvidos foram todos julgados e os culpados tiveram sua pena, de acordo com a lei brasileira, encontrando-se os mesmos, inclusive, inelegíveis, fora da disputa eleitoral, coisa até então inédita neste país. Já os mensaleiros do PSDB estão todos livres, impunes, aptos a reincidir e muitos foram reeleitos no domingo passado.                 

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