terça-feira, 24 de outubro de 2017

Inverno de 2017


O inverno de 2017 encerrado no mês passado foi atípico em João Monlevade, se comparado ao das ultimas décadas e merece registro. 

Quando era criança pelos meados da década de 1980, ou seja, no século passado, me impressionava como os dias de inverno eram frios e nublados na Vila Tanque. Naquela demora com que o tempo passava, própria da infância, tinha a impressão que ficávamos 40 dias sem ver o sol. O céu todo nublado, neblina, garoa, e muito frio. 
O inverno nada saudoso de 2017 foi como as da década de 80. Houve três situações em que ficamos 12 dias sem ver o sol, sob uma espessa, pesada e acinzentada camada de nuvens. Coisa tipo Transilvânia! Temperatura de 16 graus e garoa ao meio dia.
O frio deste ano desfavoreceu a florada dos Ipês Amarelos , que não floriram simultaneamente e de uma só vez como é o comum de ocorrer. 
Mas, o sabiá já está cantando há muito tempo. E o que visita a minha janela, neste ano de 2017, é um incansável soprano. Começa às quatro da manhã e canta por duas horas. Ao meio-dia, lá está ele, melódico. Ele, literalmente, canta enquanto enfileira pelo bico as minhocas que leva para o ninho e alimenta a próxima geração de sabiás. Com as minhocas dependuradas no bico, canta e me olha com deboche. Depois das dezessete, ele volta a cantar e vai até o escurecer. 

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