Ainda não houve quem dissesse a verdade para o atual
provedor, José Roberto Fernandes, mas o fato é que ele não tem a menor condição
de ser reconduzido ao cargo, nas eleições do próximo dia 14 na Associação São
Vicente de Paulo (ASVP).
José Roberto
Fernandes foi de longe o provedor mais polêmico e conturbado, desde que o
Município passou a subvencionar o Hospital Margarida. Sem papas na língua, e
muitas vezes, sem conhecimento sobre o que declara, há menos de 02 anos como
provedor, José Roberto já coleciona vários processos como réu em ações de reparação
de dano imaterial, movidas por médico e usuários do hospital. Nunca nenhum
provedor teve uma relação tão conturbada e desgastada com a classe médica local
quanto José Roberto Fernandes, a ponto de a Associação Médica se ver obrigada a
emitir nota para contestar atitude do provedor, coisa que nunca tinha
acontecido. Tão desgastada quanto a relação com os médicos foi a relação com a Associação dos Amigos do
Hospital Margarida (AAHM). O provedor
mandou suspender o convênio que a entidade mantinha com o DAE para receber
doações por meio do pagamento da conta de água, moveu ação de despejo contra a
mesma, processou a associação requerendo indenização por danos morais e descredenciou
a AAHM da realização do Bingo. Tudo isso contra uma entidade que nos últimos
anos doou R$ 1.300.000,00 em bens e serviços para o Hospital que se encontra em
atraso com o pagamento de sua folha de funcionários. O Bingo, talvez, tenha
sido a questão mais reveladora e emblemática do mandato de José Roberto Fernandes à frente
a ASVP. O atual provedor descredenciou a
AAHM da promoção do Bingo, depois de uma década em que a mesma realizou o vento
anualmente sem qualquer problema, e contratou uma empreiteira de Viçosa para a
tarefa. Resultado: a Justiça, mediante
ação movida pelo Ministério Público, cancelou a realização do evento e
determinou a devolução dos valores pagos pelas cartelas, por considerar que a
contratação da empreiteira retirava o caráter filantrópico do evento, e o Hospital Margarida ficou sem uma de suas
mais importantes fontes de receita, ao passo que o Bingo do HM, outrora um dos
mais importantes eventos do calendário local, teve sua credibilidade,
completamente, destruída e arrasada. A verdade é que, depois de José Roberto
Fernandes, ninguém mais tem coragem de adquirir uma cartela do Bingo do
Hospital Margarida. Fosse um país sério, apenas por ter destruído o Bingo do
hospital, o provedor já teria pedido renúncia do cargo há muito tempo. Mas no
Brasil, ele segue a administrar o único hospital da cidade, assim como o
inelegível e multicondenado Carlos Moreira segue a ditar ordens no Município,
através de sua prefeita-preposta. José
Roberto Fernandes também contratou plano de saúde, cujos agentes estavam sendo
arregimentados por funcionário da câmara em seu endereço no Bairro Areia Preta.
O Provedor, que vai ministrar palestra sobre relacionamento interpessoal no
CDL, também foi de longe o que pior relacionamento teve com o Conselho
Municipal de Saúde, órgão deliberativo mais importante do sistema público de
saúde municipal. Tanto é assim, que foi parte em várias denúncias formuladas a
distintos órgãos pelo conselho. E agora, vem à tona a grave questão do
recebimento de repasses através de CNPJ baixado de filial extinta da ASVP,
criada no governo Carlos Moreira, que levou o Conselho a encaminhar tantas
outras denúncias conta a ASVP ao Ministério Público Federal, à Receita Federal,
etc, etc. O provedor tem que fazer
palestra é sobre o CNPJ baixado da ASVP, exibir os cheques bancários da
instituição, junto dos respectivos extratos das contas em que os repasses se
deram. E isso ele ainda não fez. Segue
tudo muito obscuro.
O fato é José Roberto Fernandes causa turbulência demais num
ambiente que deve ser de paz, que é o que se espera dentro de um hospital. O Hospital Margarida precisa retomar sua
normalidade. A possível recondução de José Roberto ao cargo, certamente, será encarada como ato de convalidação por
parte dos conselheiros da ASVP em relação a todos os abusos cometidos pelo
atual provedor, o que pode aumentar ainda mais o já elevado nível de
instabilidade no Hospital. Não é possível que o grupo político de Mauri Torres
não tenha outro nome para apresentar como alternativa a José Roberto
Fernandes. O cargo de provedor do
Hospital Margarida exige outro perfil de filantropo. O filantropo não deve apresentar perfil
empresarial, fome comercial e não deve ter uma empresa para cada ocasião. O
cancelamento do Bingo foi prova disso. O
que o Hospital Margarida precisa, neste momento, é de serenidade, sobretudo,
para voltar a se relacional bem e de forma produtiva com os médicos,
funcionários, AAHM, Conselho Municipal de Saúde, etc.
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