Há alguns meses, a Enscon,
empresa prestadora do serviço de transporte público de passageiros do Município,
vem dispensando os trocadores de seu ônibus e adotando o que chamou de “medidas
de dupla função”, ou seja, o próprio motorista, além de exercer o seu ofício a
bordo do coletivo, também tem de assumir o posto de cobrador da passagem.
O incrível é que nem na Câmara,
nem no Conselho Municipal de Transportes (CMT), nem na Prefeitura ou no
sindicato específico se percebe um voz, que seja, a se levantar em defesa desta
categoria profissional e, consequentemente, em defesa dos postos de trabalhos
que estão sendo extintos na economia do Município.
O fato é que, desde que foi
implantado o sistema de bilhetagem eletrônica, o chamado Esconcard, a empresa não
via a hora de se livrar dos trocadores e, assim, majorar seu lucro, já que extinguindo
a classe, a Enscon diminui seu custo fixo, na medida em que deixa de pagar salários,
verbas trabalhistas encargos e contribuições sociais.
E a verdade é toda essa: o
intuito da Enscon com a demissão dos trocadores é de apenas majorar o seu lucro
que já é exorbitante, pois, tal medida é efetivada, ao mesmo tempo em que a
empresa convoca uma reunião extraordinária do CMT para apreciar um possível aumento
da passagem ainda para o mês de dezembro. Assim, a tarifa do transporte coletivo
monlevadense, que já é uma das mais caras do país, passaria para R$ 2,40, no
cartão e R$ 3,05, em dinheiro.
É
óbvio que o empresário deve lucrar. Do contrário não haveria interesse privado
na prestação do serviço. Mas, por se tratar da prestação de um serviço público
essencial, o lucro da empresa deve ser razoável.
O
problema é que a planilha de custos específica, usada para a composição do
preço da passagem é obsoleta e obscura, pois não permite a aferição do lucro da
Enscon, além de vários outros fatores. Significa dizer que um elemento crucial
para a fixação do preço da passagem, que é o lucro do empresário, tem sido desconsiderado
e desconhecido pelas autoridades municipais, o que inclui o prefeito, e
guardado a sete chaves pela Esncon.
Atualmente,
o entendimento que se tem é que o lucro do empresário, nestes casos, deve ser
limitado por um teto, vinculado à taxa de juros Selic (hoje em torno de 7 %),
que é chamado de Taxa Interna de Retorno (TIR), coisa que, certamente, não
acontece na exploração do transporte público de nossa cidade, apesar de
previsão constitucional, pois enquanto não demonstrarem o contrário, uma
passagem tão cara como a monlevadense vai sempre sugerir um lucro exorbitante. Antes de se discutir qualquer aumento da
passagem de ônibus, é preciso se conhecer e discutir o real lucro da Enscon.
Por
fim, cabe relembrar que, recentemente, o contrato de prestação do serviço de
transporte coletivo, celebrado, durante o governo Carlos Moreira, entre a
Enscon e o Município, foi cancelado pela Justiça, que considerou que houve
fraude na licitação pertinente. Aí vem aquela implacável divagação: as mesmas
forças ou interesses que resultaram por fraudar a licitação da Esncon são aqueles
que fazem silenciar as autoridades municipais diante da demissão dos trocadores
de ônibus.
Olá Fernando, o problema é que somente um conselheiro do CMT leva as questões à sério (não defender os interesses da Enscon, e sim dos usuários), e luta incesantemente pelos ideais que o conselho deve legislar e atuar. O conselheiro em questão é um tal de Adriano, que fiquei sabendo que mora no bairro Jacuí. Dizem que é dos poucos, o mais acessível pra poder fazer reclamações, sugestões e tirar dúvidas. Se todos fossem igual a ele, e se o CMT tivesse um Código de Ética, algo poderia ser melhor, o que não é de fato!
ResponderExcluirIsso é um absurdo.É o fim do mundoo
ResponderExcluirSe antes as limpezas dos onibus no decorrer do dia ja deixavam a desejar,agora piorou.Os motoristas tambem terao de manter a limpeza dos onibus°,Na segunda feira pela manha embarquei em um onibus que parecia ter saido de uma mineração.
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