A temporada de chuvas anuncia os problemas de sempre em João Monlevade :
ruas tomadas pela lama, imundice por toda parte, buracos pelas vias, risco de
alagamentos e deslizamentos de encostas. Por outro lado, pelo menos o risco de incêndios
florestais é minimizado nesta estação chuvosa que se inicia.
Numa cidade pólo que, inacreditavelmente, não conta com a
presença de uma unidade do Corpo de Bombeiros, destinada à prevenção e ao
combate de incêndios urbanos, pensar numa brigada contra incêndios florestais
seria sonhar com o platônico. E na maioria dos casos de incêndios, sejam eles urbanos ou
florestais, o jeito é contar com a boa vontade da ArcelorMittal que dispõe de
equipamentos e de brigadistas aptos ao
combate das chamas.
Neste ano, a própria ArcelorMittal chegou a anunciar a
formação de uma brigada de combate e prevenção a incêndios florestais, composta
pela ArcelorMittal BioFlorestas, pelo Corpo de Bombeiros da Usina e pela J A
Florestas, com o intuito de proteger do fogo as matas existentes no entorno da
siderúrgica. A intenção foi boa. Mas, não
foi o que se viu.
O precioso remanescente de Mata Atlântica do Bairro Vila
Tanque (fotos acima), por exemplo, que, inclusive, é tombado para fins de
preservação pela Lei Orgânica do Município e se localiza, justamente, no
entorno da siderúrgica, em meados de setembro, ardeu em chamas durante 48 horas,
sem qualquer intervenção aparente a ArcelorMittal. O fogo se iniciou na região da
Praça da Paz e se estendeu até as intermediações da extensão florestal paralela
à Avenida Aeroporto.
Outro incêndio de grandes proporções, que ocorreu bem próximo
à subestação de energia elétrica da ArcelorMittal, ou seja, também no entorno
da Usina, foi o que atingiu o eucaliptal da entrada da Estrada do Forninho. Mais
uma vez, não se viu qualquer intervenção aparente por parte da Usina na ocorrência.
Na imagem abaixo, pode-se ver, através do contraste de cores, a área que foi
atingida pelo incêndio: à esquerda, a coloração acinzentada das copas das árvores
denuncia a área atingida pelo fogo, enquanto que, à direita, o verde dos
eucaliptos atesta a porção da vegetação que foi poupada pelas chamas.
Pelo visto, em
matéria de incêndios florestais em João Monlevade não nos resta outra opção, senão a
de contar com a influência de São Pedro para proteger do fogo a biodiversidade de nossas matas e
florestas.
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