segunda-feira, 27 de maio de 2013

Mittal: Incerteza para Duplicar e Rapidez para Explorar (Mina do Andrade, Pátio Rodoviário, Compensação e Ônus da Mineração)


Lakshmi Niwas MittaL, presidente (CEO) da indiana  Arcelormittal, Incertezas para duplicar a Usina e rapidez para explorar o minério da Serra do Andrade. Foto: divulgação. 

Pode-se dizer que a emancipação político-administrativa no município de João Monlevade, ocorrida em 29 de abril de 1964, foi incompleta, já que, se por um lado, naquele momento, foram desmembradas do município de Rio Piracicaba a área que constituiria o território monlevadense, compreendendo a região da Usina, da Vila Operária, de Carneirinhos e de todo o perímetro urbano da cidade, por outro, a Mina do Andrade, que por sua localização e grande qualidade de sua jazida, representa elemento estratégico e fundamental  para a atividade siderúrgica local, não participou de tal movimento, permanecendo no município de Bela Vista de Minas, para onde é recolhida a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) ou Royalties da Mineração.
Durante cerca de 7 décadas, a Mina do Andrade produziu minério de ferro, exclusivamente, para a atender a produção siderúrgica local. Mas, agora, na era Mittal, as coisas mudaram drasticamente.
Enquanto a duplicação da Usina permanece rodeada por um mar de incertezas, a Mina do Andrade teve, rapidamente, sua capacidade produtiva ampliada várias vezes, passando a comercializar seu minério de ferro para siderúrgicas de Sabará, Vale do Aço e, até para o mercado exterior, numa quantidade até então nunca vista.
Diariamente, são dezenas de carretas que deixam a Mina e trafegam pelas avenidas e ruas do município de João Monlevade a fim de alcançarem as rodovias que as levarão a seus destinos, cada qual com um carga  acima de 30 toneladas de minério de ferro.
Enquanto Bela Vista de Minas recebe a integralidade da CFEM, João Monlevade amarga todo o gravame da atividade mineradora no Andrade, na medida em que suas ruas e avenidas são castigadas e danificadas pelo trânsito pesado das carretas, seu ambiente urbano é alvo da poluição particulada causada pelo transporte rodoviário do minério, além do evidente ônus sócio-econômico causado pela mineração, já que a imensa maioria  dos funcionários que trabalham na Mina do Andrade  residem no Município, e portanto, se valem dos serviços públicos ofertados pela municipalidade monlevadense tais como saúde, educação, etc.  


 
Falta de pátio rodoviário tumultua trânsito monlevadense. Carretas aguardam na Av. Wilson Alvarenga o momento de serem carregadas na Mina do Andrade pelo novo acesso na Estrada do Forninho. 

Isso, sem falar no imenso transtorno (foto) que o transporte de minério por carretas tem causado ao já caótico trânsito monlevadense, pela negligência da Arcelormittal em iniciar a atividade, sem    providenciar a instalação de um pátio rodoviário apropriado para acomoda-las.  
Chegou a hora de a Comunidade Monlevadense e a Arcelormittal sentarem à mesa para discutir formas de minimizar e de se compensar o imenso fardo que a nova realidade da mineração no Andrade tem conferido ao Município. E já deixo aqui a minha dica: como forma de compensação, a indiana Arcelormittal poderia começar, assumindo o custeio do CTI do Hospital Margarida.      

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