quinta-feira, 20 de junho de 2013

Por Dentro dos Protestos

Os protestos continuam. Desta vez, os manifestantes se reuniram na Praça do Povo e seguiram para a Câmara de Vereadores, que se encontrava em sessão plenária, e lotaram as galerias do Legislativo, empunhando faixas, cartazes e entoando palavras de ordem.
São, em sua grande maioria, estudantes entre 16 e 25 anos de idade, filhos desta nova classe média brasileira que tem emergido nestes últimos 10 anos. São jovens, completamente, avessos a qualquer partido político e formam sua opinião através da internet, por meio das redes sociais.
Como nos demais movimentos similares que ocorrem país afora, o pano de fundo para a deflagração dos protestos foi o alto preço e a péssima qualidade do transporte coletivo. Mas, os manifestantes também reclamam por representatividade junto aos governantes, por mais qualidade dos serviços públicos em geral e contra o fisiologismo e a corrupção na administração pública, contra todo o sistema político-partidário que, historicamente, tem vigido neste país, contra a manipulação da mídia, além de também reivindicarem vários outros direitos difusos.        
Diferentemente dos protestos ocorridos na segunda-feira, infelizmente ontem, depois das manifestações na Câmara, houve a ocorrência de alguns atos de vandalismo na porta da Prefeitura.
Foram episódios isolados que não se justificam, mas que podem ser explicados pela demora e pela inabilidade do Sr. presidente da Câmara, Guilherme Nasser, do Sr. prefeito municipal, Teófilo Torres, em apresentar respostas concretas ao movimento.
Apesar de os protestos serem dirigidos a toda uma sistemática difusa de direitos, o estopim do movimento se encontra no alto preço da passagem de ônibus, historicamente, praticado em João Monlevade. E a redução desta tarifa é um ato que já acalmaria os ânimos dos mais exaltados e que só o prefeito pode promover.
No entanto, ao invés de ouvir as vozes das ruas, o Sr. presidente da Câmara, por exemplo, cometeu o erro de, nos bastidores, tentar partidarizar os protestos, buscando blindar a figura política do prefeito, na medida em que buscou embutir no movimento a idéia falaciosa que o nome de Teófilo Torres não deveria ser citado nos protestos  já que, como tentou fazer crer, a manifestação deveria ser apenas de caráter nacional, sem abarcar questões municipais. Subestimou a inteligência dos manifestantes.
O que se viu na Câmara ontem foi a completa execração tanto do nome do prefeito quanto de Guilherme Nasser (vejam os vídeos).  

Da próxima vez, senhores, ouçam as vozes das ruas.     

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