Os protestos continuam. Desta vez, os manifestantes se
reuniram na Praça do Povo e seguiram para a Câmara de Vereadores, que se
encontrava em sessão plenária, e lotaram as galerias do Legislativo, empunhando
faixas, cartazes e entoando palavras de ordem.
São, em sua grande maioria, estudantes entre 16 e 25 anos de
idade, filhos desta nova classe média brasileira que tem emergido nestes últimos
10 anos. São jovens, completamente, avessos a qualquer partido político e
formam sua opinião através da internet, por meio das redes sociais.
Como nos demais movimentos similares que ocorrem país afora,
o pano de fundo para a deflagração dos protestos foi o alto preço e a péssima
qualidade do transporte coletivo. Mas, os manifestantes também reclamam por
representatividade junto aos governantes, por mais qualidade dos serviços públicos
em geral e contra o fisiologismo e a corrupção na administração pública, contra todo o sistema político-partidário que, historicamente, tem vigido neste
país, contra a manipulação da mídia, além de também reivindicarem vários outros
direitos difusos.
Diferentemente dos protestos ocorridos na segunda-feira, infelizmente
ontem, depois das manifestações na Câmara, houve a ocorrência de alguns atos de
vandalismo na porta da Prefeitura.
Foram episódios isolados que não se justificam, mas que
podem ser explicados pela demora e pela inabilidade do Sr. presidente da Câmara,
Guilherme Nasser, do Sr. prefeito municipal, Teófilo Torres, em apresentar
respostas concretas ao movimento.
Apesar de os protestos serem dirigidos a toda uma sistemática
difusa de direitos, o estopim do movimento se encontra no alto preço da
passagem de ônibus, historicamente, praticado em João Monlevade. E
a redução desta tarifa é um ato que já acalmaria os ânimos dos mais exaltados e que só o prefeito pode promover.
No entanto, ao invés de ouvir as vozes das ruas, o Sr. presidente
da Câmara, por exemplo, cometeu o erro de, nos bastidores, tentar partidarizar
os protestos, buscando blindar a figura política do prefeito, na medida em que
buscou embutir no movimento a idéia falaciosa que o nome de Teófilo Torres não
deveria ser citado nos protestos já que,
como tentou fazer crer, a manifestação deveria ser apenas de caráter nacional,
sem abarcar questões municipais. Subestimou a inteligência dos manifestantes.
O que se viu na Câmara ontem foi a completa execração tanto
do nome do prefeito quanto de Guilherme Nasser (vejam os vídeos).
Da próxima vez, senhores, ouçam as vozes das ruas.
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