Na semana passada, publiquei aqui no Monlewood uma postagem
com o mesmo título que uso, agora, na qual discorri sobre essa prejudicial
relação que tem vigorado entre a indiana Arcelormittal e determinados setores
da Imprensa Monlevadense, no sentido de se construir e de se divulgar a idéia
de que a Arcelormittal deve ser colocada dentro de uma redoma de cristal e
isolada dos debates, das cobranças e das responsabilidades que devem ser,
naturalmente, colocadas diante de uma poderosa empresa que se dedica à principal
atividade econômica do Município e que, portanto, gera conseqüências positivas
e também impactos negativos em tudo que realiza em João Monlevade.
E, neste sentido, o que se busca aqui é apenas diálogo,
respeito, transparência e, sobretudo, a devida compensação pela nova realidade
que a era Mittal tem imposto ao município de João Monlevade, como, por exemplo,
a atual super-exploração da Mina do Andrade, mesmo que alguns assim não o
queiram e prefiram, sabe-se lá porque, manter o imenso capital estrangeiro
dentro de uma confortável e descabida redoma de cristal.
E para mais uma vez exemplificar o que escrevo, vamos voltar
à sexta-feira de 26 de abril de 2003, quando o Jornal A Notícia divulgou a
manchete “Arcelormittal desmente sindicato sobre duplicação”. Naquela ocasião,
o bi-semanário tentou, nitidamente, desqualificar o trabalho que o Sindicato
dos Metalúrgicos (Sindmon Metal) vinha realizando junto à comunidade – trabalho
esse que deveria ter sido assumido com mais responsabilidade por parte da
Imprensa - de informar sobre o novo plano estratégico do grupo siderúrgico que,
muito diferente daquele que fora divulgado em 2008, previa apenas a instalação
de um novo Laminador que seria provido com o aço bruto vindo do estado do
Espírito Santo. “A Arcelormittal negou as
informações, desmentindo todas as acusações feitas pelo sindicato”, divulgou o
jornal em tom de quem “apontava os dedos” contra um sugerido denuncismo,
supostamente, vazio ou alarmista por parte da Entidade de Classe.
Posteriormente, na edição da
última sexta feira, valendo-se, inclusive, de um editorial ufanista sobre o tema,
o mesmo Jornal A Notícia divulgou a mesma informação que chegou a classificar
de “acusações feitas pelo Sindicato” como se fosse, agora, uma “boa notícia”. Isto
é a instalação de apenas um novo Laminador, por parte da Arcelormittal, como
bem alertou o Sindicato, e a ausência de perspectivas ou de um cronograma para
a execução dos investimentos em uma nova Sinterização, um novo Alto-Forno e uma
nova Aciaria, como foi previsto em 2008.
Aliás, o que se comenta nos altos escalões do grupo é que
nos próximos 5 anos, novo Alto-Forno, Aciaria e etc, só se Mittal vender a
Usina. E a pergunta que fica é a
seguinte: considerando que a estimativa de vida útil do atual Alto-Forno não
supera os dois anos, estaríamos diante do fim de uma era em que o minério de
nossas montanhas não mais seria reduzido em ferro-gusa num Alto-Forno
monlevadense e a Usina do pioneiro Jean de Monlevade passaria a ser apenas um
entreposto produtivo, com cada vez menos postos de trabalho?
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