segunda-feira, 10 de junho de 2013

Setores da Imprensa Monlevadense se Prestam a Anteparo do Poderoso Mittal II

O indiano Lakshmi Niwas Mittal, presidente da Arcelormittal. Foto: Divulgação

Na semana passada, publiquei aqui no Monlewood uma postagem com o mesmo título que uso, agora, na qual discorri sobre essa prejudicial relação que tem vigorado entre a indiana Arcelormittal e determinados setores da Imprensa Monlevadense, no sentido de se construir e de se divulgar a idéia de que a Arcelormittal deve ser colocada dentro de uma redoma de cristal e isolada dos debates, das cobranças e das responsabilidades que devem ser, naturalmente, colocadas diante de uma poderosa empresa que se dedica à principal atividade econômica do Município e que, portanto, gera conseqüências positivas e também impactos negativos em tudo que realiza em João Monlevade.
E, neste sentido, o que se busca aqui é apenas diálogo, respeito, transparência e, sobretudo, a devida compensação pela nova realidade que a era Mittal tem imposto ao município de João Monlevade, como, por exemplo, a atual super-exploração da Mina do Andrade, mesmo que alguns assim não o queiram e prefiram, sabe-se lá porque, manter o imenso capital estrangeiro dentro de uma confortável e descabida redoma de cristal.
E para mais uma vez exemplificar o que escrevo, vamos voltar à sexta-feira de 26 de abril de 2003, quando o Jornal A Notícia divulgou a manchete “Arcelormittal desmente sindicato sobre duplicação”. Naquela ocasião, o bi-semanário tentou, nitidamente, desqualificar o trabalho que o Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmon Metal) vinha realizando junto à comunidade – trabalho esse que deveria ter sido assumido com mais responsabilidade por parte da Imprensa - de informar sobre o novo plano estratégico do grupo siderúrgico que, muito diferente daquele que fora divulgado em 2008, previa apenas a instalação de um novo Laminador que seria provido com o aço bruto vindo do estado do Espírito Santo. “A Arcelormittal negou as informações, desmentindo todas as acusações feitas pelo sindicato”, divulgou o jornal em tom de quem “apontava os dedos” contra um sugerido denuncismo, supostamente, vazio ou alarmista por parte da Entidade de Classe.
Posteriormente, na edição da última sexta feira, valendo-se, inclusive, de um editorial ufanista sobre o tema, o mesmo Jornal A Notícia divulgou a mesma informação que chegou a classificar de “acusações feitas pelo Sindicato” como se fosse, agora, uma “boa notícia”. Isto é a instalação de apenas um novo Laminador, por parte da Arcelormittal, como bem alertou o Sindicato, e a ausência de perspectivas ou de um cronograma para a execução dos investimentos em uma nova Sinterização, um novo Alto-Forno e uma nova Aciaria, como foi previsto em 2008.
Aliás, o que se comenta nos altos escalões do grupo é que nos próximos 5 anos, novo Alto-Forno, Aciaria e etc, só se Mittal vender a Usina.  E a pergunta que fica é a seguinte: considerando que a estimativa de vida útil do atual Alto-Forno não supera os dois anos, estaríamos diante do fim de uma era em que o minério de nossas montanhas não mais seria reduzido em ferro-gusa num Alto-Forno monlevadense e a Usina do pioneiro Jean de Monlevade passaria a ser apenas um entreposto produtivo, com cada vez menos postos de trabalho?

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