segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mais uma Vez, A Notícia Confirma DNA da Ditadura

É como estou cansado de escrever: ninguém nega sua própria natureza. Não adianta adestrar uma raposa para tomar conta do galinheiro, que,  mais cedo ou mais tarde, ela vai revelar sua natureza predatória e não sobrará uma galinha sequer.
Recentemente, escrevi que o perfil editorial do Jornal A Notícia carrega o DNA da ditadura. Afinal, o impresso foi fundado em 1984, com aval dos generais, quando ainda vigorava, intensamente, a censura e a manipulação política das informações. Sexta-feira passada, diante de novo texto publicado pelo editor do ex-bi-semanário, faço-me testemunha de mais uma  confirmação  de que, incontestavelmente, o editorial do Jornal A Notícia carrega o DNA da ditadura instalada no Brasil, entre 1964 e 1988. 
Antes de qualquer coisa, é preciso resolver uma grave questão de semântica, própria dos demagogos contra-racionais.  Radical não é aquele incapaz de dialogar ou de  compor um entendimento colegiado. Radical  é aquele que ataca as raízes, ou seja, as causas dos problemas e não apenas suas conseqüências.  O emprego, convenientemente, equivocado deste vocábulo apenas atesta a resistência e a aversão que alguns setores conservadores da imprensa local possuem de solução efetiva dos problemas arraigados na sociedade. Nada mais natural em se tratando de um jornal fundado nos idos de uma ditadura, instalada, justamente, para impedir as reformas de base de Jango que, apesar de passados 51 anos,  são, exatamente, as mesmas que o Brasil contemporâneo ainda demanda, como a reforma política, a reforma dos meios de comunicação (o que deve incluir os jornais), a reforma tributária, a reforma do atual modelo de escola pública, além de outras. Eita ditadura arraigada! Arraigada como o próprio DNA.
Para quem se supõe historiador pega mal a falta de memória de que o maior ato de extremismo já praticado contra o Brasil foi o Golpe de 64, golpe esse que, em João Monlevade, infelizmente, ainda reverbera nos dias atuais através do DNA da ditadura que determinado impresso carrega em seu perfil editorial.
Sejamos francos. Uma coisa é a opinião, outra é a demagogia que se esconde por detrás de uma falsa imparcialidade para manipular o eleitor na direção de projetos de poder que, além de tantos outros absurdos, já pilharam a coisa pública  e a entregaram a uma casta de privilegiados que, vergonhosamente, já faturaram, de bandeja, até  imóvel público, de propriedade do povo monlevadense, para, sem qualquer concorrência ou processo licitatório, instalar sede de empreendimento privado, prevalecendo apenas a máxima de que “uma mão lava a outra e as duas lavam a cara”. Isso sim foi um ato de extremismo contra o erário!
Quanto aos blogs, a grande vantagem deles é que os mesmos circulam em meio eletrônico, na internet, e não em papel, que aceita tudo. Felizmente, a mentira não sobrevive muito tempo na internet. E já vimos algumas “rapaduras” se dissolverem nesse processo.
Os impropérios odiosos dirigidos, indiretamente (faltou coragem), à minha pessoa não me surpreendem nem me abalam. Por meio do estudo da história, conheço essa raiva de longa data. É a mesma que conduziu Pedro II ao exílio, quando, em 1888, a Monarquia ousou abolir a escravidão. É a mesma que levou Vargas ao suicídio. É a mesma que deflagrou o Golpe de 64. E é a mesma que tenta derrubar o governo constitucional do Brasil, atualmente.     
Quanto ao "novo", posso dizer que, com exceção da internet e suas ferramentas, vejo quase nada de novo no mundo contemporâneo, já que os conceitos da maioria esmagadora das coisas que no rodeiam foram formulados pelos grandes pensadores da humanidade há mais 100, 500 ou 1000 anos. O novo só deve ser abraçado se, efetivamente, traz benefícios à sociedade. Do contrário, deve ser ignorado, principalmente, porque no dia seguinte será substituído por algo, supostamente, mais novo, tornando-se tão velho quando os conceitos de quem o idolatra.
Por fim, posso dizer que bobagem é texto histórico escrito de forma romanceada.  História é ciência. E contaminá-la com romance, a pretexto torná-la mais palatável à leitura, além de uma contradição, é confessar o irreversível estado de preguiça mental. 

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