Quem considera que o chamado “Choque de Gestão” significa,
necessariamente, equilíbrio das contas públicas está, redondamente, enganado.
Minas Gerais é um exemplo disso. O Estado vivencia há quase
20 anos o Choque de Gestão de Aécio Neves e Anastásia, acumulou neste período a
incrível dívida de 70 bilhões de reais, que representa, hoje, quase 100% da
receita prevista no orçamento de Minas para o exercício financeiro de 2014, que
está estimada em 75 bilhões de reais.
Então, que “Choque de Gestão” é este que produziu em Minas
uma dívida tão monstruosa e que, para se ser quitada, demandará o
correspondente a um ano inteiro de trabalho do povo mineiro? A resposta é
simples. “Choque de Gestão” nada mais é do que um nome pomposo para se
justificar cortes na Educação, na Saúde e em outros setores sociais, com o intuito
exclusivo de se fazer caixa para a contratação de empreiteiras que passam a
executar serviços, que antes eram prestados, diretamente, pela Administração Pública.
E é justamente isso que tem acontecido na gestão Teófilo/Moreira/Laura.
A limpeza pública urbana em João Monlevade
sempre foi promovida pela frente de trabalho e por funcionários concursados da
Prefeitura. Em breve, uma empreiteira será contratada para tal. A manutenção
das vias sempre foi promovida, diretamente, pelo DVO. Agora, já existe uma
empresa contratada para tal. Até mesmo uma das atividades fim do DAE – a de
manutenção da rede de esgoto doméstico - já está sendo terceirizada para
empreiteira. Tudo, ocorrendo ao mesmo tempo em que a Educação, a Saúde, a
Cultura e outros setores públicos do Município sofrem com corte de gastos e
investimento.
O leitor deve estar se perguntando “E daí ?”. E daí, que
toda vez que um serviço público é terceirizado, sob a égide do famigerado “Choque
de gestão”, ele, invariavelmente, fica mais caro para o contribuinte já que, ao
contrário da Administração Pública, empreiteiro sempre visa o lucro. Assim, além
de pagar pelos custos do serviço, o contribuinte também passa a pagar pelo
lucro do empreiteiro, que, nestes casos, não chega a ser inferior a 40 ou 50%. Ao
mesmo tempo, o contribuinte também segue a arcar com o custo da estrutura (salários,
etc) que, institucionalmente, já existia na Prefeitura para prestar o serviço
que passa a ser terceirizado, já que muitos funcionários lotados no respectivo
setor são concursados e não podem ser demitidos.
De forma que o “Choque de Gestão” chega a dobrar o custo do
serviço terceirizado, resultando, inexoravelmente, numa crescente dívida pública.
O governo de Minas que o diga.
Muito bom doutor. Brilhante.
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