quarta-feira, 21 de maio de 2014

Arcelormittal Recusa Responder Sobre Mineração do Andrade

Ontem fui à Câmara para participar de um debate sobre a expansão da Arcelormittal e não foi o que, realmente, aconteceu. Debate dá direito a tréplica, coisa que não foi permitida na ocasião, o que mais uma vez demonstra que o “Fórum Monlevade em Foco: os Próximos 50 Anos” que pretende discutir os próximos 50 anos do Município, como já cansei de dizer, não passa de um estratagema do marketeiro pessoal de Guilherme Nasser destinado a desviar as atenções da opinião pública monlevadense da paralisia e da falta de resultados do governo Teófilo Torres/Laura Carneiro/Moreira. Aliás, o próprio assessor da Arcelormittal, João Carlos, em dado momento da palestra declarou que não há como se entrar no mérito dos próximos 50 anos da siderurgia local, pois tal tarefa cabe somente ao mercado.    
O que pude notar durante o evento, que contou com a ilustre presença do Gerente Geral da Usina, o Senhor João Henrique Palmer Caldeira, uma empresa ainda muito fechada ao diálogo transparente, refratária a criticas e também senti uma atmosfera de certa irritação por parte do palestrante da ArcelorMittal, em estar ali, tendo de responder a questionamentos do povo monlevadense. Como já havia cantado a pedra, a siderúrgica, por exemplo, se recusou, terminantemente, a responder qualquer pergunta sobre a nova realidade de superexploração da Mina do Andrade, que tanto impacta o Município.
Causa preocupação os extremismos como que as bajulações se dirigiram aos representantes da Usina. Infelizmente, no meio político local, muitos, instantaneamente caem de quatro diante do poder, seja ele político, econômico ou financeiro. Agrava a situação o fato de os marketeiros atuantes no Município divulgarem, há trinta anos,  a idéia retrograda e atrasada de que a Usina não pode ser criticada.  
Se não quer ouvir críticas, vai ser assessor do Papa, que, segundo a tradição, é o único infalível. E por mais que a atividade seja fundamental para o Município, isso não lhe dá o direito de sujar tudo e danificar as vias com o trânsito pesado, além de várias outras coisas. Percebe-se que as atividades do grupo, apesar da grande importância econômica, não estão colaborando para o aumento da qualidade de vida no Município.  
Vejo que desafio inicial da assessora da Usina é se adequar ao novo paradigma político-filosófico que foi inaugurado diante dos Protestos de Junho de 2013, reconhecido pela mídia internacional como Primavera Brasileira, abrindo-se mais para o diálogo franco e transparente e assumir responsabilidades sociais que se traduzam em mais efetividade do incremento da qualidade de vida em João Monlevade.  
Por fim registro que na ocasião foi anunciada a instalação de uma “embaixada” da empresa no centro da cidade a fim possibilitar o diálogo com a comunidade. E é justamente o que mais faltou na noite de ontem em relação à empresa: diplomacia.     

As perguntas que fiz sobre a mineração do Andrade e a Mittal se recusou a responder foram as seguintes:

-Qual o tamanho da jazia do Andrade? Quanto dela se encontra dentro do município de João Monlevade? Qual é a produção atual da Mina? Neste ritmo de produção em quanto tempo a mina se exaurirá e, quando isso acontecer, de onde a Usina retirará sua matéria prima?

-O transporte pesado do minério de ferro por carretas, além de gerar grande poluição particulada, também danifica as vias do município. Quais são as compensações e mitigações que o grupo efetivará para minimizar esses impactos?

-Considerando que a Lei Orgânica prescreve:

Art. 170. Ficam tombados, para o fim de preservação, e declarados monumentos naturais, paisagísticos, artísticos ou históricos, sem prejuízo de outros que venham a ser  tombados pelo Município:

 I - os alinhamentos montanhosos das Serras do Seara e do Andrade; 

IV - a mata da “Cabeceira do Bananal”, no Vale do Sol; 


Quais são as medidas efetivas tomadas pelo grupo para proteger a Serra do Andrade e a Cabeceira do Bananal, neste contexto de superexploração da Mina do Andrade? 

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