Ontem fui à Câmara para participar de um debate sobre a
expansão da Arcelormittal e não foi o que, realmente, aconteceu. Debate dá
direito a tréplica, coisa que não foi permitida na ocasião, o que mais uma vez
demonstra que o “Fórum Monlevade em Foco: os Próximos 50 Anos” que pretende
discutir os próximos 50 anos do Município, como já cansei de dizer, não passa
de um estratagema do marketeiro pessoal de Guilherme Nasser destinado a desviar
as atenções da opinião pública monlevadense da paralisia e da falta de
resultados do governo Teófilo Torres/Laura Carneiro/Moreira. Aliás, o próprio
assessor da Arcelormittal, João Carlos, em dado momento da palestra declarou que
não há como se entrar no mérito dos próximos 50 anos da siderurgia local, pois
tal tarefa cabe somente ao mercado.
O que pude notar durante o evento, que contou com a ilustre
presença do Gerente Geral da Usina, o Senhor João
Henrique Palmer Caldeira, uma empresa ainda muito fechada ao diálogo
transparente, refratária a criticas e também senti uma atmosfera de certa
irritação por parte do palestrante da ArcelorMittal, em estar ali, tendo de
responder a questionamentos do povo monlevadense. Como já havia cantado a
pedra, a siderúrgica, por exemplo, se recusou, terminantemente, a responder
qualquer pergunta sobre a nova realidade de superexploração da Mina do Andrade,
que tanto impacta o Município.
Causa preocupação os extremismos como que as bajulações se
dirigiram aos representantes da Usina. Infelizmente, no meio político local,
muitos, instantaneamente caem de quatro diante do poder, seja ele político, econômico
ou financeiro. Agrava a situação o fato de os marketeiros atuantes no Município
divulgarem, há trinta anos, a idéia retrograda
e atrasada de que a Usina não pode ser criticada.
Se não quer ouvir críticas, vai ser assessor do Papa, que,
segundo a tradição, é o único infalível. E por mais que a atividade seja
fundamental para o Município, isso não lhe dá o direito de sujar tudo e
danificar as vias com o trânsito pesado, além de várias outras coisas. Percebe-se
que as atividades do grupo, apesar da grande importância econômica, não estão
colaborando para o aumento da qualidade de vida no Município.
Vejo que desafio inicial da assessora da Usina é se adequar
ao novo paradigma político-filosófico que foi inaugurado diante dos Protestos
de Junho de 2013, reconhecido pela mídia internacional como Primavera
Brasileira, abrindo-se mais para o diálogo franco e transparente e assumir responsabilidades
sociais que se traduzam em mais efetividade do incremento da qualidade de vida em João Monlevade.
Por fim registro que na ocasião foi anunciada a instalação
de uma “embaixada” da empresa no centro da cidade a fim possibilitar o diálogo
com a comunidade. E é justamente o que mais faltou na noite de ontem em relação
à empresa: diplomacia.
As perguntas que fiz sobre a mineração do Andrade e a Mittal
se recusou a responder foram as seguintes:
-Qual o tamanho da jazia do
Andrade? Quanto dela se encontra dentro do município de João Monlevade? Qual é
a produção atual da Mina? Neste ritmo de produção em quanto tempo a mina se
exaurirá e, quando isso acontecer, de onde a Usina retirará sua matéria prima?
-O transporte pesado do minério de
ferro por carretas, além de gerar grande poluição particulada, também danifica
as vias do município. Quais são as compensações e mitigações que o grupo
efetivará para minimizar esses impactos?
-Considerando que a Lei Orgânica prescreve:
Art. 170. Ficam tombados, para o fim de preservação, e
declarados monumentos naturais, paisagísticos, artísticos ou históricos, sem
prejuízo de outros que venham a ser
tombados pelo Município:
I - os alinhamentos montanhosos das Serras do
Seara e do Andrade;
IV - a mata da “Cabeceira do
Bananal”, no Vale do Sol;
Quais são as medidas efetivas
tomadas pelo grupo para proteger a Serra do Andrade e a Cabeceira do Bananal,
neste contexto de superexploração da Mina do Andrade?
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