quinta-feira, 22 de maio de 2014

Guilherme Nasser Entra em Êxtase Durante Palestra da Arcelormittal

Durante a palestra realizada pela Arcelormittal na última terça-feira na Câmara, o assessor de comunicação da Usina, João Carlos, informou que a siderúrgica injeta, anualmente, na economia do Município, cerca de 600 milhões de reais, entre pagamentos de salários e compras diversas. Foi o suficiente para o presidente da Casa, o vereador, Guilherme Nasser, entrasse em êxtase! Nasser ainda foi capaz de comparar os gastos da empresa com os da Prefeitura, que são bem menores.
Será que o presidente da Câmara ainda não aprendeu que não se pode comparar uma jaca com um abacaxi? Ora, a Prefeitura não é empresa que visa o lucro.
Mais uma vez, Guilherme Nasser, perdeu a oportunidade de ficar calado e, com isso, voltou a demonstrar a falta de capacidade para assumir o cargo que ocupa.
E o assessor da Arcelormittal só se esqueceu de informar o lucro específico da unidade monlevadense, anualmente.
Então, vamos aos números... Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto de João Monlevade (PIB), ou seja, a soma de todas as riquezas produzidas no Município, durante um ano (dados de 2011), é da ordem de incríveis 1 bilhão, 692 milhões e 51 mil reais. Desse total, 731 milhões e 183 mil reais são gerados pelo setor da industria do Município, o que engloba a atividade da Arcelormittal; 730 milhões e 553 mil reais são gerados pelo setor de serviços e, obviamente, apenas 838 mil reais são gerados pelo setor agropecuário.
Assim, os 600 milhões injetados na economia monlevadense, anualmente, apesar de serem um montante expressivo, representa apenas 35.4% do PIB de João Monlevade. Outro fato interessante é que o PIB industrial monlevadense, a preços correntes de 2011, se encontra, praticamente, equiparado ao PIB do setor de serviços. É claro que a indústria demanda a prestação de muitos serviços, mas esses números demonstram a grandeza  de outros setores da economia de uma cidade-pólo pujante e frenética como João Monlevade. No próximo senso essa tendência deve ficar ainda mais evidente, na medida em que refletirá o incrível boom imobiliário que o Município tem vivenciado nos últimos anos.
A conclusão que fica é que Monlevade tem se tornado muito maior que a Arcelormittal e neste contexto de transformações, a Usina deve encontrar o seu devido lugar. Volto a repetir, não somos contra atividade. O que não podemos admitir é a manutenção desde modelo de exploração econômica inaugurado nessa tenebrosa era Mittal, em que a empresa, seja na Mina ou na Usina, se esquiva ao dialogo transparente e franco, enquanto não assume suas responsabilidades sociais de modo a colaborar para com o incremento da qualidade de vida no Município.                
Precisamos defender a siderurgia e a mineração justas, mantendo a eterna vigilância sobre o grande capital,  ao mesmo tempo em também devemos buscar novos meios de diversificar o PIB Monlevadense. O Mote deve ser a criação de ambiente de negócios e investimento em educação, ciência e tecnologia. O novíssimo Laboratório de Ciência e Tecnologia da UFOP está aí para isso...  

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