quinta-feira, 29 de maio de 2014

Teófilo Torres: Choque de Gestão e Olhe Lá

           
Não é segredo para ninguém a verdadeira fixação dos emplumados para com o tal de Choque de Gestão. Esse eufemismo utilizado para definir cortes de investimentos, principalmente, em saúde e educação, para a geração de caixa orçamentário, visando a contratação de empreiteiras prestadoras de serviços, que, originalmente, sempre foram realizados diretamente pela Administração Pública. E não se engane: o Choque de Gestão, de “gestão”, não tem nada. Do contrário Minas não estaria devendo 70 bilhões.
O próprio pai do atual prefeito, o conselheiro do TCE, Mauri Torres chegou ao absurdo de firmar um Termo de Ajustamento de Condutas com o Estado de Minas, permitindo ao governo tucano realizar investimentos na área de Educação e gastos na área da saúde menores do que o mínimo definido pela Constituição, o que rendeu a Aécio e a Anastasia uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual que apura o rombo de mais de 4,3 bilhões de reais no orçamento da saúde de Minas.  
Aqui em João Monlevade a coisa não poderia ser diferente. Enquanto empreiteiras assumem a prestação de serviços que sempre foram prestados, diretamente, pelo Município, como a manutenção das vias e a realização da limpeza pública, a secretária de fazenda e ex-prefeita de Nova Era, Laura Carneira, segue a risca a fórmula do Choque de Gestão, mantendo os investimentos em educação e saúde, na faixa do mínimo constitucional e aquém.
Mas, em Monlevade, o Choque de Gestão dos emplumados, além de uma fixação, também parece ser uma amarga necessidade.
É que a falta de liderança e de vontade política de Teófilo Torres em responder, diretamente, às demandas básicas do Município e à concretização de suas promessas de campanha fazem com que o pouco resultado de seu governo se manifeste de maneira isolada através, quase que exclusivamente, das empreiteiras que passaram a prestar serviços públicos neste mandato. Naquilo que depende da liderança do prefeito, nada acontece.
O problema é que, além do Município não avanças, como foi prometido, o contribuinte monlevadense acaba pagando mais caro pelos serviços terceirizados já que a estrutura pública que antes se ocupava desta prestação acaba ficando ociosa, sendo preciso ainda embutir na conta o lucro do empreiteiro que não é baixo, já que não é incomum que o mesmo se transforme em doador de campanha de seu contratante. A Degraus Engenharia, por exemplo, que, recentemente, venceu a licitação para a construção da ETE-Carneirinhos, chegou a doar R$ 10.000,00 para a campanha de Moreira em 2004(tabela). A Prohetel, pivô da Farra do Lixo, que desviou cerca de 4 milhões de reais dos cofres públicos, por sua vez também dou R$ 18.000,00 para a mesma campanha de Moreira (tabela). Vê, agora, porque é necessário cortar gastos na saúde e na educação? O lucro do empreiteiro tem que sair de algum lugar.           
Se fosse para administrarem assim o Município, não deveria ter havido eleição e sim uma grande licitação. Aí, a empresa que vencesse, administraria João Monlevade e prefeito, secretários e comissionados deveriam todos ser demitidos. 

Um comentário:

  1. Primeiro é o seguinte: cara de pau é a do prefeito aceitar receber o prêmio de "Excelência em Gestão Pública", agora outra coisa: aquele blog do LEUNAM só está elogiando o prefeito. Vc saberia me informar o motivo? Tá rolando grana?

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