segunda-feira, 19 de julho de 2010

1 Ano da Morte do Companheiro de Campanha Adriano Motoca

Adriano Motoca na comemoração da vitória nas urnas: 43 no peito.

Muito já escrevi aqui no Monlewood a respeito da sensibilidade que aquele que se coloca no papel de líder deve ter para com sua base. Existem várias motivações que levam alguém a se envolver num projeto político. Alguns, mais politizados, almejam participar e ajudar a construir. Outros buscam apenas apoio recíproco. Há ainda aqueles que buscam apenas a oportunidade trabalho, após às eleições, o que não deixa de ser justo, principalmente quando assim o é prometido. Cabe ao líder a sensibilidade para responder aos anseios individuais, conforme a legitimidade de cada qual. O episódio que vou contar agora demonstra o quanto pode ser trágica a falta de sensibilidade do líder para com seus liderados. Ontem, dia 18, fez exatamente um ano da morte de Adriano Motoca. Marco Adriano Mota, carinhosamente chamado de Motoca, foi um dos maiores colaboradores da campanha que elegeu atual prefeito de Monlevade, Gustavo Prandini. Acreditando em Prandini, Motoca trabalhou intensamente, dia e noite, carregando e descarregando caminhões, montando e desmontando as tendas e equipamentos dos comícios e fazendo tudo mais que era necessário ao apoio de rua de uma campanha que teve como maior característica o contato direto com o povo e as comunidades. Com Prandini já eleito, Motoca se apresentou ao prefeito para que a promessa de trabalho fosse cumprida e o chefe do executivo pediu para que ele deixasse o currículo. E foi assim durante 6 longos meses, um currículo atrás do outro e nenhum apoio por parte de Prandini, período no qual, Adriano Motoca, que era pai de duas crianças, se desdobrou para sustentar seus filhos. Após a campanha, recolheu latinhas de alumínio pelas ruas. Com a queda do valor do material reciclável, decorrente da crise financeira, passou a capinar lotes e terrenos na cidade, o que também se tornou difícil devido à mesma crise. Desempregado por vários meses, sem conseguir dinheiro para sustentar seus filhos, sem apoio do prefeito que ajudou a eleger e com problemas na família, Adriano Motoca tirou sua própria vida no dia 18 de julho de 2009. Deixou companheira e dois filhos. “O desespero de Adriano era não poder sustentar nossos filhos. Ele tentou de tudo, mas não teve apoio de ninguém. Tenho certeza que se tivesse conseguido trabalho, ele ainda estaria entre nós”, foi o que afirmou Geise, a mãe dos dois filhos que Adriano Motoca deixou.
Geise e os filhos de Adriano Motoca

5 comentários:

  1. Eu ouvi falar deste caso. Eu pensei que fosse mentira, agora vejo que eu estava enganado, é lamentável.

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  2. nossa nem sabia que adriano avisa morrido

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  3. Estou chocado, pois nem sabia q ele havia suicidado.Foi meu aluno e era uma pessoa que realmente precisava de muita atenção sim. MAs era só isso de que ele precisava para vencer os problemas porq passava. Ajudei-o na medida que pude. Infelizmente aconteceu e eu nem sabia,porq nao apoiei o Prandini, pois nunca acreditei nele e ainda nao acredito. Eu o acho muito vaidoso e politica é coisa séria e nao de gente vaidosa>

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