sexta-feira, 8 de abril de 2011
Crucifixo e o Elemento Político Prandinista
Obviamente que se o Pastor Carlinhos não tivesse cometido o ato falho de retirar o crucifixo do plenário da Câmara, a justificativa inicial para a chamada guerra santa monlevadense não teria existido e, por conseqüência, também não teria havido a forte manifestação da última quarta-feira. O pastor errou, como qualquer um de nós. Há quem diga até que todos nós somos o produto de nossos erros. No entanto, o erro foi corrigido pelo juiz Evandro Cangussu, que, mediante a oportuna intervenção do advogado Teotino Damasceno, determinou a volta do crucifixo para seu lugar de origem. Não haveria, então, mais motivo para o acirramento dos ânimos, a menos que não existissem outros interesses por de traz das máscaras palacianas. Pois foi o que se viu, infelizmente. Houve aquele que tinha tudo nas mãos para evitar o confronto, mas, ao contrário, preferiu se aproveitar da situação, pois lhe era mais do que conveniente manter a opinião pública focada no Legislativo, longe dos holofotes das crises financeira, política e administrativa, para as quais parece ter nascido. O oportunismo e a imprudência foram tão grandes que, numa tentativa de se aproveitar até a ultima gota da situação, o governo Prandini, em meio a toda turbulência, engendrou a presença da imagem da Virgem Padroeira do Brasil, nas comemorações do próximo aniversário da cidade: queria mais lenha na fogueira. Tenho certeza de que a imagem da Santíssima Virgem será sempre bem vinda a João Monlevade. Mas, num momento de tensão religiosa, diretamente, relacionado com outra imagem católica, sua vinda poderia criar mais oportunidade para mais conflito, ou simplesmente, soar como revanchismo contraposto à retirado do crucifixo. É o que demonstra que o governo Pranini pousou sobre a questão como se fosse um abutre que investe na carniça. Pela proximidade que tem com a Igreja Católica local, Prandini poderia, facilmente, ter desarticulado a manifestação da última quarta feira, poupando o líder evangélico e presidente da Câmara, Pastor Carlinhos, de todo o constrangimento que sofreu diante da comunidade católica monlevadense. Más, nem sequer tentou. Optou por sacrificar o único vereador de seu partido para se aproveitar, politicamente, da questão, frente aos católicos. Isso se é que Prandini tenha alcançado algum proveito do ocorrido. Apesar de vir exercendo uma atividade parlamentar pouco alinhada com o Executivo, Pastor Carlinhos tem sido, até o momento, essencial para a aprovação de projetos de interesse do governo Prandini. Sem o voto do Pastor, por exemplo, não se teria aprovado em primeiro turno a venda dos sete terrenos públicos. Alias, o Pastor mandou o seu recado, na semana passada, quando retirou de pauta o dito projeto. Só Prandini que não escutou.
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