segunda-feira, 2 de junho de 2014

Choque de Gestão na Saúde: Obra de Construção Civil ou Atendimento Médico

Muito mais do que o discurso que adotam ou a imagem que divulgam de si, governos, são o resultado direto daquilo que produzem. Significa dizer que devemos avaliar os governantes não por suas palavras nem por suas imagens, mas sim por aquilo que, efetivamente, produzem.
Como não poderia deixar de ser diferente, o que se tem visto nos últimos 10 anos em matéria de saúde pública em João Monlevade é muito discurso, muita imagem, muito mármore, muito prédio batizado com nome de parente de político, muita pretensão e, na prática, apenas a instalação de estruturaras caríssimas e dispendiosas que não assumem sua função social, por não terem sido construídas de acordo com as normas técnicas vigentes, como é o caso do pretenso hospital Santa Madalena, ou por estarem inseridas num contesto de gestão administrava que não atinge a razão de existir de qualquer sistema de saúde, seja público ou privado, que é o de oferecer atendimento efetivo à população, como tem sido o caso do Hospital Margarida. 
Nota-se que a grande ânsia em contratar empresas executoras de obras de engenharia civil, muito típica do chamado Choque de Gestão tucano, tem tomado a saúde pública monlevadense com muita contundência e o resultado tem sido insatisfatório quando não é trágico.
Exemplo maior de tragédia na saúde pública monlevadense é o Santa Madalena, idealizado pelo ex-prefeito Carlos Moreira, em que a ânsia descontrolada em contratar empresas para a realização de obras de engenharia civil fez com que nada menos do que 22 milhões de reais fossem investidos na obra de adaptação do antigo terminal rodoviário num pretenso hospital de cem leitos. E tudo ficou apenas na pretensão, pois o resultado foi um Frankenstein de concreto, erigido sem a obrigatória observância dos critérios técnicos de vigilância sanitária, acarretando numa estrutura impassível dos necessários alvarás de funcionamento, o que impede que aquele malfadado trambolho seja credenciado pelo SUS, obrigando o Município a arcar com a integralidade de seu custeio que chega a mais de 1 milhão de reais mensais.
Infelizmente, o Hospital Margarida também não foge da incrível ânsia do Choque de Gestão em contratar empreiteiras executoras de obras de construção civil. Lá já se construíram CTI, Pronto Socorro e etc. No entanto não há atendimento: não contratam médicos. Hoje em dia, nem mesmo quem tem plano de saúde é atendido no Margarida. Mas, as obras continuam em ritmo acelerado... No final das contas, quem se beneficia com esse modelo? O povo ou os empreiteiros?
Um prédio moderno de Pronto Socorro ou de CTI jamais assumirá sua função social ou sua razão de existir, se os respectivos profissionais não forem contratados para tal. Hoje, é necessária a adoção de um novo modelo que consiga conjugar os dois fatores: atendimento efetivo e instalação da estrutura demandada. Do jeito que está,  o atual modelo de gestão da saúde pública monlevadense parece não ter como objetivo primordial o atendimento médico da população, mas apenas a contratação de empreiteiros. Pois muito além das aparências, é esse o resultado que se tem percebido...               


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ofensas e denúncias infundadas serão riscadas ou excluídas a critério do autor do Blog. Obrigado pelo comentário.