quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Quantas Anda o Pacto Umbilical?

Para quem ainda não teve a oportunidade de se inteirar, Pacto Umbilical é aquele modelo hermético e anti-político de governo, adotado pela administração prandinista, no qual o ex-assessor de governo e atual assessor de comunicação Emerson Duarte toma, exclusivamente, as decisões político-administrativas relevantes e o prefeito Gustavo Prandini, automaticamente e sem consultar as bases, concorda e assina em baixo.
Trata-se de mal desenhado dueto, no qual, inevitavelmente, se verifica a seguinte conformação: uma cabeça, pretensiosamente, pensante, naquilo que lhe aproveita e um corpo, meramente, figurativo, naquilo que lhe envaidece.
Desde que Duarte foi substituído do comando da Assessoria de Governo da Prefeitura pelo psicólogo de Ipatinga, Tadeu Figueiredo, paira no ar uma sensação quase generalizada de que o Pacto Umbilical estaria se dissolvendo ou se fragmentando entre seus dois hemisférios. Ledo engano. O Pacto Umbilical nunca esteve tão robusto e tão operante. O momento é que demanda um recuo estratégico.
Se alguém ainda tinha alguma esperança de que o atual governo poderia apresentar algo de estruturante ou de construtivo para o povo deste Município, no próximo e último ano do mandato prandinista, pode tirar a mula da chuva, pois a pouca sinergia e a diminuta capacidade de realização, próprias desta administração, não estão mais empenhadas na tentativa de administração da cidade e seus arredores, mas, única e exclusivamente, na reeleição de Prandini. E é diante desta nova situação que o Pacto Umbilical sofre uma falsa metamorfose.
Muitos se confundem e atribuem a Emerson Duarte a responsabilidade pelos sucessivos erros que levaram o atual governo a amargar os mais baixos índices de aprovação popular da história de João Monlevade. Digo “se confundem” porque, apesar de Duarte possuir alguma culpa em relação a tudo de polêmico e de contraproducente ou a quase nada de construtivo que a atual administração tem apresentado até agora, a responsabilidade absoluta pelos erros e pela esterilidade do governo é do mandatário maior do Município, o prefeito Gustavo Prandini, seja por ação ou omissão, pois é ele quem, de uma forma ou de outra, instalou ou permitiu que se instalasse o modelo de gestão que hoje vigora na Prefeitura.
Confusão à parte, o fato é que tal situação, naturalmente, faz do ex-assessor de governo uma figura muito pesada, sob o ponto de vista político e, portanto, inadequada para o atual momento eleitoral que demanda figuras leves e agregadoras. Assim, o próprio Emerson Duarte se permitiu um recuo para os bastidores, retirando-se vanguarda governista e abrindo espaço para novas peças políticas que vão chegando do Vale do Aço, conforme os interesses do gabinete prandinista. O que muitos não percebem é que este espaço político que, finalmente, se abre para certos aliados não está relacionado com a administração de João Monlevade, mas sim com a já deflagrada campanha eleitoral de reeleição do atual prefeito.
O mais curioso, pra dizer o mínimo, é que, finalmente, quando o governo permite alguma abertura política para sua base, sobretudo para o Partido dos Trabalhadores, o espaço é preenchido por petistas forasteiros, o que, confirma a forte relação de paranóia que existe entre o Pacto Umbilical e os chamados aliados do governo.
Sempre, temendo o surgimento de alguma liderança que poderia se contrapor ao modelo umbilicaliano, Prandini e Duarte nunca permitiram abertura ou desenvoltura política a seus secretários ou assessores, durante os primeiros 30 meses de governo, por exemplo. E, sem sombra de dúvida, esta é uma das principais razões do insucesso administrativo de até então, eis que a política não deve ser resguardada apenas para o momento eleitoral, uma vez que toda a execução de um projeto, verdadeiramente, democrático de governo só pode ser materializada mediante a prática da boa política, principalmente para com os aliados.
Mas, como se trata de um modelo artificial e confuso por natureza (basta ver que quem governa não foi eleito para tal) e, portanto, incompatível com toda a complexidade de se administrar um Município do porte de João Monlevade, o Pacto Umbilical, para sua própria sobrevivência, deve se submeter à uma série de condições, igualmente, artificiais e confusas, tais como tratar aliado como inimigo, adversário como aliado; concentrar as informações relevantes, tentar manipular a opinião pública, manter o titular do poder isolado no gabinete e etc. Tudo o que resulta em insegurança, na completa ineficiência administrativa, na política do vai e vem, na falta de planejamento, nas crises administrativa, política, institucional, financeira e por aí vai.
Agora, diante da proximidade do momento eleitoral, o Pacto Umbilical não pode mais prescindir do uso da política para alcançar seus fins, sofrendo uma enganosa transformação estratégica, com a qual passa a conceder abertura para indivíduos que não possuem raízes com o contexto político local e que, a seu ver, dificilmente, ameaçarão o modelo umbilicaliano, enquanto Emerson Duarte continua ditando as regras e decidindo os rumos, mesmo que tortuosos, do governo e, consequentemente, do Município.
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3 comentários:

  1. Doutor, o marqueteiro não tá com nada não !!!

    #FORADUARTE
    #FORAPRANDINI

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  2. Doutor, o que parece é que o dudu tem vontade de se PT mas deve ter tido problemas com o partido desde Itabira.

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  3. o senhor está, mais uma vez, certissimo em sua análise. Agora entendi porque estão buscando petistas de fora.
    Se fosse verdade que o Prandini estivesse querendo administrar junto com o PT essa discussão passaria primeiramente pela executiva do partido e também pelo Gleber. A própria presidente do partido a vereadora Dulcinéia disse que tomou conhecimento das novas contratações depois que os convites haviam sido aceitos pelos novos forasteiros.
    Trata-se de mais um golpe da dupla Prandini-Emerson pra cima dos aliados.
    Parabéns Dr. Fernando por nos ajudar a entender a jogatina dessa turma só pra tentar garantir a reeleição desse fiasco de prefeito.

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