Li na edição de sexta feira, dia 9, do jornal A Notícia que Administração Prandini afirma já ter executado 60 % de seu plano de governo para a educação. Muito bem. Monlevade, se comparada como a média estadual ou nacional, possui bons índices educacionais, mas ainda há muito que se fazer. O que falta para que o Brasil se torne um país desenvolvido e civilizado é a institucionalização de uma escola pública de qualidade, capaz de formar cidadãos conscientes e de não apenas alfabetizar, como ocorre hoje. Voltando à Molnevade, é fácil de perceber que, aqui, a educação precisa melhorar muito. O cidadão monlevadense de hoje não possui parâmetros para respeitar seus consortes nem mesmo a cidade. Hoje, não se tem noção do que é permitido ou proibido no Município. Em João Monlevade, poucos respeitam as leis de trânsito, as posturas, o ordenamento urbano, o meio ambiente, o direito alheio e o resultado é sempre o caos. E não fazem isso porque não foram ensinados a fazê-lo.
A escola deve preparar o cidadão para a vida, que, nestes tempos modernos, tem se apresentado, a cada dia, mais complexa. Assim, é na escola que o futuro cidadão deve ter os primeiros contatos com questões demandadas pela cidade, tais como cultura, direitos básicos, ordenamento urbano, meio ambiente, história da cidade e região, noções de estado, valores morais e éticos, etc.
Neste contexto, vejo o projeto educacional de Prandini como muito acanhado e tímido, principalmente, em se tratando de uma administração que se diz pautada pela mudança. Sem educação de qualidade nunca mudaremos. Somente a educação é capaz de civilizar um povo. Não sei como Monlevade pode aprimorar sua educação púbica, diante da diminuição de investimentos no setor, que ocorreu no governo Prandini. Veja os documentos abaixo, extraídos dos Orçamentos do Município, dos exercícios fiscais de 2005 à 2010(clique nas imagens para dimensioná-las à leitura):
Orçamento 2005, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$16.671.200,00
Orçamento 2006, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$18.608.200,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 1.937.000,00)
Orçamento 2007, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$20.855.500,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 2.247.300,00)
Orçamento 2008, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$26.844.000,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 5.988.500,00)
Orçamento 2009, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$27.698.000,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 854.000,00)
Orçamento 2010, governo Prandini: despesa com educação fixada em R$27.070.900,00 ( decréscimo relativo ao ano anterior de R$ 627.000,00)
Nota-se que Prandini não apenas interrompeu uma trajetória de 5 anos de sucessivos aumentos de investimentos na educação do Município, como também diminuiu o investimento no setor, se comparado ao do ano anterior, em R$ 627.000,00.
Se quiserem tomar um parâmetro raso que demonstra que ainda há muito que se fazer pela educação de Monlevade, sem se adentrar na seara da transformação do setor, é só tomar como base o resultado dos vestibulares da UEMG e UFOP. Mais de 75% dos aprovados nos vestibulares daquelas universidades são de alunos de fora, o que demonstra que o aluno monlevadense não está preparado sequer para ingressar nas universidades do próprio Município. À propósito, não me lembro de constar do plano de governo de Prandini a redução dos investimentos em educação.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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ResponderExcluirA matéria é elucidativa, mas comete um grande equívoco, quando informa que a escola de hoje abriu mão de ensinar valores para crianças e jovens. Sou educador há 20 anos e posso afirmar com toda convicção de que "nunca na história deste país" se deu tanta prioridade aos aspectos qualitativos na escola, abrindo mão do acadêmico, inclusive aplicando de forma descarada a chamada promoção automática, por imposição de nossos dirigentes e governantes, que não souberam e não sabem interpretar a LDBE (9394/96) ou o fazem de conveniência política. Com isso a escola se viu na obrigação de deixar um pouco de lado a formação intelectual, para se dedicar tão somente a valores cristãos, religiosos e familiares. Valores esses que a família de hoje quase não consegue transmitir. Afirmo isso com toda a propriedade, fui aluno em uma época em que o professor entrava em sala e dava a sua aula, ou seja, o mestre ministrava aula de Português, Matemática, Geografia, História, enfim, não abria mão do acadêmico e nem precisava, uma vez que, diferente de hoje, levávamos conosco os bons modos e hábitos de convivência em sociedade e, em especial, o respeito ao professor, coisa rara nos dias de hoje. A escola não poderia e nem deveria abrir mão de, no mínino, criar uma atmosfera do saber intelectual, que é o seu papel principal. O resto é puro engano, balela e transferência de responsabilidade pra uma instituição que nasceu, por excelência, para levar até o cidadão a oportunidade de experimentar o processo ensino-aprendizagem com desenvolvimento cognitivo nas diversas áreas do saber científico.
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