sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Fechamento da Mina do Gongo Soco

Recentemente, a mineradora Vale anunciou a paralisação das atividades de extração de minério de ferro na Mina do Gongo Soco, localizada no município de Barão de Cocais.  Segundo informações de autoridades locais, o fechamento da mina acarretará numa perda de arrecadação da ordem de 16 milhões de reais anuais para o município.
Ainda existe bastante minério no Gongo Soco. No entanto, o atual modelo de exploração do setor minerário, somado à atual conjuntura de preço do minério de ferro e à profundidade dos trabalhos no Gongo fazem com que o empreendimento se torne, economicamente, desinteressante, situação que não tem sido incomum em cavas tão antigas quanto aquelas.
Mas, a Mina do Gongo Soco não se consagrou na história da mineralogia mundial por seu minério de ferro apenas. Ela é considerada, isoladamente, a mina que mais produziu ouro em todo o mundo.
A Mina pertenceu ao excêntrico Barão de Catas Altas que, durante anos, utilizando métodos rudimentares de mineração, chegou a extrair, diariamente, 7 quilos e meio de ouro puro do Gongo Soco.
Para se ter uma idéia, em números, desta imensa riqueza, pode-se fazer a seguinte conta:
na cotação de hoje (R$ 110,00, o grama) a produção aurífera diária do Gongo Soco corresponderia à  soma de 825 mil reais. Em 12 meses de produção da mina, seu faturamento chegaria à incrível soma de 297 milhões de reais, o que renderia 59 milhões e 400 mil reais de receita ao fisco, que, na época, cobrava a alíquota de 20% sobre a produção do metal, ou seja, o Quinto (hoje, os royalties da mineração não superam os 03%) .   
As perguntas que ficam são as seguintes: por que o ouro, que ocorre junto ao minério de ferro (o Quadrilátero Ferrífero é necessariamente o Quadrilátero Aurífero), não é explorado nessas minas? Ou será que ele é explorado de forma oculta? Ou será ainda que o minério de ferro é exportado junto com o ouro e, chegando nos países de destino, o metal preciso é, devidamente, separado e apurado? E estas são apenas algumas questões que envolvem o setor.
Minas deve acordar para si. Todo o modelo de mineração vigente no país, o que inclui os respectivos royalties, não é apenas injusto e nefasto, mas também representa uma verdadeira usurpação das riquezas minerais do solo mineiro. 
Não é aceitável que uma empresa apenas controle o destino de municípios inteiros, como ocorre, atualmente, com Barão de Cocais.
Ora, se determinada empresa considera desinteressante a exploração de uma de suas incontáveis minas, ela deveria perder o direto de explorá-la para que se interessar. O monopólio que existe no setor da mineração deve ser quebrado de forma a dificultar que situações absurdas como a vivenciada pelo município de Barão de Cocais não se tornem uma constante.  E essa discussão deve se iniciar nos municípios, pois, como se vê, são eles os maiores prejudicados.         

2 comentários:

  1. Hasta la victoria, comandante Fernando!!!

    Mais uma bandeira de luta... por um mundo melhor!!!

    Saudações companheiro... hasta siempre!!

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  2. e o piolho de cobra que devia chamar o contrario, falou em seu blog que nunca iria entrar em um cargo publico e agora kkkk

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