segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria


Recentemente, assistindo pela televisão ao discurso de posse de Barack Obama, me chamou a atenção a seguinte afirmação do presidente da maior potência do mundo: “construímos nossa nação sobre os pilares da liberdade e da responsabilidade individual”.
Aqui ao sul do continente, seguimos tropeçando na construção de um país no qual a libertinagem ocupa o lugar da liberdade e se predomina uma cultura que afasta do indivíduo a responsabilidade por seus atos, sejam eles comissivos ou omissivos.
O Brasil deve entender que somente a lei é capaz de gerar a liberdade e que, enquanto o Estado não chamar, de forma efetiva, a responsabilidade de seus cidadãos, tragédias como a de Santa Maria não deixarão de acontecer.   
Se a vida pode ser considerada um jogo, as leis devem ser entendidas como as regras desse jogo. E não há como se participar de um jogo sem se conhecer suas regras. E mais: sempre que a regra do jogo for violada, seu infrator deve ser punido, assim como ocorre com o jogador de futebol que leva um cartão vermelho por cometer uma falta grave contra adversário, por exemplo.
Assim, não é mais possível se manter a sociedade brasileira tão afastada das próprias leis que ela mesma cria. Aqui no Brasil, a lei é sempre vista como um obstáculo ou algo que traz prejuízo, problema ou aumento de custo para quem  se dedica a determinada atividade. Estamos participando de um jogo sem conhecer suas regras. Isso não é possível. Aplicar a lei somente após a ocorrência da tragédia resolve muito pouco e atinge só os envolvidos.
O Brasil deve criar uma cultura geral de cumprimento mais espontâneo da lei, apresentando ao cidadão as regras básicas do jogo que, cotidianamente,  é jogado aqui . Daí a importância de um modelo de escola de ensino integral, onde o cidadão de amanhã possa conhecer seus direitos e deveres básicos. Onde ele possa compreender que por traz de toda a lei está o intuito pela liberdade, pela igualdade, pela segurança, pela fraternidade e etc.
Antes de se engajar em determinada atividade, o cidadão deve buscar conhecer as leis que a regulamentam e o Estado deve agir, preventivamente, na fiscalização do cumprimento dessa legislação. E para quem não cumpre a lei: cartão vermelho.         

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