terça-feira, 13 de março de 2012

Orgulho Burro

Quando era criança, eu olhava para os adultos e os via como criaturas, irremediavelmente, racionais. Pouco antes de ingressar na faculdade de Direito, eu sentia que alguma coisa estava errada naquele modo com o qual eu, desde criança, tendia a ver os adultos. Hoje, vejo que eu só não estava completamente errado por raras exceções.
Burro é aquele que comete o mesmo erro, sucessivamente ou aquele que age contra os próprios interesses. E, via de regra, é o descontrole das passionalidades que levam o sujeito ao estado de burrice. Sentir vaidade, inveja, orgulho, raiva e ciúme é humano. O que não se pode é agir com base em tais sentimentos, sob pena de se estar abrindo mão da condição de humanidade.
Uma figura pública que chega, espairecido, de uma luxuosa viajem à Europa e, ao se deparar com a manutenção de uma greve, iniciada antes de sua partida, faz a opção por convocar um lacaio para, juntos, suprimirem os cartazes anunciativos do movimento grevista, com as próprias mãos, expondo-se, desnecessariamente, não pode ser considerado racional.
Aliás, tudo que se viu e não se viu nesta administração foi fruto de um modelo, totalmente irracional, imbuído de um orgulho desmedido e de uma cega obsessão pelo poder, em que as vaidades dos bajuladores são muito bem manipuladas, num verdadeiro tabuleiro passionalista de xadrez, onde imperam a traição, a falsidade e a pior face da política.
Fico imaginando: por que a insistência em tal modelo, eis que o mesmo já se demonstrou tão mal sucedido. A resposta é simples: porque não sabem fazer de outra forma.
O pior é que ainda acham que podem se valer de tais expedientes para, através de meras siglas partidárias de aluguel, tentar contaminar outros grupos políticos com tal modelo, o que não me surpreende: a prepotência é a filha pródiga do orgulho .

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