quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Memorial do Aço na 5ª Crise Prandinista

Há alguns dias, escrevi aqui no Monlewood sobre a 5ª crise do governo Prandini, ou seja, sobre a crise de credibilidade que se vê instalada como efeito direto da completa incapacidade do gabinete prandinista, entre outras coisas, em gerenciar ou debelar as quatro crises que a antecederam: a política, a administrativa, a financeira e a institucional. Resumindo, foram tantos os engodos e crises sucessivas não resolvidas que a opinião pública se encontra em situação de extrema dificuldade em acreditar naquilo que é anunciado pelo governo. E o formato com o qual a administração anuncia o Memorial do Aço é a mais concreta comprovação de que está, realmente, instalada a crise de credibilidade. Mas, só que desta vez, surpreendentemente, o governo não apenas demonstra que tem ciência do fato, mas que, aparentemente, também deixou de lado a usual inércia com que vem tratando as conjunturas desfavoráveis que ele mesmo cria. Deve ser o efeito Tadeu. Afinal, as eleições se aproximam e o salvador da pátria sabe que crédito e voto são palavras, praticamente, sinônimas. O problema é que contra esse descrédito geral que afeta o governo, a meu ver, só existe um remédio: a reencarnação. Mas, vamos lá. Inicialmente, me estranha o fato de o governo com o pior relacionamento com a Usina (crise institucional), desde a emancipação política monlevadense, propor a construção de um espaço cultural destinado, justamente, à preservação da história siderúrgica do Município, ou seja, da história da Usina e da relação da cidade com ela. O enorme portão instalado pela ArcelorMittal no acesso ao Campo de Aviação, logo após Emerson Duarte afirmar que desapropriaria a área para a construção de uma Parque de Exposições, ainda continua lá, trancado a sete chaves, e é emblemático neste sentido. Sem falar que a Usina tem, neste momento, todas suas atenções voltadas para seu processo de expansão industrial, além de outros procedimentos de dura adequação interna a que tem se submetido nestes últimos dias, o que sugere a inoportunidade de sua participação no projeto, caso sejam superadas as dificuldades do governo em se relacionar, institucionalmente, com a siderúrgica. Ademais, quem representa a Usina no projeto? Em outras palavras, parece que estamos diante de mais um engodo prandinista, pois sem a participação efetiva da Usina não há como se resgatar a história da siderurgia no Município de forma íntegra e verdadeira. Pois bem, feita esta consideração inicial, vamos à vaca fria, finalmente. Quando disse formato, me referia ao conselho, constituído por cidadãos de relevante experiência cultural em João Monlevade, para deliberar sobre o tal Memorial do Aço. Ao compor o dito conselho, o gabinete prandinista, oportunistamente, buscou se aproveitar da imagem, da respeitabilidade e da credibilidade dos conselheiros, numa tentativa de atrair, na opinião pública, a confiança para a execução do projeto e, consequentemente, seus dividendos político-eleitorais. Ou seja, sem a presença do professores Dadinho e Theófilo, do cantor Rômulo Ras e do próprio jornalista Marcelo Melo, entre outros, aos olhos de quem conhece o histórico infrutífero e destrutivo do governo prandini, seja em qual setor for, o projeto do Memorial do Aço seria tão viável quanto tem sido a, eternamente, inconclusiva ETE do Cruzeiro Celeste e não alcançaria seus objetivos, unicamente, eleitoreiros, como está bem claro para todos .

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