quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Segurança Pública



A grave crise que se verifica no setor da segurança pública brasileira pode ser explicada por uma conjunção de complexos fatores, que em sua grande maioria estão fora do alcance de atuação dos municípios.
Para ilustrar, rapidamente, temos uma Constituição que confundiu o crime político com o crime comum e que, por isso, abriu as portas da impunidade generalizada, criando a perigosa sensação de que o crime compensa. Temos, na ponta do sistema de segurança pública, um modelo de polícia baseado em duas corporações mal estruturadas, que, geralmente, se rivalizam: a Polícia Civil e a Militar, o que resulta, por exemplo, em dados absurdos de ineficiência, como o de que no Brasil, 90% dos homicídios não são elucidados. Temos um sistema prisional falido, apesar das melhoras dos últimos anos, que funciona com verdadeira faculdade do crime. Temos um judiciário pouco aparelhado e emperrado na cultura da morosidade, que aumenta ainda mais a sensação de impunidade, principalmente, para os mais abastados. Temos uma escola apenas voltada para os vestibulares e despreocupada em formar conceitos humanos, morais e cívicos, o que alimenta a crise de valores e a explosão de crimes passionais que vivemos na atualidade. Temos ainda corrupção institucionalizada, corruptores contumazes, ineficiência do gasto público, descaso das autoridades e tantas outras coisas.
Os problemas são numerosos e, como já dito, a maioria deles foge da competência legal e administrativa dos municípios, pois demandam reformas na legislação estadual ou federal, emendas à Constituição e até a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
No entanto, podemos sim fazer algumas coisas, aqui em nossa cidade. A primeira é nos mobilizarmos, de forma que a nossa voz seja ouvida no Município e além dele. A segunda é envolver todos os setores da sociedade, em volta de um grande debate sobre a questão, buscando uma maior interação entre eles, pois segurança pública é direito e dever de todos. E a terceira e a mais fundamental é buscarmos, através de nossas experiências, recursos e demandas, construir um modelo de Escola em Tempo Integral que além de instruir o aluno para o vestibular, acenda as consciências, formando cidadãos na cultura da racionalidade, da paz, do respeito, da honestidade, da solidariedade, do trabalho e de tudo mais que nos torna, essencialmente, humanos.

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