O crime cometido contra a menina Isabela Nardoni foi hediondo e inaceitável, gerando compreensível revolta e consternação nacional. O que é incompreensível é que apenas determinados crimes são capazes de indignar o brasileiro. Todos os dias, inúmeras pessoas são, brutalmente, assassinadas no Brasil, permanecendo a vítima no anonimato e o responsável impune. São pessoas assassinadas pela imprudência no trânsito, pela violência urbana, na fila do SUS, na falta de verba da corrupção, pela irresponsabilidade, pela ignorância e tudo parece normal. No Brasil, morrer, nas mais diversas situações facilitadas por um modelo de sociedade que aparenta não valorizar a vida humana, é normal. Devemos entender que qualquer morte que não seja natural é violenta. Uma sociedade que não se indigna diante de toda a violência que resulta em morte, manifestada nas mais variadas formas, demonstra que a violência já se incorporou a seu cotidiano, passando a ser habitual, mesmo que inconscientemente. Ou seja, demonstra que a sociedade brasileira é, normalmente, violenta e que, somente, quando algo ultrapassa a fronteira do absurdo extremo, como é o caso Nardoni, é que devemos nos indignar e punir os responsáveis.
A propósito: Cada pessoa é uma palavra de Deus que nunca mais será pronunciada. Frase do Papa João Paulo II
terça-feira, 23 de março de 2010
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